"Esta noite 200 milhões de crianças dormirão nas ruas, mas nenhuma delas é cubana." FIDEL CASTRO

sexta-feira, 30 de abril de 2010

A DIREITA ESTREBUCHA

TIME – Nº 1 Lula

LE MONDE – Nº 1 Lula

EL PAÍS – Nº 1 Lula

THE ECONOMIST – Nº 1 Lula


Não satisfeito por MAIS este reconhecimento internacional, o PiG tenta de todas as formas desmerecer o título de GRANDE LÍDER, ao dar um maior enfoque ao fato de Jaime Lerner(DEM) também ser citado na mesma reportagem.

Mas tem um pequeno grande detalhe...

Lula está na lista dos maiores líderes e Jaime Lerner na dos grandes pensadores.

E afinal de contas, o inferno está cheio de gente que pensa demais e age de menos.

P.S.: As famílias Marinho, Frias e Civita, através do PiG, rapidamente exigiram que a revista TIME retirasse a numeração do ranking dos maiores líderes.

Mas o LULA permaneceu na cabeça da lista. Lembrou o caso de Galileo Galilei...

A IMPUNIDADE DE POLICIAIS E A LEI DA ANISTIA

Uma Herança da Ditadura é a certeza que alguns integrantes das policias civil e militar tem da impunidade.

Usadas para fazer parte do trabalho sujo dos agentes da repressão política, eles se acostumaram a pensar que estão acima da lei e a terem a certeza de que o corporativismo encobriria suas “falhas de conduta”.

Como a Lei da Anistia não diferenciou os crimes comuns dos crimes políticos, colocando uma pedra em cima dos crimes de estupro, seqüestro, tortura e assassinato, é por isto que hoje 30 anos depois de promulgada, os crimes continuam acontecendo e quase nunca são punidos.

E mais uma vez lançaram uma pá de cal sobre os crimes comuns cometidos, apesar dos votos patrióticos de Ayres e Lewandovski.

Então fica para a Corte Internacional decidir depois, nesse meio tempo continuaremos sem paradigmas que norteiem o nosso senso do que é ser torturador a serviço do estado...

sábado, 24 de abril de 2010

E AÍ, QUEM VAI ENTRAR NESSA MANOBRA?

Reproduzo, para que todos vejam aqui, trechos de entrevista publicada pela Folha Online, como é ingênuo – não posso crer que seja cúmplice – entrar nessa tolice de abrir baterias contra Ciro Gomes.

Convém ler na íntegra (http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u725326.shtml), mas reproduzo trechos para que vocês entendam o que estão fazendo.

Ciro, com toda a razão e coerente com seu jeito de ser, reage à tentativa do repórter de tratá-lo como ex-candidato. Leiam:


FOLHA – O senhor pretende se reunir com a candidata Dilma Rousseff para discutir colaborações suas para o programa de governo dela?

CIRO – Sua entrevista está completamente fora de tempo, ou então você está querendo enterrar o defunto com ele vivo ainda. É preciso refrasear as perguntas aí.

FOLHA – Insisto. Na hipótese da decisão de terça-feira ser desfavorável aos seus anseios, o senhor pretende colaborar com o programa de governo da ex-ministra Dilma Rousseff?

CIRO – Eu acho que é uma falta de delicadeza você tratar como defunto quem está vivo, antes de ser enterrado. Publique isto.

A Folha usa isso para dar a seguinte manchete: Ciro Gomes: “Estão querendo enterrar o defunto com ele vivo ainda”.

Estão? Quem estão? Lula? Dilma? Os aliados da base do Governo? Ou a Folha de S. Paulo? Ciro mostrou o que é evidente e que eu tenho registrado aqui. Ele enfrenta, não foge.

Depois, ele esclarece bem a intiga de que ele teria dito que Serra é candidato melhor que Dilma:

FOLHA – Em entrevista ao portal iG, o senhor declarou que José Serra é mais capaz do que Dilma Rousseff. A sua visão é essa, efetivamente?

CIRO – Eu não dei nenhuma entrevista para o portal iG.

FOLHA – Independentemente da entrevista, o senhor acredita que José Serra é mais capaz do que a ex-ministra Dilma?

CIRO – O que eu digo a todo mundo que me pergunta é que a Dilma é uma pessoa muito melhor do que o Serra, mas infelizmente para nós outros, o Serra é mais preparado do que ela, mais legítimo do que ela.

FOLHA – O que confere legitimidade a um candidato?

CIRO – Estrada, serviço prestado, experiência, derrotas, vitórias, compromissos assumidos. Isso é o que confere legitimidade a alguém.

FOLHA – Já que ele prestou serviços ao país, cumpriu compromissos, por que o senhor o vê como uma figura ruim para o país?

CIRO – A vinculação a um projeto de país que prejudicou o Brasil de forma quase criminosa. Ele foi ministro do governo Fernando Henrique durante quase oito anos. Não adianta fazer de conta, manipular, fazer conivência da grande mídia, lavagem cerebral, não adianta. Ele foi ministro do Planejamento no tempo em que se formatou a privataria. Ele foi ministro da Saúde, ele foi o sucessor do Fernando Henrique, ele foi a Dilma do Fernando Henrique. Isso, infelizmente, é o real. Então, na política, você é você e as suas circunstâncias. Eu, por exemplo, era da mesma turma e rompi quando vi o Fernando Henrique fazer o que estava fazendo. Fui para o deserto, fui falar contra, apelar contra, sofri o pão que o diabo amassou, para sustentar a coerência da minha percepção de mundo em relação ao Brasil.

Dá para entender a quem servem as agressões a Ciro? Dá para perceber o que está sendo montado? Não é possível que não vejam. E que não saibam que, batendo em Ciro, vão receber troco e é isso que a mídia serrista aguarda, ansiosa. O pessoal do “paz e amor” com o sistema, curiosamente, não quer “paz e amor” com os aliados.

