"Esta noite 200 milhões de crianças dormirão nas ruas, mas nenhuma delas é cubana." FIDEL CASTRO

quinta-feira, 28 de abril de 2011

O ANO DA DISSOLUÇÃO DOS EEUU


Paul Craig Roberts (*)


Foi em 2017. Os clãs governavam a América.

Os primeiros clãs organizaram-se em torno de forças da polícia local.
A guerra ao crime dos conservadores durante o fim do século XX e a guerra ao terror de Bush/Obama durante a primeira década do século XXI deram como resultado a polícia tornar-se militarizado e inimputável.

Quando a sociedade se decompõe, as polícias tornam-se os senhores da guerra. A polícia do estado separou-se e os seus oficiais foram incluídos nas forças locais das suas comunidades.

As tribos recém formadas expandiram-se para incorporar parentes e amigos da polícia.

O dólar como divisa de reserva mundial entrou em colapso em 2012 quando o agravamento da depressão econômica deixou claro para os credores de Washington que o déficit do orçamento federal era demasiado grande para ser financiado, a não ser pela impressão de dinheiro.

Com a morte do dólar, os preços das importações dispararam. Como os americanos eram incapazes de aceder a bens fabricados no estrangeiro, as corporações transnacionais que estavam a produzir lá fora para mercados nos EUA entraram em bancarrota, corroendo mais uma vez a base de receitas do governo.

O governo foi forçado a imprimir dinheiro a fim de pagar as suas contas, provocando a ascensão rápida dos preços internos. Confrontada com hiper-inflação, Washington adotou o recurso de terminar com  a Seguridade Social e o Medicare e a seguir confiscou os remanescentes das pensões privadas. Isto proporcionou um ano de alívio, mas sem mais recursos para confiscar, a criação de dinheiro e a hiper-inflação recomeçaram.

A distribuição organizada de alimentos rompeu-se quando o governo combateu a hiper-inflação com preços fixados e a ordem de que todas as compras e vendas tinham de ser na divisa de papel dos EUA. Relutantes em comerciar bens valiosos por papel depreciado, os bens desapareceram das lojas.

Washington respondeu tal como Lenine o havia feito durante o período do "comunismo de guerra" da história soviética. O governo enviou tropas para confiscar mercadorias para distribuição em espécie à população. Isto foi um expediente temporário até que os estoques  existentes fossem esgotados, pois a produção futura foi desencorajada. Grande parte dos estoques confiscados tornou-se propriedade das tropas que apreenderam os bens.

As mercadorias reapareceram em mercados sob a proteção de senhores da guerra locais.

As transações eram efetuadas em escambo (barter) e em ouro, prata e moedas de cobre.

Outros clãs organizaram-se em torno de famílias e indivíduos que possuíam estoques de alimentos, barras de ouro, armas e munições. Formaram-se alianças incômodas para equilibrar diferenças nas forças dos clãs. As traições rapidamente fizeram da lealdade um traço necessário para a sobrevivência.

A produção em grande escala de alimentos e outros bens veio abaixo quando milícias locais tributaram a distribuição dos bens transportados através dos seus territórios locais.

Washington apropriou-se da produção interna de petróleo e das refinarias, mas grande parte da gasolina do governo era paga em espécie para poder passar em segurança através dos territórios dos clãs.

A maior parte das tropas nas bases de Washington no estrangeiro foram abandonadas.

Quando os seus estoques de recursos ficaram esgotados, os soldados abandonados foram forçados a alianças com aqueles com quem tinham estado a combater. Washington descobria que era cada vez mais difícil manter-se a si própria. Como perdia o controle sobre o país, Washington era menos capaz de assegurar abastecimento vindo do estrangeiro como tributo daqueles a quem ameaçava com ataque nuclear. Gradualmente outras potências nucleares perceberam que o único alvo na América era Washington. Os mais astutos anteviram acontecimentos fatais e afastaram-se para longe da antiga cidade capital.

Quando Roma começou o seu império, a sua divisa consistia em ouro e prata cunhadas.

