"Esta noite 200 milhões de crianças dormirão nas ruas, mas nenhuma delas é cubana." FIDEL CASTRO

segunda-feira, 31 de maio de 2010

A BARBÁRIE DE ISRAEL CONTRA PACIFISTAS – ONDE ENTRA O BRASIL NISSO

Laerte Braga

Uma das mais covardes ações terroristas do governo sionista de Israel foi o ataque a uma flotilha de nove navios, com 800 passageiros de diversas partes do mundo, todos pacifistas, que levavam alimentos, medicamentos e toda a sorte de auxílio a palestinos da Faixa de Gaza, submetida a um bloqueio que revela o caráter terrorista do governo de Tel Aviv, tanto quanto, as pretensões bélicas ao contrário do discurso de negociações que Israel faz de público ao mundo.

São terroristas covardes, desumanos e repulsivos.

Cerca de quinze pessoas morreram nos ataques, feitos em águas internacionais e o governo turco, um dos aliados de Israel ameaça romper relações com o governo nazista de Tel Aviv. As manifestações de repúdio a esse ato de boçalidade do governo sionista ocorrem em todo o mundo e nem Obama pode dizer neste momento que Israel agiu em legítima defesa, como costumam fazer os presidentes norte-americanos.

O ataque vem em seguida a uma decisão do governo de Israel de não discutir a questão das armas nucleares, já que é um dos países que detém esse tipo de arma.

Em todo o Oriente Médio, mesmo em governos favoráveis a negociações de paz, há temores de um conflito de maior proporção e grandes manifestações, como no Egito e na Jordânia – que têm tratado de paz com Israel – de protesto contra a boçalidade das SS navais de Israel.

O presidente do Irã, freqüentemente acusado de terrorista, na sórdida política de mentiras da organização ESTADOS UNIDOS/ISRAEL TERRORISMO S/A disse que “essa violência apressará o fim do regime sionista, regime sinistro e de simulacro”. Notem que ao contrário do que costuma dizer a GLOBO por aqui, Ahmadinejad não disse que o ataque terrorista significa o fim de Israel, mas do regime sionista. É completamente diferente.

O secretário geral da Liga Árabe, que busca formas de paz através de negociações, disse que o ato do governo terrorista de Israel mostra que “Israel não está preparada para a paz”. Amr Moussa convocou uma reunião de emergência para discutir o ato de terrorismo sionista em Qatar e a reação dos países árabes deve ser a de exigir que os EUA, parceiro e sócios de Israel em ESTADOS UNIDOS/ISRAEL TERRORISMO S/A, tomem atitudes que ponham fim a violência deliberada e genocida imposta ao povo palestino pelos sionistas.

A estupidez e a boçalidade do governo de Israel podem ser vistos em

http://gazafreedommarch.org/cms/en/home.aspx


O número de mortos pode aumentar já existem cinqüenta feridos, das mais diversas nacionalidades e todos integrantes de grupos pacifistas. Pretendiam levar ajuda humanitária aos habitantes da Faixa de Gaza.

Em mensagem no twitter, um dos mais importantes canais de comunicação da rede mundial de computadores, há um alerta – “se Israel faz isso de público diante do mundo, o que não faz por trás do muro que construiu em terras palestinas?”

O cerco a Gaza começou depois que um fanático sionista assassinou o primeiro-ministro israelense Itzak Rabin, logo após a assinatura de um tratado de paz com Yasser Arafat, que previa o fim da guerra e a fundação do Estado Palestino como determinam resoluções da ONU. O grupo nazi de Israel assumiu o poder com a vitória do Hamas nas eleições em Gaza e rompeu todos os acordos.

De Ariel Sharon para o governo atual a escalada do terrorismo sionista aumentou em todos os sentidos e a política de extermínio de palestinos é prática do governo israelense. Homens são assassinados, mulheres são estupradas, crianças são mortas, isso diariamente, tudo com o aval de Washington.

Não há uma única decisão da ONU que censure Israel que tenha sido cumprida, ou que tenha gerado sanções e tampouco os EUA falam nas armas nucleares de Israel (chegou a oferecê-las ao governo branco da África do Sul para eliminar populações negras).

O mundo odeia Israel foi a conclusão a que chegou uma pesquisa sobre a forma como aquele estado terrorista conduz suas ações contra os palestinos.

Não há diferenças entre o holocausto contra o povo judeu nos campos de concentração nazistas, e o que fazem a palestinos, pois Hitler vive em Israel e governa Israel.

O acordo firmado pelo Brasil, Turquia e Irã para controle e inspeção do programa nuclear iraniano frustrou planos de ações militares de Israel e dos EUA contra aquele país, já que não desejam a paz, mas vivem da guerra e das atrocidades que cometem contra palestinos. Sustentam interesses econômicos de empresas petrolíferas na região, governos ditatoriais no Egito, na Arábia Saudita, na Jordânia, com amplo respaldo do governo dos EUA e dos grupos sionistas, principais acionistas de ESTADOS UNIDOS/ISRAEL TERRORISMO S/A.

Osama Bin Laden é fichinha perto dessa gente.

O anúncio que o Brasil dominou o chamado ciclo do urânio aumentou o apetite bélico da empresa terrorista – ESTADOS UNIDOS/ISRAEL TERRORISMO S/A –. A perspectiva de novos atores no cenário internacional e em posições contrárias ao terrorismo desses grupos reforça a posição genocida no Oriente Médio e se volta para ofensiva contra o Brasil através da candidatura de José Arruda Serra, funcionário brasileiro da ESTADOS UNIDOS/ISRAEL TERRORISMO S/A.

É um jogo complexo, brutal, estúpido e é praticado por essa junção de duas nações dominadas por terroristas, sejam eles Bush, Obama, ou qualquer SS de Tel Aviv.
Há cerca de um mês agentes da GESTAPO de Israel assassinaram um líder do Hamas em Dubai com passaportes originais ingleses e nomes falsos. É visível a cumplicidade dos britânicos com isso.