O sectarismo e a cegueira política não são privilégio de alguns setores do PT, e felizmente uma minoria ali. Existem em todos, inclusive no PDT. Pessoas que, até inconscientemente, vêem a máquina partidária em primeiro plano. Isso nada tem a ver com disciplina partidária, após as decisões tomadas legitimamente. Mas tem a ver com exercer a política como ela deve ser: o objetivo é servir ao país e ao povo, o partido é a ferramenta deste serviço.

Temos muitos problemas ainda para o enfrentamento que virá. Existem egoísmos, mas também existem legítimas aspirações de lideranças estaduais. Vejam o caso do Paraná: tem toda a razão o senador Osmar Dias, a única candidatura capaz de derrotar o PSDB local, em pretender que o PT dê o seu vice. Mas o PT insiste que só quer o Senado, para concorrer com voto próprio. Ora, o que é isso senão querer um acordo local com a tucanagem? E Osmar tem toda a razão em dizer que, assim, não vai ser candidato para ser imolado, concorre a uma reeleição certa como senador.

E pronto, temos um problemaço para Dilma no Estado.

Em outros estados, teremos candidaturas separadas. Paciência.

Daí a nos agredirmos vai uma distância astronômica.

Faço um apelo para que todos – inclusive meu partido – tenhamos grandeza nesta hora. Alguém acha que estou plenamente satisfeito com todas as alianças que se fazem? Mas eu estou aqui para servir aos meus caprichos e às minhas preferências ou para servir ao povo brasileiro, que vai lutar uma batalha decisiva, um momento de definição de seu destino?

Vou repetir uma frase que ouvi dúzias de vezes de Leonel Brizola: eleição não é corrida de cavalos, para se apostar neste ou naquele. Eleição é o momento de perceber, galvanizar e fazer triunfar o desejo e as necessidades do povo brasileiro.

Lembrem-se, senhores: se não formos grandes o suficiente para o combate que se aproxima, o povo brasileiro nos deixará à margem, como inúteis. Reunir significa aceitar diferenças em nome de uma identidade. Mas só podemos nos reunir se houver respeito e dignidade em nossas relações.

A candidatura Dilma – e dela Ciro não fez nenhum senão, exceto dizer que é inexperiente em campanhas eleitorais – precisa desta grandeza. Porque ela é, neste momento, a possibilidade de um novo projeto de país. E isto está acima de qualquer projeto de partidos ou grupos, por mais respeitáveis que sejam.


O TIJOLAÇO
sábado, 24 abril, 2010 às 9:06
http://www.tijolaco.com/

quinta-feira, 22 de abril de 2010

VAMOS NOS SOLIDARIZAR!!! ( Divulguem )

Nesta quinta-feira, 22 de abril de 2010, o Movimento dos Sem Mídia encaminhou ao procurador-geral Eleitoral, que é também o procurador-geral da República, o doutor Roberto Gurgel, representação pedindo investigação de todos os quatro grandes institutos de pesquisa de opinião, o Datafolha, o Ibope, o Sensus e o Vox Populi, os quais, tradicionalmente, dedicam-se a captar as diversas intenções de voto do eleitorado brasileiro.


Além de um ato da mais pura, desinteressada e autêntica cidadania, a peça jurídica dessa legítima organização da sociedade civil que é o MSM se materializa em um momento doloroso para os cidadãos brasileiros, no qual, uma vez mais, paira sobre a nação uma sombra de dúvidas quanto às condições em que se dará o processo eleitoral que, acima de tudo, elegerá o presidente da República Federativa do Brasil, aquele que dará o norte à nação pelos quatro próximos anos.


A partir da madrugada desta sexta-feira 23 de abril, portanto, este blog http://edu.guim.blog.uol.com.br/ publicará a íntegra da representação.


No mesmo post, o Movimento dos Sem Mídia pede que cada internauta que tiver acesso à sua peça jurídica em qualquer página da internet, e que concordar com o que lhe será apresentado, que deixe comentário neste blog http://edu.guim.blog.uol.com.br/ manifestando seu apoio, pois cada um desses comentários será posteriormente anexado à representação de forma a lhe conceder maior representatividade.


TEXTO ORIGINAL NO SITE:
http://edu.guim.blog.uol.com.br/

“SERRINHA PAZ E AMOR” NÃO SE SUSTENTA

O presidenciável demotucano José Serra vai aos poucos soltando suas asinhas.

Quando sua pré-candidatura foi oficializada, no início de abril, ele se fingiu de bonzinho.

Evitando se confrontar com a alta popularidade do presidente Lula, afirmou que manteria o que há de positivo no atual governo e lançou o bordão adocicado “O Brasil pode mais” – que logo foi encampado pela TV Globo numa desastrada propaganda subliminar.

Mas o “Serrinha paz e amor” não se sustenta.

É pura estratégia eleitoral, coisa de marqueteiro esperto para embalar um produto falsificado.

Na semana passada, num evento com empresários de Minas Gerais, José Serra começou a fazer a demarcação dos projetos em disputa da eleição de outubro.

Ele criticou o Plano de Aceleração do Crescimento, o que reforça a confissão à revista Veja do presidente do PSDB, Sérgio Guerra, de que o PAC será extinto.

Também afirmou que irá “rever o papel” do BNDES.

O que chamou a atenção no seu discurso, porém, foi o ataque ao Mercosul.

Para ele, o bloco regional “atrapalha as relações comerciais do Brasil”. O discurso deve ter agradado aos seus amos dos EUA.

Serra é “Alinhamento automático” com o império

terça-feira, 20 de abril de 2010

COMPARAÇÃO ENTRE LULA E FHC É INEVITÁVEL

Por FERNANDO FERRO*

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Não há como José Vampiro Serra escapar de ser o anti-Lula: a eleição deste ano será plebiscitária e marcada pela confrontação entre os pólos
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De maneira pretensiosa, a oposição decidiu que vai fugir às comparações entre os go-vernos Lula e Fernando Henrique Cardoso, como se as eleições deste ano fossem reali-zadas em outro planeta. O debate é inevitável, com ou sem a participação da oposição e de seus porta-vozes na mídia.