Roma era bem organizada com instituições eficientes e a capacidade para abastecer tropas no campo de modo a que as campanhas pudessem continuar indefinidamente, um monopólio naquele mundo do tempo de Roma.

Quando o orgulho arrogante remeteu a América para a busca de império além-mares, a aventura coincidiu com a deslocalização da manufatura, da indústria e dos empregos de serviços profissionais da América e da correspondente erosão da base fiscal do governo, com o advento de déficits orçamentais e comerciais maciços, com a erosão do valor da divisa de papel fiduciário e com a dependência da América de credores estrangeiros e de governantes fantoches.

O Império Romano perdurou por séculos. O Americano entrou em colapso da noite para o dia.

A corrupção de Roma tornou-se a força dos seus inimigos e o Império Ocidental foi invadido.

O colapso da América verificou-se quando o governo cessou de representar o povo e tornou-se o instrumento de uma oligarquia privada. As decisões eram tomadas em busca de lucros a curto prazo para poucos e com despesas de passivos não administráveis para muitos.

Esmagado pelos passivos, o governo entrou em colapso.

O globalismo havia chegado ao fim. A vida foi reformada numa base local.



26/Julho/2010
(*) Foi editor do Wall Street Journal e secretário assistente do Tesouro dos EUA. O seu último livro pode ser encomendado através deste link: How the Economy Was Lost .

terça-feira, 26 de abril de 2011

"O DÓLAR TEM OS DIA CONTADOS", diz jornalista suiça.



Li agora e achei interessantíssima a matéria publicada pelo site Swissinfo com a jornalista de economia Myret Zaki.

Ela apresenta uma visão que, aqui, é muito raro encontrar quem tenha coragem de sustentar. E que é indispensável para entender os movimentos da economia, porque os analista, em geral, continuam sustentando o discurso que a crise de 2008 demonstrou ser insustentável.

As evidências, porém, são muito forte e, por isso, vão começando a surgir as vozes que dizem, como na fábula, o que não se quer ver: o rei está nu!
Transcrevo alguns trechos da matéria e da entrevista de Zaki:

“A moeda americana se transformou na maior bolha especulativa da História e está condenada a uma forte queda. Os ataques contra o euro são apenas uma cortina de fumaça para esconder a falência da economia americana, defende a jornalista suíça Myret Zaki em seu último livro.


“A queda do dólar se prepara. É inevitável. O principal risco no mundo atualmente é uma crise da dívida pública americana. A maior economia mundial não passa de uma grande ilusão. Para produzir 14 trilhões de renda nacional (PIB), os Estados Unidos geraram uma dívida de mais de 50 trilhões que custa 4 trilhões de juros por ano.”

O tom está dado. Ao longo das 223 páginas de seu novo livro, a jornalista Myret Zaki faz uma acusação impiedosa contra o dólar e a economia americana, que considera “tecnicamente falida”.

A jornalista se tornou, nos últimos anos, uma das mais famosas escritoras de economia da Suíça. Em seus últimos livros, ela aborda a situação desastrosa do banco suíço UBS nos Estados Unidos e a guerra comercial no mercado da evasão fiscal. Na entrevista a seguir, Myret Zaki defende a tese de que o ataque contra o euro é para desviar a atenção sobre a gravidade do caso americano.

Swissinfo.ch: A Senhora diz que o crash da dívida americana e o fim do dólar como lastro internacional será o grande acontecimento do século XXI. Não seria um catastrofismo meio exagerado?

Myrette Zaki: Eu entendo que isso possa parecer alarmista, já que os sinais de uma crise tão violenta ainda não são tangíveis. No entanto, estou me baseando em critérios altamente racionais e factuais. Há cada vez mais autores americanos estimando que a deriva da política monetária dos Estados Unidos conduzirá inevitavelmente a tal cenário. É simplesmente impossível que aconteça o contrário.

Swissinfo.ch: No entanto, esta constatação não é, de forma alguma, compartilhada pela maioria dos economistas. Por quê?