O que está em disputa é a hegemonia do terrorismo capitalista no mundo e os grupos sionistas, aliados a grupos norte-americanos formam hoje a mais estúpida e perversa organização terrorista do mundo, ESTADOS UNIDOS/ISRAEL TERRORISMO S/A, sucessora de SPECTRE.

Não há palavras que possam descrever a covardia nazi-fascista do governo de Israel contra a flotilha de navios que levava ajuda humanitária para palestinos.

O silêncio e a falta de atitudes de outros países significarão cumplicidade, omissão e isso é inaceitável, pois descaracteriza o ser humano como tal.

São monstros, monstros em todos os sentidos. Repugnantes, sórdidos. Abjetos.


P.S.: Para quem quiser saber um pouco mais sobre a INDÚSTRIA DO HOLOCAUSTO inventada pelos sionistas baixem o livro (só 100 páginas):

http://www.bibliotecapleyades.net/archivos_pdf/industria_doholocausto.pdf

quinta-feira, 27 de maio de 2010

DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS, OU...

...de bunda de bebê e cabeça de juiz ninguém sabe o que pode sair?

Como é possível que o Ministro Aldir Passarinho proíba a veiculação da propaganda do DEM no Ceará e diga que é censura prévia agora, quando ela é nacional?

A veiculação desta propaganda foi uma afronta expressa à lei (L. 9096, paragrafo 1°. Inciso I), que proíbe a presença de filiados a outros partidos nos horários de rádio e televisão.

E querem proibir o presidente LULA de dizer o nome de DILMAIS?

Então vamos lá E DAÍ?:

Proibiram que eu falasse
Proibiram que eu dissesse
Proibiram que eu saísse
E até perguntasse a alguém por ti

Proíbam muito mais, preguem avisos
Fechem portas, ponham guizos
Nosso povo responderá:
E Dilma! e daí?

E daí, por mais cruel perseguição
Eu continuo a te votar
Ninguém pode parar o meu voto
Que é de DILMA,
Pois que o povo está com DILMA!

quarta-feira, 26 de maio de 2010

VIVA A HONESTA LUCIANA!!!

Pelo calibre intelectual da oposição na Assembléia Legislativa de Pernambuco, podemos compreender porque são chamados de viúvas da estagnação.

Há uns 25 anos estava fazendo a implantação de um sistema numa empresa e sendo alvo de muitas críticas internas, foi quando encontrei e divulguei um texto:

“Você que só chega com críticas ao trabalho que está sendo, deveria ter chegado na hora de faze-lo”.

Tais viúvas só são craques na arte da calúnia e da difamação, e não é somente em Pernambuco.

Morrem de inveja quando encontram pessoas honestas, inteligentes e competentes como o presidente LULA, o governador EDUARDO e a presidente da Fundarpe LUCIANA AZEVEDO.

Ela na FUNDARPE ressuscitou as culturas regionais em todo o estado de Pernambuco, valorizando e incentivando os valores locais do litoral ao sertão, sem distinção de credo, raça ou coloração partidária.

Devemos mostrar a todos o valor, a honestidade e o idealismo desta arquiteta dos valores artísticos do Estado de Pernambuco.

Viva Luciana, a honesta!

segunda-feira, 24 de maio de 2010

ISRAEL TEM BOMBA ATÔMICA E TENTOU VENDER AO “APARTHEID”

O jornal inglês THE GUARDIAN acaba de publicar, em sua edição eletrônica, um documento(veja ao lado)que prova que Israel não apenas tem ogivas nucleares desde os anos 70 como tentou vender algumas delas ao governo racista da África do Sul, nos tempos do apartheid, quando aquele país sofria as pressões de toda a comunidade internacional.


A FOLHA reproduz o conteúdo da matéria do jornal inglês, informando que no documento, “o ministro da Defesa sul-africano na época, PW Botha, perguntou sobre as ogivas e o então ministro da Defesa de Israel, Shimon Peres, ofereceu as armas “em três tamanhos” –se referindo a armas convencionais, químicas e nucleares.

Shimon Peres é o atual presidente israelense.


Os dois ministros ainda assinaram um acordo de cooperação militar entre os dois países, sendo que o próprio acordo continha uma cláusula que determinava o mesmo deveria se manter secreto.”


Embora todos já soubessem que Israel tinha a bomba, agora surge um documento que o confirma oficialmente.


Pior: assinado pelo atual Presidente do país, Shimon Peres.

Pior ainda: QUE TENTOU VENDER ARMAMENTO NUCLEAR PARA UM PAÍS QUE ESTAVA SOB A CONDENAÇÃO DE TODO O MUNDO.


Como fica agora a pressão americana sobre um simples programa de pesquisas iraniano, que todos sabem não ter armas nucleares e que é um dos principais alvos de Israel no Oriente Médio.


O Governo Obama vai pedir sanções na ONU contra Israel?


O caso Irã teve uma reviravolta, escrevam.



FONTE1 -
http://www.guardian.co.uk/world/2010/may/23/israel-south-africa-nuclear-weapons


FONTE2 -
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/739649-documentos-comprovam-que-israel-possui-armas-nucleares-diz-jornal-ingles.shtml

TUCANOS DESNORTEADOS QUEREM PARTIR PRA BRIGA

Os colunistas da grande imprensa começaram a semana perdidinhos da silva. Só sabem repetir, como papagaios, os números do Datafolha, como que tentando entender ou acordar de um pesadelo. Na impossibiliade de tecerem comentários sobre situações um tanto absurdas, como a diferença entre Serra e Dilma cair de 22 para 3 pontos em menos de um mês, no Rio Grande do Sul, gaguejam incoerentemente, nervosamente.

