"Esta noite 200 milhões de crianças dormirão nas ruas, mas nenhuma delas é cubana." FIDEL CASTRO

terça-feira, 30 de junho de 2009

LABORATÓRIOS MULTINACIONAIS COMPRAM FORÇAS ARMADAS E FINANCIAM GOLPE EM HONDURAS

Laerte Braga
O "acendrado, bravo e democrático patriotismo" dos militares de Honduras está sendo muito bem pago pelos laboratórios GLAXO, SANOFI, SMIYH KLINE, PFIZER, STEIN, NOVARTIS, BRISTOL MYERS e AVENTIS. Na defesa dos interesses dessas máfias é que os militares saíram às ruas, seqüestraram o presidente da República, seqüestraram e mantiveram detidos embaixadores de outros países e proclamaram os "justos motivos" para "defender a legalidade".

Legalidade na ótica de militar golpista é propina pela submissão a interesses estrangeiros e de elites de seu país. Não têm o menor compromisso com Honduras ou o que quer que seja que não signifique a hipocrisia da "pátria amada". São bandidos fardados pura e simplesmente, a serviço grandes quadrilhas empresariais, bancos e latifundiários.
Foi assim no Brasil em 1964 quando aceitaram passivamente o comando norte-americano - general Vernon Walther -. Foi assim no Chile quando derrubaram Salvador Allende num golpe conduzido pela CIA e Henry Kissinger. É assim em Honduras, a despeito do boquirroto Barak Obama. Não percebe que não governa coisa alguma, é fantoche, espetáculo num país que vive da exploração de outros e povos do mundo inteiro.
O presidente de Honduras Manuel Zelaya firmou acordos para compra e fabricação de medicamentos genéricos em seu país. A decisão do presidente e a entrada do governo de Zelaya na ALBA - ALIANÇA BOLIVARIANA - para facilitar a compra e fabricação de genéricos geraram uma reação da burocracia - controlada pelas elites - e essas por sua vez, compraram ministros da suprema corte, congressistas e um bando de bandidos fardados para impedir que o acordo se materializasse.

Não é só por aqui que acontecem essas coisas não. É regra geral quando quadrilhas/empresas e o setor farmacêutico é uma das mais perversas e cruéis dentre essas quadrilhas, têm seus "negócios" abalados.

Não basta a condenação pura e simples da Comunidade Européia e das nações do resto do mundo. É sintomático - até agora - o silêncio de Barak Obama (deve ter tomado uma prensa dos donos do seu país, a sede é ali e acordado para a realidade, é só um show).

Torna-se necessário que a reação se transforme em manifestações vivas e contundentes contra generais corruptos e golpistas a soldo de empresas que matam até quando vendem remédios - supostamente para curar -, ainda mais num país como Honduras, onde testam seus venenos até que possam colocar à venda em mercados mais sofisticados.

Imaginar que bandidos desse porte aceitem medicamentos genéricos acessíveis à população e um projeto de saúde pública que contraria interesses das grandes corporações de saúde é acreditar em contos de fada.

Não têm o menor escrúpulo com povo algum exceto aqueles onde estão suas matrizes. E sabem que é fácil controlar elites locais, basta financiar colunas de fofocas e fuxicos, manter uns trocados mensais em contas de meia dúzia de "patriotas" e buscar generais em quartéis. É só mostrar a carteira que se enchem de "brios", "vontade democrática" e partem para a "luta".

O referendo que o presidente Zelaya pretendia realizar hoje estava dentro dos termos constitucionais. A reação da suprema corte e do congresso foi apenas após o pagamento das propinas golpistas. A posição das forças armadas, no caso do general chefe do estado maior, a mesma coisa. Levaram a mala, como fizeram com o Brasil em 64, com Pinochet, os argentinos, e o tal general colocou a farda de gala, as medalhas e foi defender a "constituição", "a democracia".

O povo hondurenho que se dane, é preciso consumir os remédios salvadores dessas empresas, os agrotóxicos no agronegócio dos latifundiários (a maior parte nem fala, grunhe, é que nem Kátia Abreu por aqui, vocifera) e submeter-se ao grande espectro "salvador" dos conglomerados de saúde que controlam o país inteiro.

Vai daí, se o povo não entende esse "patriotismo" (por via das dúvidas para que ninguém seja pego de surpresa, por aqui, quem quiser tomar conhecimento é só acompanhar os discursos e conferências do general Augusto Heleno), eles tomam a si a tarefa de "proteger" o povo e "salvaguardar" a "dignidade nacional".

As contas para os fundos que entram como os que Gilmar Mendes recebe, chegam pela porta dos fundos. Ou seja, são noutras e doutras "pátrias". Todas amadas.

O povo hondurenho tem agora as "benesses" dessas quadrilhas e de quebra, se cismar de reagir, como está reagindo, a borduna fascista de militares golpistas.

Acredita-se que Hilary Clinton fale por Obama e diga que "espero um gesto de boa vontade do presidente Zelaya".

Corra à farmácia mais próxima, de preferência as grandes redes que controlam o "negócio" e se previna. Não falo da gripe suína. No caso de um general bater à sua porta e pedir os documentos mostre cartelas e mais cartelas de medicamentos fabricados pelos grandes laboratórios. Entre em posição de sentido e grite viva o golpe.