MZ: É verdade. Existe uma espécie de conspiração do silêncio, pois há muitos interesses em jogo ligados ao dólar. A gigantesca indústria de asset management (investimento) e dos hedge funds (fundos especulativos) está baseada no dólar. Há também interesses políticos óbvios. Se o dólar não mantiver seu estatuto de moeda lastro, as agências de notações tirariam rapidamente a nota máxima da dívida americana. A partir daí começaria um ciclo vicioso que revelaria a realidade da economia americana. Estão tentando manter as aparências a todo custo, mesmo se o verniz não corresponde mais à realidade.
 
 
Swissinfo.ch: Não é a primeira vez que se anuncia o fim do dólar. O que mudou em 2011?

MZ: O fim do dólar é realmente anunciado desde os anos 70. Mas nunca tivemos tantos fatores reunidos para se prever o pior como agora. O montante da dívida dos EUA atingiu um recorde absoluto, o dólar nunca esteve tão baixo em relação ao franco suíço e as emissões de novas dívidas americanas são compradas principalmente pelo próprio banco central dos EUA.

Há também críticas sem precedentes de outros bancos centrais, que criam uma frente hostil à política monetária americana. O Japão, que é credor dos Estados Unidos em um trilhão de dólares, poderia reivindicar uma parte desta liquidez para sua reconstrução. E o regime dos petrodólares não é mais garantido pela Arábia Saudita.

Swissinfo.ch: Mais do que o fim do dólar, a Senhora anuncia a queda da superpotência econômica dos EUA. Mas os Estados Unidos não são grandes demais para falir?

MZ: Todo mundo tem interesse que os Estados Unidos continuem se mantendo e a mentira deve continuar por um tempo. Mas, não indefinidamente.

Ninguém poderá salvar os americanos em última instância.

São eles quem terão que arcar com o custo da falência.

Um período muito longo de austeridade se anuncia. Ele já começou.
Quarenta e cinco milhões de americanos perderam suas casas, 20% da população sairam do circuito econômico e não consomem mais, sem contar que um terço dos estados dos EUA estão praticamente falidos.

Ninguém mais investe capital no país.

Tudo depende exclusivamente da dívida (americana).

terça-feira, 12 de abril de 2011

VIOLÊNCIA CONTRA A BLOGUEIRA CIDADÃ

SÃO PAULO: A PSICOPATA E A BLOGUEIRA CIDADÃ


SONIA AMORIM

Quando se fala em violência contra a mulher imediatamente se pensa em sangue: espancamentos, hematomas, cara inchada, ferimentos, olho roxo, tapas, murros, cortes, socos, pontapés, escoriações etc. etc. E a primeira ideia que vem é a de um marido ou companheiro truculento, autoritário, ignorante, que se vale de sua força física para subjugar, humilhar e ferir uma esposa ou companheira por meio da covarde violência física.

Essa é "apenas" uma das modalidades de violência contra a mulher. A mais visível, talvez a mais chocante, a que muitas vezes "dá mídia".

Mas há outras tantas modalidades. Muitas delas surdas, silenciosas, quase invisíveis. E seus agentes vão muito além de maridos e companheiros. E são igualmente covardes e perversas.

Atentem para isso: violência contra a mulher constitui VIOLAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS DAS MULHERES.


Exemplos de Violência Familiar

Irmão que subjugava irmã a mando da mulher psicopata, invejosa e gananciosa.

Mulher psicopata, que manipulava marido, com mentiras e invencionices, para atingir, prejudicar e roubar a cunhada.

Ex-cunhada psicopata, que ocupa grande parte do seu tempo na promoção de linchamento moral e campanha difamatória contra a irmã do falecido marido, à qual inveja, lesa e pretende calar para sempre.

Sobrinhos, incluindo mulheres, oportunistas, de péssimo caráter, que se aproveitam de situação de fragilidade da tia solteira e sozinha para lesá-la, roubá-la.

Insultos, desvalorização, ridicularização, ameaças, constrangimentos, intimidações de psicopata e cúmplices contra ex-cunhada, mantendo-a numa espécie de "cárcere privado", cerceando sua liberdade de ir e vir, violando direitos fundamentais à trabalho, acesso à comunicação, à justiça etc. etc.

