"Esta noite 200 milhões de crianças dormirão nas ruas, mas nenhuma delas é cubana." FIDEL CASTRO

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

DEFINIÇÃO DE FILHO





"Filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem

Isto mesmo! 

Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado. 

Perder? 

Como?  

Não é nosso, recordam-se? 

Foi apenas um empréstimo".




JOSE SARAMAGO


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domingo, 25 de setembro de 2011

O “Cansei” não sabe o que diz. Ou sabe e não diz...




José Antonio Meira da Rocha, leitor deste blog e autor do blog O Homem que Calculava nos traz uma belíssima contribuição sobre a discussão sobre carga tributária brasileira, que nossa imprensa quase sempre trata como um escândalo, mas jamais no que ela mais tem de escandaloso, que é estar concentrada na parcela mais pobre da população.
Bem, o José Antonio compilou os dados da Heritage, uma fundação americana, sobre impostos e PIB e fez uma tabela que eu transformei em gráfico, aí ao lado, com países selecionados, para você comparar. 
No blog O Homem que Calculava – como o Malba Tahan faz falta aos nossos jornalistas! – você verá ainda que o Brasil, que é o 31º na relação tributos/PIB é o 51º primeiro se essa proporção é entre PIB per capita e arracadação tributária.
O pessoal do “Cansei”, recomenda o José Antonio, que fala tanto em corrupção, deveria se tocar da sonegação que, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) relativas a 2008, desvia do Tesouro, anualmente, cerca de 200 bilhões de reais. Tá na Veja mas, é claro, nunca dá capa.
Taí uma idéia: porque, ao lado do impostômetro, os “cansados” não criam o “sonegômetro”.


EXECUÇÃO SÓ É CRIME PARA OS "OUTROS"?





Nas últimas 24 horas, foram excutadas três pessoas, por sentença judicial

Uma no Irã: um jovem de 17 anos condenado por homicídio .

Outra na China: um paquistanês condenado por tráfico de drogas.

Ambos os países merecem, por conta destas execuções, condenações internacionais por atentarem contra os direitos humanos.

A terceira pessoa foi executada nos Estados Unidos.

Troy Davis, um homem negro de 42 anos,  foi condenado à morte em 1991 pelo homicídio do policial Mark Allen Macphail em Savannah, no estado da Geórgia.

Sete das nove testemunhas-chave  do julgamento de Davis retiraram ou alteraram o seu testemunho, algumas alegando coerção policial.

As dúvidas fizeram um milhão de americanos, entre eles o ex-presidente Jimmy Carter, e o próprio Papa Bento XVI pedirem a suspensão da execução. Inutilmente: Davis foi executado esta madrugada.

Direitos humanos e valores da civilização, para que se exija seu respeito universal, devem ser, também, universais.

Não podem valer só “contra” os países que destoam do coro ocidental e não valer contra o mais poderoso deles.

E ainda mais quando este se arroga o direito de “polícia do mundo” a pretexto de defendê-los.



Texto retirado do blog: O Escrevinhador



sábado, 17 de setembro de 2011

ABAIXO A CORRUPÇÃO DA MÍDIA!!!