Mas os tucanos de carteirinha é que estão realmente desnorteados. Perderam até o medo do ridículo. O presidente do PSDB e coordenador da campanha de José Serra afirmou que os números do Datafolha não batem com suas "pesquisas internas". Detalhe: a notícia está na página 3 da edição impressa do Globo desta segunda-feira:


DATAFOLHA: PSDB DISCUTE DADO REGIONAL
Presidente do PSDB diz que índices não conferem com sondagens internas



O presidente do PSDB, Sérgio Guerra manda essa pérola:

"— Eles não conferem com os números que nós temos — disse o tucano, referindo-se às pesquisas encomendadas pelo próprio PSDB."

Essa é boa! O Datafolha é o terceiro instituto a mostrar a candidata petista em situação de empate, ou liderança, e Guerra reage dizendo que não é o que mostram suas "pesquisas encomendadas". Gostaria de saber que tipo de empresa está produzindo pesquisas para o PSDB. Os caras devem parar as pessoas na rua e perguntar:

- Vota no Serra? Sim? Então responde.
- Vota em Dilma? Pode ir embora.

*

Mas o Globo, mais uma vez, deu uma forcinha. O título deveria ser: "PSDB contesta" e não "discute". De qualquer forma, a matéria ao menos traz o contraponto, como a declaração de Dutra, presidente do PT, de que o DEM violou a legislação eleitoral ao mostrar Serra na TV. Não se pode mostrar candidatos de outra legenda numa propaganda partidária. Não antes do período legal.

*

Aves tropicais, porém, como qualquer bicho, se tornam extremamente agressivas quando encurraladas. Os jornalistas políticos detectaram mudanças na estratégia de Serra. Com o empate, a hora é de partir para o ataque. Desconstruir Dilma. Diversas lideranças do PSDB discutem abertamente suas novas táticas. A guerrilha suja deve crescer nas próximas semanas. Leia essa matéria no Correio Braziliense.

Escrito por Miguel do Rosário # Segunda-feira, Maio 24, 2010

http://oleododiabo.blogspot.com/2010/05/tucanos-desnorteados.html

sábado, 22 de maio de 2010

O PREÇO DA CAPITULAÇÃO MENTAL

Em 18/05/2010

O TSE tomou duas decisões.

- A primeira de, contrariando o voto do relator, multar o instituto Sensus por corrigir um erro no registro de uma pesquisa – a anterior, onde Dilma ainda aparecia ligeiramente atrás de Serra, criminosamente atacada pelo PSDB, que chegou a divulgar distribuição mentirosa das entrevistas e, depois, disse que tinha se confundido com pesquisas e dado informações erradas à imprensa.

- A outra, a de multar o Presidente Lula por, em um evento do qual participou, ter dito que não podia dizer o nome de quem apoiava, mas que todos o sabiam.

A eleição foi, definitivamente, judicializada. Suas Excelências – e sei que me exponho falando isso – estão exercendo o seu dever com um rigorismo formal que, infelizmente, não têm diante de outras forças, que influenciam de maneira muito mais perversa e camuflada o processo eleitoral.
Se a mídia não pode ser compelida a ser equânime e equilibrada em sua cobertura além de um certo ponto – e com isso concordo, para que não ressuscitemos o fantasma da censura – também não o podem ser, além do razoável, os demais agentes públicos e privados.

O TSE vem de absolver o PSDB do uso de um site em que detrata, inclusive graficamente, o Presidente da República.. O Presidente, porém, deve ficar quieto, sob pena de multa. A alegação de que o site do PSDB não pedia votos para Serra se desmancha diante das ligações daquele com outros sites onde o faz.

Mas parte deste problema está na postura do PT, lamento dizer.
Seus dirigentes estão cheios de punhos de renda. Hoje ainda li declarações do presidente José Eduardo Dutra que deram toda margem a serem interpretadas, como foram, de que a eleição seguirá “empatada” até julho? De onde o presidente tirou esta afirmação? Em dois institutos de pesquisa, Dilma não só já passou a frente como continua em trajetória de alta.

Em condições normais, com o crescimento da informação pública de que é ela a candidata de Lula – é só olhar os detalhes das pesquisas – seu crescimento se acentuará.
Mas, como o PT – salvo honrosas exceções – não briga, não luta, não combate, para cada 20 ou 30 ações judiciais tucanas há uma em favor da pré-candidata Dilma Roussef.

O PSDB usou, em seu programa eleitoral de dezembro, 85% do tempo promovendo José Serra e Aécio Neves. O PT não os acionou. O Datafolha distorce e modifica em suas pesquisas, de forma evidente, a amostra que ele próprio registrou no TSE e nada acontece. O nosso comentarista Rafael Lima Silva, faz pouco, comentou que assistiu a inserções de propaganda do DEM com a presença de Serra (o que é expressamente vedado pela lei 9.096, em seu Art. 45, &1°, inc.I).

Poderia listar dúzias de situações. Até mesmo o descumprimento da lei 12.034, de setembro de 2009, que obriga a que do tempo dos programas partidários haja, ao menos, 10% dedicado à participação feminina (alterando o art. 45 da Lei 9.096 e determinando que compete aos programas partidários “promover e difundir a participação política feminina, dedicando às mulheres o tempo que será fixado pelo órgão nacional de direção partidária, observado o mínimo de 10% (dez por cento).”

( NOTA MINHA: E o que significou as propagandas da SABESP nacionalmente??? Serra queria vender água para todo o Brasil??? )

Mas, não. Salvo alguns bons (graças a Deus, nem tão poucos) companheiros, que têm sangue nas guelras, há os que miam.Há os que dão a batalha como ganha e pensam apenas no lugar que lhes caberá na vitória na qual não expõem o peito.

Acham que Lula, e só o Lula, irá dar-lhes a vitória.

É verdade que temos um grande general, que está se arriscando pessoalmente. Vocês imaginam que um homem que não tivesse grande coragem pessoal se exponha, como o faz Lula, seja no processo eleitoral, seja no desempenho de suas funções presidenciais, como fez, agora, contra tudo e contra todos, inclusive contra a maior potência mundial, no caso do Irã.