Em Honduras a indústria farmacêutica comprou o congresso, a corte suprema, meia dúzia de generais, tudo num pacote só e vai poder continuar "salvando" os hondurenhos.

É hora de luta. Não importa qual. É hora de luta.

domingo, 21 de junho de 2009

MAIS COMÉDIA NO SENADO

Mais um capítulo da interminável comédia que há muito é encenada no senado da república.

O presidente maranhense, que comprou mandato no Amapá, mais uma vez não sabe de nada: são parentes nomeados, atos secretos, planos de saúde vitalícios, serviçais pagos com o dinheiro público, verbas indenizatórias imorais e vôos internacionais, entre tantas e tantas falcatruas.

De novo ele vai investigar, juntar papéis, ouvir testemunhas, formar um calhamaço com nome de processo, mandar para seus pares julgarem e ao final de tudo arquivarem, ou então solicitarem uma apreciação da PGR, que encaminhará ao STF, este receberá recursos, liminares e todo tipo de instrumentos protelatórios, e no final dá no mesmo: EM NADA!

Que moral possui um senado que tem 36% dos seus membros respondendo a processos na justiça ou no Tribunal de Contas?

O que esperar de um senado que a preocupação de 66% dos senadores é a reeleição?


O Renan vai saber dar aquele velho recado:

“ENTROU POR UMA PERNA DE PINTO,
SAIU POR UMA PERNA DE PATO,
SENHOR REI MANDOU DIZER
QUE ME CONTASSE MAIS QUATRO!’

terça-feira, 16 de junho de 2009

CARTA ABERTA A LULA (e aos brasileiros)

Brasília, 04 de junho de 2009

Exmo. Sr.

Luiz Inácio Lula da Silva

DD Presidente da República

Sr. Presidente,

Vivemos ontem um dia histórico para o país e um marco para a Amazônia, com a aprovação final,pelo Senado Federal, da Medida Provisória 458/09, que trata sobre a regularização fundiária da região.

Os objetivos de estabelecer direitos, promover justiça e inclusão social, aumentar a governança pública e combater a criminalidade, que sei terem sido sua motivação, foram distorcidos e acabaram servindo para reafirmar privilégios e o execrável viés patrimonialista que não perde ocasião de tomar de assalto o bem público, de maneira abusiva e incompatível com as necessidades do País e os interesses da maioria de sua população.

Infelizmente, após anos de esforços contra esse tipo de atitude, temos, agora, uma história feita às avessas, em nome do povo mas contra o povo e contra a preservação da floresta e o compromisso que o Brasil assumiu de reduzir o desmatamento persistente que dilapida um patrimônio nacional e atenta contra os esforços para conter o aquecimento global.

O maior problema da Medida Provisória são as brechas criadas para anistiar aqueles que cometeram o crime de apropriação de grandes extensões de terras públicas e agora se beneficiam de políticas originalmente pensadas para atender apenas aqueles posseiros de boa-fé, cujos direitos são salvaguardados pela Constituição Federal.

Os especialistas que acompanham a questão fundiária na Amazônia afirmam categoricamente que a MP 458, tal como foi aprovada ontem, configura grave retrocesso, como aponta o Procurador Federal do Estado do Pará, Dr. Felício Pontes: “A MP nº 458 vai legitimar a grilagem de terras na Amazônia e vai jogar por terra quinze anos de intenso trabalho do Ministério Público Federal, no Estado do Pará, no combate à grilagem de terras”.

Essa é a situação que se espraiará por todos os Estados da Amazônia. E em sua esteira virá mais destruição da floresta, pois, como sabemos, a grilagem sempre foi o primeiro passo para a devastação ambiental.

Sendo assim, Senhor Presidente, está em suas mãos evitar um erro de grandes proporções, não condizente com o resgate social promovido pelo seu governo e com o respeito devido a tantos companheiros que deram a vida pela floresta e pelo povo Amazônia. São tantos, Padre Jósimo, Irmã Dorothy, Chico Mendes, Wilson Pinheiro – por quem V. Excia foi um dia enquadrado na Lei de Segurança Nacional – que regaram a terra da Amazônia com o seu próprio sangue, na esperança de que, um dia, em um governo democrático e popular, pudéssemos separar o joio do trigo.

Em memória deles, Sr. Presidente, e em nome do patrimônio do povo brasileiro e do nosso sonho de um País justo e sustentável, faço este apelo para que vete os dispositivos mais danosos da MP 458, que estão discriminados abaixo.

Permita-me também, Senhor Presidente, e com a mesma ênfase, lhe pedir cuidados especiais na regulamentação da Medida Provisória. É fundamental que o previsto comitê de avaliação da implementação do processo de regularização fundiária seja caracterizado pela independência e tenha assegurada a efetiva participação da sociedade civil, notadamente os segmentos representativos do movimento ambientalista e do movimento popular agrário.

Por tudo isso, Sr. Presidente, peço que Vossa Excelência vete os incisos II e IV do artigo 2º; o artigo 7º e o artigo 13.



Com respeito e a fraternidade que tem nos unido, atenciosamente,

Senadora Marina Silva