Roubo, apropriação indébita, estelionato, fraudes e vigarices de todo o tipo, de psicopata, filho, filhas contra ex-cunhada e tia, em conluio com duas advogadas, agentes públicos do Judiciário e outros, comprometendo sua saúde emocional e psicológica e colocando em risco sua vida e integridade física.


Violência institucional

Ação ou omissão de autoridades do Judiciário, aproveitando-se de seu poder sem qualquer controle para subjugar, calar, lesar, muitas vezes acumpliciando-se com familiares desonestos e desprovidos de escrúpulos.

Prepotência, abuso de poder, negligência, desídia, leniência, corrupção de agentes públicos do Judiciário, que sob a capa de proteção do poder mais poderoso (!) da República tramam, desqualificam, desacatam, mentem, roubam, saqueiam, lesam ... uma mulher a mando de outra, perversa, predadora e alpinista social: psicopata.

Ameaças, constrangimentos, intimidações de agentes públicos armados (policiais), que ao arrepio da lei usam e abusam de seu aparato repressivo para intimidar mulher sozinha, solteira, em situação de vulnerabilidade, cuja única arma é a palavra.

Tudo isso representa violência contra a mulher. Violência em curso, em andamento, em tempo real.

Portanto, a questão é muitíssimo mais ampla e dolorosamente mais grave.

E tem como protagonistas-delinquentes familiares e autoridades do mais poderoso dos poderes da República.

Isto é um alerta e uma denúncia.



Leiam, divulguem, reproduzam se possível.



ACESSEM O BLOG DA AUTORA

quarta-feira, 6 de abril de 2011

PARA QUE SERVEM A ANATEL E A ANEEL?




Em tese uma “Agência Reguladora deve ser responsável pela criação de um ambiente que concilie a saúde econômico-financeira das empresas com as exigências e as expectativas do mercado consumidor, resguardando os interesses nacionais.”


As Agências Reguladoras e Fiscalizadoras foram criadas para defender os interesses do POVO BRASILEIRO e a soberania do BRASIL ou as PRESTADORAS DE SERVIÇO?

Em 25/01/2011, fui surpreendido pela decisão da diretoria da ANEEL de “perdoar” os SETE BILHÕES DE REAIS, que foram cobrados a mais dos consumidores brasileiros pelas distribuidoras de energia elétrica durante oito anos!
O presidente da ANATEL, Ronaldo Mota Sardenberg falou que corrigir o erro poderia criar uma INSEGURANÇA ENERGÉTICA(?) !!!
O sobrenome do sujeito já diz tudo...

Fazer “caridade” com o dinheiro alheio é muito cômodo, mas eles não tem delegação de poderes para praticar doações.

Da mesma forma age a diretoria ANATEL ao fechar os olhos para os desrespeitos das empresas de telefonia.

Agora está vindo à tona os desmandos através de pareceres da Procuradoria da ANATEL, que permite a alienação dos BENS REVERSÍVEIS DAS EMPRESAS DE TELEFÔNIA ESTATAIS.

Será que não basta eles nunca terem questionado as altas tarifas da telefonia celular no Brasil – uma das mais altas do mundo! -, a falta de manutenção nos orelhões em todo o Brasil, etc.........

Por que nunca investiram em ações jurídicas contra a cobrança da assinatura básica?

As empresas não precisam nem gastar com advogados.

ELAS já tem as próprias agências para lhes acobertar com a sua PROCURADORIA!

Sendo assim, EU VOU RECLAMAR A QUEM?


segunda-feira, 4 de abril de 2011

POR ONDE ANDA A JUSTIÇA?

Justiça solta quem desviou dinheiro da merenda escolar…


1ª DAMAS SÃO SOLTAS



A Justiça federal mandou soltar nove das 16 pessoas presas em Alagoas, na semana passada, sob a acusação de desviarem R$ 8 milhões do programa nacional de alimentação escolar para a compra de uísque, vinho, ração pra cachorro e até uma boneca, entre outras mercadorias.

Entre as pessoas liberadas da carceragem da Polícia Federal em Maceió está uma das quatro mulheres de prefeitos envolvidas no esquema – Heloísa Maria Cruz Ferro, primeira dama de Limoeiro de Anadia. Na cidade dela, alunos de uma escola tinham por merenda apenas bolacha e água. Até agora, 10 integrantes do bando foram indiciados por peculato e formação de quadrilha.