Qualquer marqueteiro de meia-tigela teria dito: presidente, o senhor tem quase 80% de popularidade, esta história de Irã não vai lhe dar nem um por cento a mais, mas pode faze-lo perder muito, muito mais”.pensem, e vejam se não é verdade. Mas Lula cumpriu seu dever, expôs-se e saiu engrandecido, como o Brasil e, principalmente, o seu povo saiu mais informado e lúcido sobre questões que um país que era um “gigante-anão” no mundo jamais teve coragem de abordar.

Lula tem a nós, que somos soldados de um combate por nosso povo. Dele, não quero nada, senão que seja o que é, o símbolo de um povo que é capaz de tomar o futuro em suas mãos.
Mas temos um “meio campo” preguiçoso, aburguesado, acomodado.
Se estes não combaterem, tudo ficará a cargo do general e dos soldados. Se ele não fustigar, não agir, não oferecer resposta a cada ação do inimigo, tudo nos será mais pesado. Eles acreditam em contos de fada, idílicos. Nós, que nada temos do Estado, senão o poder que ele encarna de fazer-nos uma Nação, sabemos que a diferença entre vitória e derrota se conta em crianças sem futuro, em homens e mulheres desesperançados, em riquezas que se vão para nunca mais, em não sermos nós mesmos.

Mas não nos será impossível, nem nos amedrontará. Vimos a face da esperança, e ela se gravou em nossas almas e existências.

Jogamos aqui muito mais que nossas vidas, jogamos aqui o nosso destino como povo e como país.
Deus queira que possamos fazer esta luta com serenidade apaixonada. Mas se a tivermos de fazer, por falta de meios, com a fúria da paixão, aquela que fez Cristo brandir o chicote contra os vendilhões do tempo, a faremos, que não se enganem.

Não somos liberais, muito menos neoliberais. Somos abandeirados, temos uma causa e um dever.
E ele será cumprido.

TEXTO ORIGINAL NO BLOG DO URIAS:

http://blogdourias.blogspot.com/2010/05/o-preco-da-capitulacao-mental.html

sexta-feira, 21 de maio de 2010

AO IGNORAR O ACORDO COM O IRÃ, OBAMA se afunda em mais um fracasso

Por Roger Cohen - International Herald Tribune - Nova York (EUA)

21/05/2010



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad (centro), e o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, se abraçam durante cerimônia de assinatura de acordo nuclear entre os 3 países

John Limbert, que foi refém em Teerã, agora é responsável por assuntos iranianos no Departamento de Estado. Ele deu uma boa descrição das caricaturas que afligem as não-relações entre os EUA e o Irã.

Os americanos vêem os iranianos como “evasivos, falsos, fanáticos, violentos e incompreensíveis”. Os iranianos, por sua vez, vêem os americanos como “beligerantes, hipócritas, ateus, imorais, materialistas, calculistas”, sem mencionar provocadores e exploradores.

Esse é o marco zero na relação mais traumatizada da Terra e a mais atormentadora. Atormentadora porque o Irã e os EUA são inimigos não naturais, pois têm tanto onde concordar, se quebrarem o gelo. Limbert, construtor de pontes, passou metade da vida tentando transmitir essa mensagem. Nunca conseguiu. A história venenosa atrapalha. Assim como os que lucram com o veneno.

Como se fosse necessária mais uma ilustração da relação de desconfiança, esta acaba de ser fornecida pelo acordo do Brasil e Turquia sobre o urânio pouco enriquecido do Irã, a reação rabugenta dos EUA e a aparente determinação dos Grandes Poderes, liderados pelo governo Obama, de se afundar mais no fracasso.

Achei que Obama estava disposto a pensar o Irã de forma diferente. Parece que não. Os presidentes precisam liderar as principais iniciativas de política externa, e não serem reativos a considerações políticas internas, neste caso a ira incandescente no Capitólio em relação ao Irã em ano de eleição.

Vou começar pelo último ponto. O Brasil e a Turquia representam o mundo pós-Ocidental emergente, que vai continuar emergindo; a secretária de Estado Hillary Clinton, portanto, deve ser menos rápida no gatilho em matar os “esforços sinceros” de Brasília e Ancara com fracos elogios.

A capacidade do Ocidente de impor soluções às questões globais, como o programa nuclear do Irã, foi erodida. Os EUA, envolvidos em duas guerras em países muçulmanos sem conclusão, não pode arcar com uma terceira. A primeira década do século 21 delineou os limites do poder norte-americano. É grande, porém não é mais determinante.

Muitos americanos, inclusive os radicais do “Tea Party”, ficam revoltados com isso e latem contra os lobos. Eles vão descobrir que os fatos são os fatos.

Falando em fatos, serei meio teatral agora. O Irã vem produzindo, sob inspeção da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), urânio enriquecido a 5% (LEU). Se o Irã quiser produzir uma arma nuclear, esse LEU teria que ser enriquecido para grau de bomba (mais de 90%).

A idéia por trás do acordo americano em Genebra em outubro era levar uma boa parte do LEU para fora do Irã, para reforçar a confiança, criar espaço de negociação e remover o material que pudesse ser subvertido. Em troca, o Irã receberia combustível atômico para o reator de pesquisa médica em Teerã.

O Irã, usa uma prática de bazar: diz sim, talvez e não, enfurecendo Obama. O país dos aiatolás agora queria que o LEU fosse armazenado em solo iraniano sob controle da AIEA, que fosse transferido para lá em fases e que a troca de combustível fosse simultânea. Esqueça, disse Obama.

Bem, a Turquia e o Brasil agora restauraram os principais elementos do acordo de outubro: um único carregamento de 1.200 kg de LEU para um ponto fora do Irã (na Turquia) e um prazo de um ano –essencial para o início de maiores negociações- entre este depósito iraniano e a importação do combustível.