Os demo-tucanos querem, na prática, esconder que fizeram parte do fracassado governo FHC (1995-2002), que quebrou o país três vezes, levou ao apagão de 2001 e rastejou perante o FMI.

Em 2002, no plano federal, o povo queria mudanças e eles prometiam continuidade; agora, a grande maioria da população quer manter o ritmo mudancista, com crescimento econômico, geração de empregos e inclusão social, e eles querem retroceder.

A tática é tentar desconstruir os êxitos alcançados a partir de 2003.

Certamente o PT e seus aliados não terão dificuldades para remover as densas camadas de mistificação montadas para embelezar o retumbante malogro dos governos de FHC.

Já em 2006, independentemente da histeria da maior parte da mídia, o povo separou o joio do trigo.

Insiste-se que o governo Lula seria simples continuação do de FHC, mas a maioria da população sabe que não é. Exemplo: em oito anos, FHC criou 780 mil empregos, regis-trados no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) para celetistas, en-quanto em sete anos e meio o governo Lula gerou 12 milhões.

Esse dado é estarrecedor e tanto mais grave quando se considera que há quem pense que não é necessariamente um símbolo do fracasso de FHC, porque entre suas prioridades não estava a geração de empregos.

Com Lula, o salário mínimo teve aumento real de 53%, desmentindo a cantilena neoli-beral de que esse aumento quebraria a previdência e os pequenos municípios.

A dívida externa foi eliminada, e a interna, reduzida em mais de 20 pontos percentuais. A dívida com o FMI foi quitada e o país se tornou credor da instituição, além de cons-truir uma reserva cambial de US$ 240 bilhões.

O Brasil de Lula, com políticas heterodoxas, firmeza e em defesa do interesse nacional, conseguiu superar os graves reflexos da crise mundial iniciada em 2008, a qual teria levado o país à UTI se ocorrida no ortodoxo governo de Fernando Henrique.

Este, diante das crises periféricas que enfrentava, recorria ao FMI para pedir um em-préstimo, aumentava impostos e as taxas de juros e arrochava os salários. Em 2008, Lula apostou no consumo e, em vez de aumentar os impostos, aplicou uma desoneração gigantesca. Foi dessa maneira que o Brasil superou a crise.

O povo percebe em seu dia a dia as alterações que vão se processando e que se expres-sam nas taxas mais baixas de inflação da história, no sucesso dos programas sociais e na maior oferta de oportunidades em muitos aspectos da vida.

Com políticas públicas e desatrelados do elitismo, fortalecemos a economia interna, com a inclusão de 30 milhões de pessoas à classe média.

A vitória frente a FHC não se deu apenas nos números da economia, nos indicadores sociais e na política externa. O avanço na consolidação dos espaços da democracia é igualmente importante: o conjunto de conferências realizadas (saúde, idosos, comunica-ção etc.) revela a participação popular na construção de políticas públicas.

Até o PAC foi também elaborado a partir de contribuições de lideranças populares e empresariais, inovando na forma de governar e consolidando instrumentos de democra-cia direta.

A oposição busca desqualificar e negar a realidade, guiando-se, sem respeitabilidade democrática, pela memória de Carlos Lacerda. Qual é o presente de uma oposição que hoje usa discurso moralista hipócrita, fingindo ignorar inúmeros comprometimentos com diferentes e repetidos casos de corrupção, onde a crise de Brasília é apenas a mais visível?

Não há como José Serra escapar de ser o anti-Lula: a eleição será plebiscitária e marca-da pela confrontação entre os dois pólos. As comparações podem ir além de Lula e FHC, envolvendo também os governos estaduais e municipais e temas como ética, ges-tão, soberania nacional etc.

A comparação é tão importante e necessária que o candidato tucano usa discurso defen-sivo e matreiro do pós-Lula. Quer pegar carona na popularidade de Lula, a quem não consegue atacar, e revela que não houve nem haverá pós-FHC.

Essa é a síntese de um confronto de projeto que nos é amplamente favorável. A história nos diz que não há futuro sem presente e passado. Mas os tucanos tentam desesperada-mente esconder o seu.

* - FERNANDO FERRO, 58, engenheiro eletricista, é deputado federal pelo PT-PE, líder do partido na Câmara dos Deputados e vice-presidente da Comissão de Energia e Minas do Parlamento Latino-Americano (Parlatino).

segunda-feira, 19 de abril de 2010

JOSÉ SERRA NA CONSTITUINTE DE 1988

O DIAP (Departamento Intersindical de assessorial Parlamentar) publicou após a constituinte de 1988 uma avaliação dos parlamentares, de acordo com o posicionamento deles nas votações, contra ou a favor dos interesses nacionais dos trabalhadores.
José Serra "tomou bomba".

Foi reprovado ao tomar nota 3,7 (com notas variando de 0 a 10).

A baixa nota significa que ele votou muito mais a favor dos que queriam a elite dominante do poder econômico (da FIESP e da FEBRABAN), do que atendeu as reinvidicações dos trabalhadores.

O tucano votou contra, ou em outros casos, fugiu de votar, se abstendo ou faltando:

- contra a redução da Jornada de trabalho para quarenta horas.

- contra mais garantia ao trabalhador de estabilidade no emprego.

- negou seu voto pelo direito de greve (isso explica a forma ditatorial e violenta que ele trata o funcionalismo quando recorre a greve).

- negou seu voto pelo abono de 1/3 de férias do salário.

- negou seu voto pelo aviso prévio proporcional.

- negou seu voto pela estabilidade do dirigente sindical.