 
…e governo prende quem reclamou verbas para o Corpo de Bombeiros



FALOU AVERDADE E FOI PRESO

O major Carlos Burity, do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas, está preso desde sábado porque reclamou da falta de estrutura da guarnição para combater um incêndio ocorrido no Pavilhão do Artesanato da praia de Pajuçara. “Ele colocou assuntos da corporação em público, sem autorização”, alegou o secretário estadual de Defesa Social, coronel Dário César.Burity valeu-se do microblog Twitter para comentar a prisão.

“Decência, personalidade, capacidade! Repressão é termo usado na ditadura! Cumpro determinação e me encontro preso junto com meu filho. PRESO! PRESO! Falei algo demais? Devo mentir? Tô conversando aqui com meu filho!”.

O major reclamou da falta de estrutura da corporação depois que comerciantes vaiaram a ação dos Bombeiros porque o carro deslocado do quartel para debelar o incêndio não tinha água suficiente e teve de ser abastecido.

“Há 16 anos venho sendo feito de palhaço. Todos sabem que faltam viaturas e equipamentos e somos nós que escutamos as reclamações da população como as de hoje. É preciso que todos saibam que a tropa é dedicada e faz o impossível para prestar o serviço ao alagoano”, desabafou o oficial em mensagem no Twitter.Também pelo Twitter, o secretário de Defesa Social, coronel Dário César, exigiu respeito à hierarquia militar. “As organizações militares são fundadas na hierarquia e disciplina através dos séculos. Qualquer tentativa de sua inobservância tem que ser reprimida!”.

Em abril de 2005 o então governador de Alagoas Ronaldo Lessa mandou prender o major Carlos Burity pelo mesmo motivo. Daquela vez, Burity distribuiu mensagem eletrônica aos veículos de comunicação reclamando da falta de estrutura do Corpo de Bombeiros.



Fonte: Brasília Confidencial
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sexta-feira, 1 de abril de 2011

FEITO DE FERRO E DE FLOR

Gregório Bezerra - Uma entrevista histórica - Parte 1



Gregório Bezerra - Uma entrevista histórica - Parte 2



Gregório Bezerra - Uma entrevista histórica - Parte 3




Gregório Bezerra veio ao mundo no pior ano possível. A terra rachada de aridez mostrava a terrível seca que amofinava o leite de todos os animais, do cabrito, da vaca, do ser humano. Logo quando chegou ao mundo, a sua mãe perambulava pelas estradas, em meio à vegetação da caatinga, sem poder ver o verde de uma simples folha, ou da esperança.

Após perder seus pais, ainda menino de calças curtas, foi criança de rua. O mundo quase apenas lhe reservou desgraças. O mundo fez tudo para retirar a sua gentileza, mas nunca conseguiu o vencer. Sua fé no ser humano, seu caráter inabalável, fazem dele um mito, um herói, um exemplo a ser seguido, faz dizer com justiça que ele é um homem de ferro.

Esteve em todas as lutas pela democracia no Brasil ocorridas no século passado. Levantou armas todas as vezes que uma ditadura se instaurou no Brasil. Organizou o povo mais pobre para lutar com a própria vida pela democracia, e por seus direitos. As pessoas que ele defendia, os trabalhadores rurais, tinham condições de vida e direitos tão precários, que na atualidade o Ministério do Trabalho ao encontrar um caso equivalente o classificaria como situação análoga à escravidão.

Ensinou a quem vivia em condições equivalentes à escravidão que eles eram seres humanos, e tinham direitos iguais a todos os outros. Lutou pelos direitos de igualdade entre gêneros, pretendia que uma mulher camponesa recebesse a mesma quantia de salário que um homem, desde a década de 30, até o dia de sua morte.