E qual foi a resposta dos EUA? Promover “fortes sanções” (talvez não mais “destruidoras”) contra o Irã na ONU, e insistir em uma suspensão do enriquecimento que não estava no acordo de outubro (de fato, este foi o centro da diferença de Obama para a doutrina Bush).

Obama de fato poderia ter dito: “A pressão funciona! O Irã hesitou nas vésperas das sanções da ONU. Voltou para nossa oferta. Precisamos ser prudentes, devido ao passado iraniano de duplicidade, mas isso é um progresso. O isolamento serve aos radicais iranianos”.

Não é de espantar que Ahmet Davutoglu, ministro de relações exteriores turco, esteja com raiva. Acredito nele quando diz que Obama e as autoridades norte-americanas estimularam a Turquia no início do ano a reanimar o acordo: “O que eles queriam que fizéssemos era promover a confiança no Irã para que aceitasse a troca. Fizemos nossa parte.”

Sim, a Turquia fez sua parte. Eu sei, os 1.200 kg agora representam uma proporção menor do LEU do Irã do que em outubro, e não é mais claro que o combustível virá da conversão do LEU depositado. Mas isso não é nada quando você está tentando construir uma frágil ponte entre os iranianos “falsos” e os americanos “provocadores” no interesse da segurança mundial.

As reações da França e da China –de apoio cauteloso- fizeram sentido. Os americanos não fizeram nenhum, ou somente na luz do forte defesa do Congresso por sanções “esmagadoras”. Maiores sanções não vão mudar o comportamento nuclear do Irã; negociações, talvez. Somente posso esperar que a reação americana tenha sido uma jogada de abertura.

No ano passado, na ONU, Obama pediu uma nova era de responsabilidade compartilhada. “Juntos, precisamos construir novas coalizões que superem nossas divisões”, declarou. Turquia e Brasil responderam –e foram esnobados. Obama fez suas próprias palavras iluminadas parecerem vazias.



Tradução: Deborah Weinberg

quarta-feira, 19 de maio de 2010

ESCLARECIMENTOS SOBRE A QUESTÃO DO IRÃ

Alguns pontos foram alvo de confusão nesse imbróglio persa, e a mídia brasileira, com seus tentáculos de trolls pervadindo tudo, contribuiu para isso, ao não informar corretamente. Em seu antilulismo psicótico, a mídia não consegue mais informar com isenção e, neste caso, está deliberadamente confundindo a opinião pública para esconder uma vitória que pode fortalecer politicamente o governo. Vale tudo para eleger Serra, até destruir o mundo.

É incrível a inversão de valores no caso do Irã. Os Estados Unidos patrocinaram um golpe de Estado no Irã em 1953. O país era uma democracia moderna, laica e tranquila, mas que se tornou inimiga dos interesses ocidentais quando nacionalizou suas companhias de petróleo. Depois deram dinheiro e armas químicas para Saddam Hussein invadir o Irã nos anos 80, num conflito que matou 1 milhão de iranianos e devastou a frágil economia do país. Subsidiaram Bin Laden, um saudita, para que ele montasse uma organização guerrilheira contra a União Soviética e daí surgiu a Al Qaeda. Aceitaram que Israel construisse bombas atômicas sem autorização da comunidade internacional. E agora os EUA e seus lacaios, incluindo as hipócritas lideranças européias, querem pintar o Irã como o grande vilão da humanidade?

Vamos esclarecer alguns pontos. O acordo do Brasil é o que a própria ONU havia exigido no ano passado e não conseguiu levar adiante, certamente pela incompetência da diplomacia americana e européia, que não se cansa de usar um vocabulário extremamente desrespeitoso e agressivo em relação ao Irã. Ele (o acordo) supõe que o Irã armazene e enriqueça a maior parte de seu urânio em outro país. Mas não exclui o enriquecimento de outra parte no próprio Irã. E sobretudo não significa, obviamente, o cancelamento do programa nuclear iraniano.


A capa do Globo desta terça-feira 18 de maio:

EUA INSISTEM EM SANÇÕES APESAR DO ACORDO



Francamente, eu acho absurda essa exigência de que o Irã processe seu urânio em outro país. Não sei como eles puderam aceitar isso. Para mim, é uma violação da soberania iraniana. Foi um ato de muita humildade por parte do Irã e convencimento por parte do Brasil. Um gesto de paz, quase submissão. O ceticismo, beirando ao escárnio, com que as potências ocidentais estão recebendo esse gesto é uma agressão inaceitável, portanto, que certamente não ajudará a torná-lo efetivo. Já conseguiram humilhar o Irã forçando-o a processar parte de seu urânio em outro país. Que mais querem?

Eu falei num post anterior que não gosto do Irã. Explico: é porque não sou religioso e não gosto de religião. No ano passado, andei meio carola, dizendo que era católico e tal. Mas agora voltei a meu normal ateu. Claro que não gosto de um país onde a religião manda em tudo.

Outro motivo para não gostar é que eles não bebem álcool. Acho que é proibido por lá, ou quase isso, e eu sou apaixonado por bebidas de todo tipo. Não suportaria viver num país onde não posso tomar minha cervejinha em paz, e acho um absurdo intolerável que seja proibido. Mas é o país deles e eu não tenho nada a ver com isso. Os EUA também proibiram o consumo de álcool por muitos anos.

Agora, o que me irritou mesmo foi aquela ONG fincar mãozinhas na areia de Ipanema pedindo direitos humanos no Irã. Ora, o Brasil é um dos países onde mais há crianças vagando pelas ruas, sofrendo terríveis traumas psicológicos por causa do crack, da cola, do abandono, da violência, da fome. Em São Paulo, a polícia tem torturado e assassinado um motoboy negro por semana. Há poucos meses a mesma polícia paulista agrediu professores indefesos e desarmados que protestavam por melhores salários. E essas dondocas querem direitos humanos no Irã?