- negou seu voto para garantir 30 dias de aviso prévio.

- negou seu voto pela garantia de um Salário Mínimo Real.

- votou contra a implantação de Comissões de Fábrica na Industria.


A publicação do DIAP foi o Livro "Quem foi quem na constituinte".
Na página 621 tem este perfil de José Serra (PSDB/DF) .
Como se vê , o tucano já havia pulado para o lado da elite econômica já naquela época, e continuou enganado muita gente durante muito tempo, como se fosse um político progressista.

RELEMBRANDO A MEMÓRIA

sábado, 17 de abril de 2010

É TUDO OU NADA

A antecipação da pesquisa Datafolha pelo site da Veja revela um plano sincronizado da mídia oposicionista que consiste em ela apostar tudo nessa estratégia da guerra de pesquisas para virar o jogo, ou seja, para interromper a ascensão de Dilma Rousseff.

Enquanto o Datafolha era “vazado” para a Veja, que divulgou o resultado da sondagem antes do seu autor, o Ibope já registrava a sua pesquisa no TSE, a qual irá a campo na semana que vem. O resultado? Há poucas dúvidas sobre qual será.

Diante disso, configura-se a seguinte situação: Vox Populi e Sensus poderão aceitar o prejuízo e ficarem quietos, passando a se “comportar” daqui para frente, ou poderão recusar a intimidação das matérias acusatórias.

De uma coisa não se pode ter mais dúvida: finalmente a mídia saiu com uma estratégia realmente nova. Não me lembro de situação semelhante, de uma guerra aberta entre institutos de pesquisa na qual um acusa o outro de fraude.

Trata-se de uma situação inédita no pós-redemocratização do país, que eu me lembre.

Fala-se, também, em “judicialização da campanha eleitoral”. Além da intimidação dos institutos de pesquisa por via judicial ou por difamação, o PSDB está processando a Apeoesp. Está sendo previsto, também, que blogueiros serão o próximo alvo.

Não achei que apostariam tanto, tão cedo. Nunca duvidei de que “engrossariam”... Mas por que agora? Por que consideram tão importante apostar tão alto neste momento, ainda tão distante da eleição? E quando ela estiver mais perto, a que ponto chegarão?

E o PT fingindo-se de morto...

E não vamos nos esquecer do ataque de hackers ao site petista. A Polícia Federal já foi acionada, como inclusive sugeriu o PSDB? Ou ficará por isso mesmo?

A situação é muito grave. Se tiver havido falsificação de pesquisa por parte do Datafolha, de um lado, ou do Vox Populi e do Sensus, do outro – e não há mais dúvida de que algum deles está mentindo –, o caso tem que ser investigado e o culpado, punido.

Essa é a solução para as pesquisas conflitantes, mas que solução se encontrará para essa intimidação de apoiadores do governo que já se insinua via a tal de “judicialização”. Em uma campanha eleitoral de um país democrático, progride uma situação análoga à de uma ditadura.

Só sei de uma coisa: se o PT, o presidente Lula e a pré-candidata Dilma pretendem vencer mesmo a eleição presidencial, não podem confiar apenas no discernimento da sociedade – pessoas são engabeladas todos os dias. É hora de reagir, e com força.

Finalmente, vamos nos aproximando da venezuelização do cenário político. Ao ir para o confronto com uma pesquisa ainda mais estranha que a anterior e com a preparação de outra que promete ser ainda pior para o PT, mídia e oposição sinalizam que vão para o tudo ou nada.

Falo de venezuelização há muito tempo. Na Venezuela de 2004, até cerca de 60 dias antes do referendo revogatório contra Chávez, as pesquisas davam que não tinha apoio maior do que de 1/3 do eleitorado e ele venceu o pleito com quase 60% dos votos válidos.

Nas ruas de São Paulo, o governo do Estado partiu para a violência contra manifestantes, seja na manifestação dos alagados da periferia ou na dos professores. Até o componente violência ajuda a compor o quadro “venezuelanizado” da situação política no país.

O PT só tem duas opções: ou se entrega, ou luta. Eu já fiz a minha escolha, mas só irei mantê-la se aqueles que apóio se mostrarem dispostos a fazer a parte deles nessa guerra que acaba de ser declarada com essa aparente farsa da Folha, do Datafolha e da Veja.



Escrito por Eduardo Guimarães - 17/04/2010 às 00h58

TEXTO ORIGINAL NO SITE ---> http://edu.guim.blog.uol.com.br/

quinta-feira, 15 de abril de 2010

ENTÃO SOU DE ESQUERDA!!!

Por Emir Sader - terça-feira, 13/04/2010

Diante de alguns argumentos que ainda subsistem sobre o suposto fim da divisão entre direita e esquerda, aqui vão algumas diferenças.

Acrescentem outras, se acharem que a diferença ainda faz sentido.


DIREITA: A desigualdade sempre existiu e sempre existirá. Ela é produto da maior capacidade e disposição de uns e da menor capacidade e menor disposição de outros. Como se diz nos EUA, "não há pobres, há fracassados".

ESQUERDA: A desigualdade é um produto social de economias - como a de mercado - em que as condições de competição são absolutamente desiguais.

DIREITA: É preferível a injustiça, do que a desordem.

ESQUERDA: A luta contra as injustiças é a luta mais importante, nem que sejas preciso construir uma ordem diferente da atual.

DIREITA: É melhor ser aliado secundário dos ricos do mundo, do que ser aliado dos pobres.

ESQUERDA: Temos um destino comum com os países do Sul do mundo, vitimas do colonialismo e do imperialismo, temos que lutar com eles por uma ordem mundial distinta.

DIREITA: O Brasil não deve ser mais do que sempre foi.

ESQUERDA: O Brasil pode ser um país com presença no Sul do mundo e um agente de paz em conflitos mundiais em outras regiões do mundo.