Foi preso por motivos políticos por todas as ditaduras, ficando por 22 anos em cárcere. Dividiu a cela com Luís Carlos Prestes, e até mesmo com o cangaceiro Antônio Silvino. Viveu exilado na União Soviética, e sofreu preconceito até de alguns de seus companheiros de militância política, que lhe negavam o microfone por ele ser um homem simples do povo. Só teve a oportunidade de se alfabetizar quando tinha 25 anos.

Homem sábio, inteligente, era pacato e gentil, inspirava confiança sendo seguido pelas massas. Um homem de flor, que na vigência da democracia foi eleito o deputado federal mais votado no estado de Pernambuco. Na prisão recebia cartas de amor de mulheres da sociedade, que eram todas rasgadas por sua advogada. Foi fiel por toda a sua vida à sua esposa, que conheceu na vida de camponês.

O golpe de 1964 o torturou de maneira brutal, em praça pública, tudo transmitido pela televisão, para toda a cidade. Ele, à época um homem já de idade, foi arrastado pelas ruas do bairro de Casa Forte com uma corda amarrada em seu pescoço. Seus pés foram banhados em fluído de bateria de automóvel, ficaram em carne viva. Ao ser torturado, só disse algumas poucas frases em defesa de sua dignidade, como após ser xingado de filho de uma puta por um homem de fardas: “Coronel, a minha mãe era uma mulher honrada!”.

O autor deste texto não viveu esta história, nem era nascido. Mas a escuta desde a infância pois os seus avôs, seus tios e seu pai moravam na praça de Casa Forte no dia em que ele foi torturado. Quando os militares começaram a desgraçar Gregório Bezerra, a avó do autor buscou os filhos no colégio e a família se trancou em casa, desligou a televisão. Ouvia-se pelas grades da casa os desesperados gritos dos populares: “Vão matar o homem, é uma desgraça!”.

Quando lhe foi ofertada a liberdade do cárcere, a recusou em sua grandiosidade, em razão de divergências com o partido comunista. Apenas aceitou ser trocado pelo embaixador americano para não prejudicar outros prisioneiros. Faleceu em 1983 sem conseguir ver a democracia ser restabelecida.

Gregório Bezerra nunca teria justiça, caso isso dependesse do Supremo Tribunal Federal, que constrange a todos os brasileiros com a sua decisão sobre a lei da anistia. Em razão deste lamentável julgamento, o Brasil acaba de receber a sua primeira condenação pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, que ordena a investigação de todos os crimes contra a humanidade cometidos pela Ditadura Militar brasileira.

Muitos brasileiros lutam pelo estabelecimento de justiça, para que os arquivos de crimes cometidos pelos militares em seus vinte e quatro anos de sombras não sejam escondidos do povo brasileiro, para que os desumanos que torturaram, mataram e fizeram pessoas desaparecer não fiquem impunes.

Um viva a todos que lutaram contra a Ditadura Militar brasileira. Esta luta é de todos que apreciam a democracia, que valorizam a vida. Um viva à Gregório Bezerra, o homem feito de ferro e de flor



REVOLUÇÃO REDENTORA? - NÃO! - FOI UM 1º DE ABRIL!


Tributo ao Regional
Composições: Chico Anisio e Arnaud Rodrigues


Não há considerações gerais a fazer

Tá tudo aí... Tá tudo aí

Para quem quiser ver



Não há considerações gerais a fazer

Tá tudo aí... Tá tudo aí

Para quem quiser ver



Um som perfeitamente leve pro meu corpo

Um som incrivelmente vivo, nada morto



Chia (chia), chia (chia), chia meu cavaquinho

Pia (pia), pia (pia), pia minha flautinha



Não há considerações gerais a fazer

Tá tudo aí... Tá tudo aí

Para quem quiser ver



Não há considerações gerais a fazer

Tá tudo aí... Tá tudo aí

Para quem quiser ver



Um som perfeitamente leve pro meu corpo

Um som incrivelmente vivo, nada morto



Chia (chia), chia (chia), chia meu cavaquinho

Pia (pia), pia (pia), pia minha flautinha



Chia (chia), chia (chia), chia meu cavaquinho

Pia (pia), pia (pia), pia minha flautinha





COMISSÃO DA VERDADE JÁ!



SÓ ISSO INTERESSA!

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