Alguém conhece de verdade os problemas do Irã para exigir que as coisas sejam assim ou assado por lá? Há poucas décadas, milhões de iranianos morriam de fome. Hoje, é um país de economia estável, quase sem miséria extrema, com um dos maiores índices de ensino superior per capita do oriente médio. As taxas de criminalidade no Irã são próximas de zero, e as dondocas de Ipanema, residentes numa das cidades mais violentas do mundo, querem ensinar ao Irã, uma civilização com dezenas de milhares de anos, como lidar com seus problemas domésticos?

O Jornal da Globo desta segunda-feira entrevistou um tucanão da USP que disse que o acordo só atrapalhou as negociações. A inveja está levando muitos intelectuais paulistas a fazerem um papel ridículo. O acordo ajudou, é claro. Isso é consenso mundial, com exceção da ultradireita bélica americana e israelense, naturalmente. A dúvida é sobre seus desdobramentos.

Além disso, é evidente que esse acordo não resolve tudo. Taí outra tática mesquinha. Inventa-se uma tese esdrúxula segundo a qual o acordo significaria o fim de todos os problemas do oriente médio e do Irã. E aí depois mostra-se que não é bem assim, e, portanto, seria um fracasso. Não é assim. Ele representa grande avanço. Diplomacia inteligente é como seduzir uma mulher bonita. É um processo. De qualquer forma, produz efeitos geopolíticos muito positivos para o Brasil e o mundo. Ele projeta o Brasil e torna o mundo multipolar uma realidade.

O Irã tem que usar energia nuclear, até porque o mundo precisa parar de usar o petróleo como fonte de energia, antes que o planeta vire um forno e não se consiga mais plantar nada em lugar nenhum. O petróleo terá usos mais nobres no futuro, como a fabricação de derivados. As fontes energéticas devem ser renováveis e limpas. E a energia do futuro, na prática, por enquanto, é a nuclear. EUA e Europa estão construindo centenas de novas usinas nucleares, afora as milhares que já possuem. Mais de 80% da energia consumida na França vem de suas usinas nucleares. É de uma hipocrisia sem limites querer que o Irã, um país pobre, não possa sequer desenvolver a tecnologia nuclear para uso pacífico.

Nos últimos cem anos, a Europa quase destruiu o mundo, matando dezenas de milhões de seres humanos. Os EUA patrocinaram golpes de Estado em todo planeta, invadiram países, mataram milhões de inocentes. Logo ali, ao lado do Irã, os EUA já mataram mais de 1 milhão de iraquianos nos últimos oito anos, provocando um tremendo desequilíbrio no oriente médio. Os moderados árabes e persas que pregavam diálogo com o ocidente foram desmoralizados pela brutalidade dos falcões ianques. E perderam eleições e poder, abrindo espaço para a linha dura antiamericana.

Podíamos ir longe e recordar o golpe de 1953, patrocinado pela CIA, que derrubou um regime laico e democrático, dando início ao processo de endurecimento da política iraniana. Mas há fatos mais recentes. A invasão do Iraque, por exemplo, também deu força à linha dura iraniana. O Irã também tem sua indústria bélica doméstica. Também tem seus falcões de guerra. Com a guerra no Iraque, eles ganharam força. O país aumentou gastos militares. Fechou-se politicamente. Ampliou a repressão a movimentos de oposição, com vistas a manter o regime coeso. É um movimento natural. Em tempos de guerra, a democracia sempre perde. Dá ânsia de vômito ver os Estados Unidos invadirem o Iraque, violando todas as leis internacionais, e depois pintarem o Irã, que sempre esteve quieto no seu canto, como o vilão do mundo.

O Irã não tem mísseis de longo alcance. Não tem armas nucleares. Não tem armas químicas. É um país militarmente fraco. Sua força reside embaixo da terra, nas suas gigantescas jazidas de petróleo. É disso que estamos falando. Toda a encenação diplomática dos EUA visa derrubar o atual regime iraniano, que é fechado, autoritário, cruel, mas nacionalista e independente, para botar um aliado que aceite vender petróleo a baixo preço às refinarias ocidentais.

Outra coisa que é preciso esclarecer. É equivocado conceitualmente falar que a esquerda adora o Irã. A esquerda democrática não tem nada a ver com a teocracia iraniana. O regime político iraniano não é de esquerda. É conservador. A teocracia iraniana floresceu à sombra da ditadura de direita nascida após o golpe de Estado patrocinado pelos Estados Unidos, durante a qual a esquerda acadêmica, intelectual, artística, trabalhista, sindical, foi totalmente dizimada. Restaram só os padrecos islâmicos. Que se organizaram, pegaram em armas e tomaram o poder. A esquerda iraniana não existe. E não se pode esquecer que uma parte da oposição ao regime dos aiatolás é bancada por Washington.

Não se pode confundir, porém, a defesa de princípios de autodeterminação e soberania com louvação besta do regime iraniano. O Irã tem problemas gravíssimos. Mas eles serão resolvidos internamente, pelos próprios iranianos. Qualquer interferência externa, já está provado, só atrapalha.

Os iranianos são inteligentes, combativos e orgulhosos e tem plena condição de evoluir politicamente com suas próprias pernas. Se a comunidade internacional quer ajudar algum país, se as dondocas de Ipanema estão preocupadas com direitos humanos, eu aconselharia voltar sua atenção para alguns países africanos, para o Haiti, ou para a baixada fluminense, onde há pessoas em situação muito mais triste do que no Irã.


Escrito por Miguel do Rosário

http://oleododiabo.blogspot.com/

domingo, 16 de maio de 2010

A REVOLUÇÃO DOS URUBUS, sob a ótica da urubóloga

Esqueçam todas as análises de consultorias internacionais.

Esqueçam a The Economist, o Financial Times, o Le Monde, o El País, a Time, etc..

Miriam Leitão encontrou a luz da sabedoria suprema em Alexandre Marinis, sócio da consultoria Mosaico, e em Felipe Salto, da Tendências.