DIREITA: O Estado deve ser mínimo. Os bancos públicos devem ser privatizados, assim como as outras empresas estatais.

ESQUERDA: O Estado tem responsabilidades essenciais, na indução do crescimento econômico, nas políticas de direitos sociais, em investimentos estratégicos como infra-estrutura, estradas, habitação, saneamento básico, entre outros. Os bancos públicos têm um papel essencial nesses projetos.

DIREITA: O crescimento econômico é incompatível com controle da inflação. A economia não pode crescer mais do que 3% a ano, para não se correr o risco de inflação.

DIREITA: Os gastos com pobres não têm retorno, são inúteis socialmente, ineficientes economicamente.

ESQUERDA: Os gastos com políticos sociais dirigidas aos mais pobres afirmam direitos essenciais de cidadania para todos.
DIREITA: O Bolsa Família e outras políticas desse tipo são "assistencialismo", que acostumam as pessoas a depender do Estado, a não ser auto suficientes.

ESQUERDA: O Bolsa Família e outras políticas desse tipo são essenciais, para construir uma sociedade de integração de todos aos direitos essenciais.

DIREITA: A reforma tributária deve ser feita para desonerar aos setores empresariais e facilitar a produção e a exportação.

ESQUERDA: A reforma tributária deve obedecer o principio segundo o qual "quem tem mais, paga mais", para redistribuir renda, com o Estado atuando mediante políticas sociais para diminuir as desigualdades produzidas pelo mercado.

DIREITA: Quanto menos impostos as pessoas pagarem, melhor. O Estado expropria recursos dos indivíduos e das empresas, que estariam melhor nas mãos destes. O Estado sustenta a burocratas ineficientes com esses recursos.

ESQUERDA: A tributação serva para afirmar direitos fundamentais das pessoas - como educação e saúde publica, habitação popular, saneamento básico, infra-estrutura, direitos culturais, transporte publico, estradas, etc. A grande maioria dos servidores públicos são professores, pessoal médico e outros, que atendem diretamente às pessoas que necessitam dos serviços públicos.

DIREITA: A liberdade de imprensa é essencial, ela consiste no direito dos órgãos de imprensa de publicar informações e opiniões, conforme seu livre arbítrio. Qualquer controle viola uma liberdade essencial da democracia.

ESQUERDA: A imprensa deve servir para formar democraticamente a opinião pública, em que todos tenham direitos iguais de expressar seus pontos de vista. Uma imprensa fundada em empresas privadas, financiadas pela publicidade das grandes empresas privadas, atende aos interesses delas, ainda mais se são empresas baseadas na propriedade de algumas famílias.

DIREITA: A Lei Pelé trouxe profissionalismo ao futebol e libertou os jogadores do poder dos clubes.

ESQUERDA: A Lei Pelé mercantilizou definitivamente o futebol, que agora está nas mãos dos grandes empresários privados, enquanto os clubes, que podem formar jogadores, que tem suas diretorias eleitas pelos sócios, estão quebrados financeiramente. A Lei Pelé representa o neoliberalismo no esporte.

DIREITA: O capitalismo é o sistema mais avançado que a humanidade construiu, todos os outros são retrocessos, estamos destinados a viver no capitalismo.

ESQUERDA: O capitalismo, como todo tipo de sociedade, é um sistema histórico, que teve começo e pode ter fim, como todos os outros. Está baseado na apropriação do trabalho alheio, promove o enriquecimento de uns às custas dos outros, tende à concentração de riqueza por um lado, à exclusão social por outro, e deve ser substituído por um tipo de sociedade que atenda às necessidades de todos.

DIREITA: Os blogs são irresponsáveis, a internet deve ser controlada, para garantir o monopólio da empresas de mídia já existentes. As chamadas rádios comunitárias são rádios piratas, que ferem as leis vigentes.

ESQUERDA: A democracia requer que se incentivo aos mais diferentes tipos de espaço de expressão da diversidade cultural e de opinião de todos, rompendo com os monopólios privados, que impedem a democratização da sociedade.

terça-feira, 13 de abril de 2010

CARTA ABERTA DE BRIZOLA NETO A JOSÉ SERRA

O BRASIL NÃO PODE MAIS


Li boa parte de seu discurso, senhor José Serra. Talvez eu seja hoje o que o senhor foi, na minha idade, quando era um jovem, que presidia a União Nacional dos Estudantes e apoiava o governo João Goulart no Comício da Central. Quando o senhor defendia o socialismo que hoje condena, o patriotismo que hoje trai, o desenvolvimento autônomo do Brasil do qual hoje o senhor debocha.

Por Brizola Neto, no blog Tijolaço
O senhor, como Fernando Henrique, é útil aos donos do Brasil ­ sim, Serra, o Brasil tem donos, porque 1% dos brasileiros mais ricos tem o mesmo que todos os 50% mais pobres ­ porque foi diferente no passado e, hoje, cobre-se do que foi para que não lhe vejam o que é.

O símbolo do Brasil que não pode mais, que não pode ser mais como o fizeram.

Não pode mais o Brasil ser das elites, porque nossas elites, salvo exceções, desprezam nosso povo, acham-no chinfrim, malandro, preguiçoso, sujo, desonesto, marginal. Têm nojo dele, fecham-lhe os vidros com película para nem serem vistos.

Não pode mais ser o país das elites, porque nossas elites, em geral, não hesitam em vender tudo o que este país possui ­ como o senhor, aliás, incentivou fazer ­ para que a "raça superior" venha aqui e explore nossas riquezas de maneira "eficiente" e "lucrativa". Para eles, é claro, e para os que vivem de suas migalhas.

Não pode mais ser o Brasil dos governantes arrogantes, como o senhor, que falam de cima ­ quando falam ­ que empolam o discurso para que, numa língua sofisticada, que o povo não entende, negociem o que pertence a todos em benefício de alguns.