O início do texto nos aponta um cenário desolador:

"O governo Lula deixará uma pesada herança fiscal para quem quer que seja que lhe suceda. "

Ah, sim. Lula recebeu de FHC um país com desemprego explodindo, câmbio enlouquecido, dívida pública à beira de um colapso, recessão econômica.

E legará ao sucessor um país com desemprego em queda, câmbio estável, reservas internacionais atingindo 250 bilhões de dólares, e dívida pública líquida menor e sob controle.

Para a urubuzada demotucana, no entanto, isso é "pesada herança fiscal".

Confiram a evolução da dívida pública, % s/PIB, durante o governo Lula:

2002 - 63%
2003 - 58%
2004 - 56%
2005 - 52%
2006 - 48%
2007 - 37%
2008 - 43%
2009 - 42%
2010 - 41%


Registrou um leve aumento em 2008 (43%), por conta da crise mundial, e ainda assim se manteve em patamar muito inferior ao observado no início do governo (63%).

Os entrevistados de Miriam dizem exatamente o que ela quer ouvir.

O governo fez tudo errado.

O Brasil saiu fortalecido da crise financeira mundial? Dane-se, fez errado.

O Brasil deve experimentar um crescimento vigoroso este ano? Dane-se, fez errado.

O Brasil está conseguindo solucionar seus problemas sociais mais agudos? Dane-se, fez errado.

Escutem a maviosa voz do urubu:


A maior parte da queda do superávit primário foi para aumento de despesas de custeio, pessoal e Previdência. A dívida pública bruta cresceu fortemente e isso só não aparece na dívida líquida pelos truques contábeis.

Não interessa se os novos funcionários contratados ajudaram na recomposição de áreas críticas da saúde pública e da pesquisa universitária. Dane-se, tá errado.

Não interessa se o governo contratou policiais federais que ajudaram a combater a corrupção e o tráfico de armas no pais. Dane-se, tá errado.

Para Miriam Porcão, o dinheiro do governo deve ir integralmente para a Odebrecht.

Para ela, gastos sociais e contratação de médicos e professores, não representa "investimento".

Depois da revolução dos bichos, inventada por George Orwell, pede-se a algum escritor que nos presenteie com uma revolução dos urubus. Miriam Leitão seria a líder máxima.


FONTE: http://oleododiabo.blogspot.com/2010/05/revolucao-dos-urubus.html

sexta-feira, 7 de maio de 2010

A ESTÉTICA DA B A I X A R I A

A produção da blogosfera se mantém intensa. O Brizola Neto tem feito um trabalho espetacular em seu blog, respondendo a matérias do Globo, Folha e Estadão. Eduardo Guimarães, Nassif, Azenha, idem. Maurício Caleiro publicou hoje um post excepcional sobre o cinismo de Serra em não se apresentar como oposição.

É tanto fera escrevendo que eu, quando me afasto da blogosfera por alguns dias, ou mesmo algumas horas, tenho a sensação estranha, quando volto à ativa, de estar "sobrando". Vejo os jogadores passando a bola um para o outro, com talento e classe, e me pego zanzando, meio confuso, de lá para cá, sem saber onde a bola se encontra.

Entendo que não posso pensar assim. A blogosfera tem de aumentar muito, muito mais. Meu blog tem batido recordes de visitação nas últimas semanas, e sempre que eu o atualizo de forma mais frequente, registro novos recordes. Lembro do tempo em que eu me orgulhava que o site do Arte & Política e meu blog marcavam 300 visitantes únicos diários. Outro dia, o Óleo marcou mais de 3 mil pages views e 1,7 mil visitantes únicos. Não digo isso para me gabar, ou antes, digo sim, mas também para mostrar que a blogosfera está crescendo efetivamente, visto que há blogs políticos com visitação infinitamente superior à minha.

E isso não significa nada. O público da blogosfera é ávido e infiel. Se você não atualizar seu blog, se você deixar a chama baixar, os gráficos despencam no dia seguinte. Existe um controle de qualidade severo na web. Isso a torna cada vez melhor, e também o trabalho do blogueiro cada vez mais difícil.

Uma das tarefas mais populares da blogosfera é o trabalho de contrainformação. A partidarização da mídia pesa na balança ideológica, produzindo desequilíbrio e demanda social por um contrapeso. Os blogueiros perceberam esse déficit e fazem o possível para preencher a lacuna.

Justamente por o Tijolaço estar fazendo um bom trabalho analisando o Globo e seus priminhos de São Paulo, eu me vejo empurrado para os subúrbios mais perigosos da big press. O blog de Augusto Nunes, por exemplo. Hospedado no site da Veja, Augusto Nunes é uma espécie de xipófago de Reinaldo Azevedo, blogueiro da mesma revista, de cujas estrepolias eu tenho me poupado há anos (tinha mais o que fazer; ler Faulkner, por exemplo)- mas que talvez, para não chutar a mesma bola que outros blogueiros estão tocando, eu também seja obrigado a frequentar.

Pois alguém precisa fazer a marcação desses caras; se tiver que ser eu, então eu faço.

Já escrevi algo sobre Augusto Nunes num outro post, mas creio que o tema pode ser melhor explorado.

O blogueiro da Veja é, antes de tudo, agressivo. Sua diferença em relação a Reinaldo talvez seja o estilo mais barroco e conciso. O interessante, a meu ver, é que, ao embarcar num discurso tão maniqueísta, tão encarniçadamente de oposição, Nunes faz exatamente o que Serra, que ele defende com um nervosismo que beira a histeria, vem procurando evitar.

Em virtude do grau tóxico do texto a ser analisado, creio que é mais saudável expor somente pequenas doses. Eis aqui, como exemplo, o início de seu último post, publicado há pouco:


Parida por stalinistas farofeiros, avalizada por um presidente ignorante também em geopolítica e executada por um chanceler poltrão, a política externa do governo brasileiro ultrapassou uma das últimas fronteiras da canalhice ao retomar a sequência de agressões a Honduras. Pronto para a viagem ao Irã, em fase de aquecimento para a tarefa de distrair aiatolás atômicos com afagos subalternos e anedotas vulgares, Lula voltou a absolver um governo infame enquanto reiterava a excomunhão de um presidente democraticamente eleito.