Não pode mais ser o país dos sábios que, de tão sabidos, fizeram ajoelhar este gigante perante o mundo e nos tornaram servos de uma ordem econômica e políticas injustas. O país dos governantes "cultos", que sabem miar em francês e dizer "sim, senhor" em inglês.

Não pode mais ser o país do desenvolvimento a conta-gotas, do superávit acima de tudo, dos juros mais acima de tudo ainda, dos lucros acima do povo, do mercado acima da felicidade, do dinheiro acima do ser humano.

O Brasil pode hoje mais do que pôde no governo do que o senhor fez parte.

Pôde enfrentar a mais devastadora crise econômica mundial aumentando salário, renda, consumo, produção, emprego quando passamos décadas ouvindo, diante numa crise na Malásia ou na Tailândia que era preciso arrochar mais o povo.

Pôde falar de igual para igual no mundo, pôde retomar seu petróleo, pôde parar de demitir, pôde retomar investimentos públicos, pôde voltar a investir em moradia, em saneamento, em hidrelétricas, em portos, em ferrovias, em gasodutos. Pôde ampliar o acesso à educação, ainda que abaixo do que mereça o povo, pôde fazer imensas massas de excluídos ingressarem no mundo do consumo e terem direito a sonhar.

Pôde, sim, assumir o papel que cabe no mundo a um grande país, líder de seus irmãos latino-americanos.

O Brasil pôde ser, finalmente, o país em que seu povo não se sente um pária. Um país onde o progresso não é mais sinônimo de infelicidade.

É por isso, Serra, que o Brasil não pode mais andar para trás. Não pode voltar para as mãos de gente tão arrogante com seu povo e tão dócil aos graúdos. Não pode mais ser governado por gente fria, que não sente a dor alheia e não é ansiosa e aflita por mudar.

Não pode mais, Serra, não pode mais ser governado por gente que renegou seus anos mais generosos, mais valentes, mais decididos e que entregou seus sonhos ao pragmatismo, que disfarça de si mesmo sua capitulação ao inimigo em nome do discurso moderno, como se pudesse ser moderno aquilo que é apoiado pelo Brasil mais retrógrado, elitista, escravocrata, reacionário.

Há gente assim no apoio a Lula e a Dilma, por razões de conveniência-político eleitoral, sim. Mas há duzentas vezes mais a seu lado, sem qualquer razão senão a de ver que sua candidatura e sua eleição são a forma de barrar a ascensão da "ralé". Onde houver um brasileiro empedernidamente reacionário, haverá um eleitor seu, José Serra.

Normalmente não falaria assim a um homem mais velho, não cometeria tal ousadia.

Mas sinto esta necessidade, além de mim, além de minha timidez natural, além de minha própria insuficiência. Sinto-me na obrigação de ser a voz do teu passado, José Serra. É um jovem que a Deus só pede que suas convicções não lhes caiam como o tempo faz cair aos cabelos, que suas causas não fraquejem como o tempo faz fraquejar o corpo, que seu amor ao povo brasileiro sobreviva como a paixão da vida inteira. Que o conhecimento, que o tempo há de trazer, não seja o capital de meu sucesso, mas ferramenta do futuro.

Vi um homem, já idoso, enfrentar derrotas eleitorais e morrer como um vitorioso, por jamais ter traído as ideias que defendeu. Erros, todo humano os comete. Traição, porém, é o assassinato de nós mesmos. Matamos quem fomos em troca de um novo papel.

Talvez venha daí sua dificuldade de dormir.

Na remota hipótese de vencer as eleições, José Serra, o senhor será o derrotado. O senhor é o algoz dos seus melhores sonhos.

domingo, 11 de abril de 2010

É “NÓIS” CONTRA ELES MESMO!! (novamente)

No ato demo-tucano em Brasília José Serra repetiu o novo slogan “o Brasil pode mais", mas não disse porque quando no governo ELES não fizeram mais nada do que ENTREGAR o país e DESTRUIR o Estado e as Empresas Públicas.

Em resposta LULA disse: “ELES QUEREM E NÓS FAZEMOS. ESSA É A DIFERENÇA SUBSTANCIAL!!!”.

LULA também mostrou que os demo-tucanos estão a reboque dos EE.UU., ao se inspirarem na campanha do Barack Obama para criar seu mote eleitoral.

Ao contrário do que Serra disse, o Brasil tem dono e ainda está dividido em classes e regiões. Ele não pode querer tapar o sol com uma peneira!

São Paulo é o mais perfeito exemplo do que Serra faz governando.
NADA, a não ser usar a POLÍCIA MILITAR contra a Polícia Civil e os Universitários da USP, e agora por último contra os professores paulistas grevistas.
Como Serra pretende a harmonia na sociedade se não atende as reivindicações e nem negocia?

Serra tem a cara de pau de dizer que vai trabalhar somando, agregando. Nunca dividindo. Nunca excluindo. (???)

Serra também falou: "quanto mais mentiras disserem sobre nós, mais verdades diremos sobre eles". SERÁ MESMO?

Quem são os que criam factóides e calúnias? Quem criou ficha do DOPS da Dilma, as criminalização do Ministro Humberto Costa quando ele mandou investigar os Sangessugas de Serra, etc., etc., etc., etc.

Ele também se esqueceu de dizer que sem o PAC ele não teria “quase que concluído” o Rodoanel.

“NÓIS” SABEMOS.

FHC, aquele que chamou os aposentados de VAGABUNDOS e que mandou que esquecessem o que ele falou e escreveu, estava lá para dar o tom da plataforma demo-tucana. Mudar por que? De volta ao passado pra que?

Pra variar o Aécio parecia que estava “cheiradão”...

Serra também falou da sua gestão a frente do Ministério da Saúde e da impunidade que assola o país, mas não explicou porque ele não apurou as falcatruas pelo menos no seu ministério.

Eles pensam que o povo não vai perceber que nunca se investigou tanto como nos governos de LULA.