Esses caras produzem uma realidade paralela. Não há frase que não seja uma mentira. Não me darei ao trabalho de desconstruir peça por peça. Apenas chamo a atenção para o estilo caricato e preconceituoso. "Stalinistas farofeiros"... O Brasil nunca ganhou tanto dinheiro, tanto na exportação quanto no mercado interno. Este ano devem ser gerados mais de 2 milhões de empregos e a economia possivelmente crescerá mais de 7%. Faltou dizer que os stalinistas além da farofa também se alimentam de massas cheirosas...

O que acontece aqui? A resposta está em outro post de Nunes, em que ele reproduz texto de um comentarista:


“Bombardeada de críticas sobre seus tropeços no quesito fashion, a ex-ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência, resolveu pedir a ajuda de profissionais de estilo para renovar seu guarda-roupa de campanha.”

Tropeços no quesito fashion? Esse é o maior problema de Dilma? E o discurso em andrajos? A sintaxe em farrapos? As concordâncias penduradas num trapo de tecido ordinário? A nudez grotesca do raciocínio. As ideias encardidas, rotas, puídas. A postura troncha. O pensamento sem alinhavo, sem ponto e pesponto. Os programas de governo sem bojo, sem modelagem. Os números sem medidas. A inteligência sem acabamento. A cognição do avesso. A ignorância extralarge, XXX?

Se Chanel e Dior ressuscitassem só para trabalhar como “profissionais de estilo” de sua campanha, Dilma não seria mais do que é e sempre foi ─ uma fraude mal acabada, imprópria até para uma arara de loja da Galeria Pajé.



Compreenderam?
Eles não tem mais o que criticar.
Diante dos números positivos da economia, do emprego, dos elogios da imprensa estrangeira, adotam uma linguagem cada vez mais desequilibrada e emocional. São textos sem verbos, sem substantivos. Apenas adjetivos, adjetivos, adjetivos... Não debatem mais idéias; atacam as pessoas. Usam a chacota para desequilibrar psicologicamente seus adversários. É a estética da baixaria.

A Veja assume-se como periferia violenta de uma cidadela midiática dominada por gangues psicóticas, onde o debate político é substituído por insultos, grosserias e chauvinismos.

Nunes parece o homem que diz berrando para sua esposa não falar alto, e xinga o filho por ter pronunciado um nome feio.

Curiosamente, os textos dessa turma toda estão ficando parecidos entre si. Augusto Nunes, Reinaldo Azevedo, Arnaldo Jabor, semelham avatares diferentes do mesmo cérebro. Impressionam os incautos com seu palavreado incendiário, espalhafatoso, barroco. Mas disparam apenas fogos de artifício. O texto deles não se sustenta no tempo, porque não tem substância nem ritmo. Praticam um maniqueísmo tolo, pirracento, artificial, direcionado a espíritos pequenos e infantis. Em todas as épocas, existiram titipinhos semelhantes, tão cheios de si quanto ocos por dentro.

Se é esse tipo de gente que ataca violentamente Dilma Rousseff e Marcelo Branco, então podemos ter certeza de que Dilma é a melhor candidata e Branco é o melhor coordenador de internet. Os cães furiosos, presos às oleiras de seus donos, podem latir, babar, vomitar, os olhos injetados de ódio, não importa, a caravana vai passar sobre suas carcaças e seguir viagem em direção a outras guerras mais nobres, mais dificeis, contra adversários muito mais perigosos...

Escrito por Miguel do Rosário # Sexta-feira, Maio 07, 2010

quinta-feira, 6 de maio de 2010

SERRA NÃO NASCEU ONTEM. NEM NÓS.

Um cidadão que tivesse ficado perdido numa ilha deserta nos últimos 25 anos e lesse o noticiário de hoje na internet era capaz de acreditar que José Serra não poderia ser candidato à Presidência da República, por ainda não ser maior de idade.

Pois só assim se justificaria o que SERRA diz na Folha Online:

“Não me coloco como oposição ou situação. Eu me coloco como candidato para o futuro. Política para mim não é Fla-Flu, nem Grêmio versus Internacional”.

- Muito bem, candidato, então o senhor nasceu ontem? Não existe candidato para o futuro sem que se conheça o seu passado.

Como o eleitor pode saber que Serra é um bom candidato para o futuro? Com base em que saberá que ele tem condições de levar o país adiante?

Na política existe uma coisa muito importante chamada trajetória. Serra não nasceu ontem nem é um novato na política. O seu lado está muito bem definido e o que parece é que ele tenta esconder o que representa. José Serra é, como chama a mídia, um tucano de alta plumagem. Participou e participa de todas as decisões do partido e foi integrante ativo e fundamental nos oito anos do governo Fernando Henrique Cardoso.

Apoiou e defendeu com gosto o processo de privatização das empresas públicas, do desmonte das redes de apoio social, da desregulamentação das relações de trabalho, da redução do papel do Estado e da entrega da economia ao mercado.

No governo tucano em que Serra foi ministro, o país quebrou duas vezes e precisou ir de pires na mão ao FMI. A subserviência brasileira era tal que o ministro das Relações Exteriores aceitou tirar os sapatos para entrar nos Estados Unidos.

Tudo isso é público e notório. Só José Serra não sabe, não viu e não fala. Ele reeditou o esqueçam o que escrevi de FHC e lançou o esqueçam que existi.

Estou começando a achar que aquele site “Gente que Mente” não ganhou este título para fazer baixaria contra Dilma e Lula.

Foi autocrítica tucana, mesmo.

TEXTO ORIGINAL NO SITE:
http://www.tijolaco.com/