Foi realmente uma reunião das “viúvas da estagnação” e dos“exterminadores do emprego e do futuro” .


POR TUDO ISTO REPITO O QUE LULA DISSE:

“Dilma não será a candidata da defesa de teses abstratas, será a candidata de auto-afirmação. Se eles dizem o Brasil pode mais, nós fazemos mais”.

sábado, 10 de abril de 2010

O ETERNO COMPLEXO DE MAJESTADE

O estado do Rio de Janeiro sofre o mal de "QUEM JÁ FOI REI, NUNCA
PERDE A MAJESTADE".

Foi sede provisória do Império Português em 1808, Capital do
Império do Brasil em 1822 e Capital da República em 1889. Eu
disse FOI.

A partir de 1960 a capital do Brasil é Brasília.

Mas os brasileiros continuaram a pagar uma espécie de
"derrama" interminável ao estado do Rio.

É tido como o cartão de visita do Brasil no exterior, sem nunca
ter se incomodado em ser confundido como capital da Argentina.

Nos últimos tempos só a preparação dos Jogos Pan-americanos,
com a construção da Vila e das Arenas Olímpicas, e com a
construção da Cidade da Música, os brasileiros pagaram 8 vezes
mais por conta dos desvios e superfaturamentos promovidos pelos
CARIOCAS.

O governador chora pelos royalties dizendo que o Rio vai parar, que vai
comprometer a Copa e as Olimpíadas.

Ora, mas de onde virão os recursos para estes megaeventos? E quem
é que vai se beneficiar diretamente?

O que o estado do Rio quer mais?

Será que ele não percebe que já é hora de desmamar? Que o
menininho já está bem crescidinho e deve começar a andar com os
seus próprios pés.

Não tem mais para onde crescer e já sofre os males causados pela
obesidade mórbida.

Chegou a hora do Norte e do Nordeste crescer e adolescer.

Os brasileiros não devem e não podem continuar pagando pelos
caprichos de um estado com o complexo de majestade!!!

De forma pejorativa no Rio de Janeiro todo nortista e nordestino é
chamado de PARAIBA e em São Paulo de BAHIANO.


O que aconteceria se os que constroem o sudeste voltassem para suas terras natais?

UM POUCO MAIS E ELES FARÃO O CAMINHO INVERSO!

P.S.: Quero dizer, no próximo governo eles voltarão para construir em suas terras!

COM A FORÇA DO POVO DILMA VAI CONTINUAR O QUE ELE FEZ

quinta-feira, 8 de abril de 2010

MARINA COSPE NO PRATO QUE COMEU

A senadora MARINA SILVA continua, de forma deliberada ou teleguiada, a
atirar nas pessoas que propiciaram o seu crescimento político,
pessoal e intelectual.

Bem diferente da postura do CIRO GOMES, que evita provocar danos pelo
"fogo amigo".

Se ela age de forma deliberada ou se ela é uma inocente útil pouco
importa.

Ela está cuspindo no prato que comeu e atirando pedras no peito de
quem só lhe fez o bem.

Vejam como a letra cai como luva...


ATIRASTE UMA PEDRA - Herivelto Martins / David Nasser

Atiraste uma pedra no peito de quem só te fez tanto bem
E quebraste um telhado, perdeste um abrigo
Feriste um amigo

Conseguiste magoar quem das mágoas te livrou
Atiraste uma pedra com as mãos que essa boca
Tantas vezes beijou

Quebraste um telhado
Que nas noites de frio te servia de abrigo
Perdeste um amigo que os teus erros não viu
E o teu pranto enxugou

Mas acima de tudo atiraste uma pedra
Turvando esta água
Esta água que um dia, por estranha ironia
Tua sede matou

Atiraste uma pedra no peito de quem
Só te fez tanto bem

GOVERNO LULA É APROVADO POR 92% DOS JORNALISTAS. COMO ASSIM?

Governo Lula é aprovado por 92% dos jornalistas. Como assim?

O estudo "A cabeça do jornalista: opiniões e valores
políticos dos jornalistas no Brasil" mostra que o governo Lula
tem aprovação de 92% dos profissionais de imprensa. A pesquisa foi
realizada com 212 jornalistas de mais de 70 veículos distribuídos
em 42 municípios de 23 estados e revela que há uma contradição
aguda entre o que pensam os profissionais do setor e as opiniões que
emitem na maioria dos veículos de comunicação onde trabalham.

Das três, uma: ou a pesquisa abordou apenas jornalistas que não
trabalham na grande imprensa; ou os jornalistas gostam de mentir em
pesquisas ou o que eles pensam não influencia na decisão de seus
editores. Não há alternativas que expliquem o fato da maior parte
dos grandes veículos de comunicação do país serem críticos
ferrenhos do governo enquanto "92%" dos jornalistas avaliarem bem este
mesmo governo que dia sim e no outro também é bombardeado pela
grande mídia com textos negativos.

A contradição permanece inexplicável no fato dos entrevistados
também avaliarem que a imprensa faz uma cobertura justa do governo.
Para 45% deles, a mídia é adequadamente crítica, contra 34% que
a consideram complacente e 18%, crítica em excesso.

O estudo também avaliou a percepção dos jornalistas sobre a
atuação do Congresso Nacional: 73% dos pesquisados consideram o
trabalho desenvolvido pelos parlamentares como ruim ou muito ruim.

O levantamento avaliou o posicionamento político dos profissionais de
imprensa do País. 52% declararam preferência pela esquerda ou
centro-esquerda, contra 23% de centro e 12% de centro-direita ou
direita. 13% preferiram não se posicionar.

O pertencimento a partidos políticos também foi questionado.
Dentre os pesquisados, apenas 15% declararam identificação com alguma
legenda. Destes, 48% identificam-se com o PT, 25% com o PSDB. A lista
segue com PCdoB, PSol, PDT, PMDB e PV.

Sobre a situação da imprensa, 74% dos pesquisados afirmaram que o
jornalismo brasileiro está na direção correta. Entretanto, existem
problemas a serem enfrentados. Os mais citados no estudo foram a baixa
atenção dada a temas complexos, falta de contato dos jornalistas com
seus públicos e a redução dos assuntos cobertos.

Perguntados sobre quais meios de comunicação eles utilizam com mais
frequência, 57% dos entrevistados disseram preferir a internet para
se manter informados. Seguido em um distante segundo lugar por jornais
impressos, com 37%. A televisão só aparece com alguma
relevância entre os meios indicados

como os segundos mais usados, apontado por 22% dos entrevistados. O uso
do rádio como meio de informação é praticamente desprezível.

Esse padrão difere bastante dos hábitos de informação do
cidadão brasileiro. Pesquisas indicam que 42% da população
brasileira escuta notícias no rádio todos os dias e 77% assiste a
notícias na televisão. Apenas 17% e 11%, respectivamente, fazem o
mesmo com jornais impressos e pela internet.

A pesquisa foi publicada na revista Comunicação & Política volume
27 e está disponível aqui.
http://www.cebela.org.br/site/baCMS/files/338501ART1%20Daniel%20Marcelin\
o.pdf

terça-feira, 6 de abril de 2010

A DIMENSÃO DE LULA

Apesar de ser fã de carteirinha do presidente Lula, fiquei surpreso com o seu desempenho na entrevista que concedeu ao programa Canal Livre, da TV Bandeirantes, apresentado a partir das 23 horas do último domingo. Isso porque, sob pressão extrema, ele sempre se saiu pior do que poderia mesmo sendo esse comunicador prodigioso que até seus adversários reconhecem.

E o presidente esteve sob forte pressão naquele programa. Jornalistas tarimbados e especializados nesse tipo de debate, que se apresentam e são pagos como portentos de inteligência e de conhecimentos gerais – e não estou dizendo que sejam o que pensam que são, é bom esclarecer –, tentaram, por todas as formas, encurralá-lo ou fazê-lo se perder em sua argumentação. Mas fracassaram, pois nunca o vi tão afiado.

Contudo, que não pensem que estou reclamando de Lula ter sido inquirido daquela forma porque esse é o papel do jornalista. Imaginem se, num programa de mais de hora, os entrevistadores se limitassem a discutir amenidades e a elogiar o entrevistado. Seria aborrecido demais. Aliás, as perguntas incômodas foram boas até para o presidente ter como responder às críticas-padrão a seu governo e a ele mesmo.

É aí, então, que a porca torce o rabo – nas críticas-padrão. Os inquiridores de Lula, do alto de suas, digamos, propaladas “sapiências”, foram de uma mediocridade a toda prova. Nenhum, absolutamente nenhum dos questionamentos e críticas que fizeram saiu de suas cabeças. Estavam todos seguindo um roteiro que se vê à exaustão nessa imprensa anti-Lula e anti-PT, dia após dia, há quase oito anos.

Como apreciador incondicional do bom jornalismo, apoiaria se tivessem feito questionamentos realmente relevantes. Poderiam ter perguntado por que se permite que os bancos continuem praticando o maior “spread” (taxa de risco nos empréstimos) do mundo em um país que hoje tem um dos menores riscos médios - em vários países ricos, hoje, esse risco é muito maior do que no Brasil, e o spread desses países, infinitamente menor.

Isso eles não perguntam. Vai que desencadeiam alguma ação deste governo no sentido de coibir essa barbaridade... Seria divertidíssimo ver a mídia tentando defender os interesses de sua turma sem dar pinta.

O que me impressionou, assim, foi a evolução de Lula. Acompanho seus debates desde 1982, quando, ao lado de Franco Montoro, Reinaldo de Barros, Rogê Ferreira e outras feras deu um show no debate entre os então candidatos a governador de São Paulo. Nunca me esquecerei da resposta que deu quando lhe perguntaram se era socialista, trotskista ou sei lá mais o que e ele respondeu, de forma genial, que era torneiro mecânico.

Era, então, um Lula em estado bruto, mas já deixando a ver os predicados que o levariam aonde o levaram.

Ele conta aos jornalistas, durante essa entrevista ao Canal Livre, o que eles meramente supõem sobre os grandes líderes mundiais. Revela bastidores dos encontros com eles, explica como funciona o Estado, desmonta versões pernetas sobre o que pensa e pretende... Teria que escrever vários posts para reproduzir fidedignamente a aula dada por esse que julgo ser o único verdadeiro estadista que conheci.

E se pudesse escolher as melhores respostas que o presidente deu, escolheria só duas. E nem são aquelas em que deixou seus inquiridores com a brocha na mão. Foram suas declarações finais sobre dois assuntos que revelaram toda pequenez e burrice de quem os abordou. Refiro-me às pretensões que tentaram lhe atribuir de se tornar secretário-geral da ONU depois de encerrar seu governo e de se candidatar de novo à Presidência em 2014.

O estadista Luiz Inácio Lula da Silva disse que o cargo de secretário-geral da Organização das Nações Unidas não deve ser de um líder político forte e, sim, de um burocrata, porque, do contrário, esse super-secretário poderia querer se impor sobre as nações. E fiquei emocionado com a sua resposta sobre tentar se eleger presidente de novo daqui a quatro anos, quando disse que já tinha feito a sua parte e que merecia descanso.

Lula se tornou maior que Lula. Ele não é mais apenas um político e governante ultra-popular e bem sucedido. Sua dimensão vai se tornando uma lenda que julgo que fará registrar seu nome na história. É assim que o vi na entrevista que concedeu no último domingo. Sem o menor exagero, certo de que cada palavra que escrevi é mais do que merecida.




Escrito por Eduardo Guimarães - 06/04/2010 às 01h38

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