Abaixo a corrupção da mídia

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O texto a seguir será mantido em evidência neste blog até sábado, dia 17 de setembro, quando será lido peloMovimento dos Sem Mídia durante o Ato Público Contra a Corrupção da Mídia. Se você apóia, deixe seu comentário. O manifesto será enviado à Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e Direito à Comunicação com Participação Popular, com os nomes de quem apoiá-lo.
*
Senhoras e senhores,
Estamos aqui hoje para nos manifestar contra a corrupção, mas não como aqueles que estiveram neste mesmo local no último dia 7 de setembro dizendo que se manifestavam pelo mesmo motivo. O que aquelas pessoas fizeram, na verdade, foi um ato orquestrado por grandes impérios de comunicação e que teve como objetivo favorecer partidos políticos.
Antes de prosseguir, é bom explicar que este Ato Público não pertence a nenhum partido político, a nenhum sindicato, a nenhum grupo de interesse. Foi convocado pelo Movimento dos Sem Mídia, que luta pela democratização da comunicação no Brasil, ou seja, para que essa comunicação não continue na mão de meia dúzia de famílias.
Quem são esses impérios de comunicação? São a Globo, os jornais Folha de São Paulo e Estado de São Paulo e a revista Veja e alguns outros que repetem o que eles dizem. Esses veículos estimularam a manifestação que ocorreu aqui no Masp no último dia 7 usando artigo escrito por um jornalista espanhol ligado a esses empresários de comunicação.
O jornalista espanhol Juan Arias disse que os brasileiros seriam acomodados com a corrupção porque não saem às ruas para protestar como no país dele. Escreveu aquilo apesar de que seu povo está indo às ruas porque a Espanha está em uma terrível crise econômica, com desemprego nas alturas. Os brasileiros não fazem o mesmo porque este país está indo muito bem, obrigado.
Os tais impérios de comunicação, dessa forma, passaram a reproduzir sem parar aquele texto sem sentido em seus jornais, revistas, rádios, televisões e portais de internet. Poucas semanas depois, aparecem essas manifestações “contra a corrupção” como a que aconteceu aqui no Masp no último dia 7 de setembro.
Naquela manifestação, o que se viu não foram críticas a toda corrupção, mas a políticos e ao partido aos quais as famílias Marinho (dona da Globo), Frias (dona da Folha de São Paulo), Mesquita (dona do Estadão) e Civita (dona da revista Veja) se opõem há muito tempo, ou seja, ao Partido dos Trabalhadores, ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à presidente Dilma Rousseff.
Não foi por outra razão que aquela manifestação que ocorreu há cerca de duas semanas aqui neste mesmo local tinha faixas e cartazes acusando de corrupção o ex-presidente Lula, o PT e a presidente Dilma e foi acompanhada por políticos do Partido da Social Democracia Brasileira, o PSDB. Foi um ato político disfarçado de “marcha contra a corrupção”.
Não há brasileiro que não saiba que a Globo e os outros veículos já mencionados – e alguns menores que agem sob sua influência – fazem oposição ao PT e a todos os políticos deste partido ou a ele aliados. Desde 1989, quando Lula disputou sua primeira eleição presidencial, que esses impérios de comunicação fazem isso.
E por que fazem? Porque são contra a distribuição de renda, contra a melhora de vida do povo mais pobre e a favor da corrupção, pois todos sabem que quando denunciam políticos eles são sempre do PT e de partidos aliados e nunca do PSDB e dos aliados dele. E o que é pior: só denunciam quem se vende, quem se corrompe, mas nunca quem suborna porque são empresas que anunciam nesses jornais, revistas, tevês etc.
Durante semanas, esses veículos martelaram esses atos públicos artificiais que sairiam às ruas no 7 de setembro. Com publicidade dessa dimensão sendo veiculada sem parar nas televisões, rádios, jornais, revistas e portais de internet, claro que inocentes úteis que acharam que estavam se manifestando “contra a corrupção” foram atraídos e engrossaram as manifestações.
Se quisessem se manifestar contra a corrupção, os que estiveram aqui no Masp naquele dia também acusariam o governo de São Paulo, que impede que uma única CPI contra si seja aprovada na Assembléia Legislativa, onde há mais de cem pedidos de investigação que não vão para frente porque a imprensa, diferentemente do que faz contra o PT, não divulga.
E não divulga porque o governo de São Paulo acaba de gastar NOVE MILHÕES DE REAIS comprando assinaturas da Folha, do Estadão e da Veja, por exemplo. Dinheiro dos seus impostos, cidadão, que vai para o bolso desses impérios de comunicação.
Um bom exemplo de escândalos do PSDB que a mídia esconde está nas obras do Rodoanel, contra as quais pesam denúncias de superfaturamento. Ou, por exemplo, as obras de limpeza do rio Tietê, que neste ano transbordou porque o ex-governador José Serra diminuiu aquelas obras e aumentou gastos em publicidade que infestou a tevê durante o ano passado, quando o ex-governador disputou a Presidência da República.
A corrupção da mídia, portanto, está em ela jamais expor empresas que subornam políticos corruptos simplesmente porque são suas anunciantes. Assim, atacando só quem se vende e nunca quem compra políticos, a corrupção no Brasil não diminuirá nunca.
Há, sim, escândalos e corrupção nos governos do PT, do PSDB, de todos os partidos. Por isso há que investigar a todos e não só aos inimigos políticos das famílias Marinho, Frias, Civita, Mesquita e outros empresários da comunicação que acobertam políticos amigos e denunciam os políticos inimigos até mesmo quando não há prova alguma.
Nada a espantar vindo de impérios de comunicação que ajudaram a implantar e a sustentar a ditadura militar que manteve este país nas trevas de 1964 a 1985 e que torturou e assassinou pessoas apenas porque tinham opinião política diferente.
Ser contra a corrupção é ser contra quem corrompe e quem é corrompido. É não dar propina ao guarda de trânsito, é não subornar funcionário público para ele “agilizar” aquele processo em um órgão público. Não será atacando só os políticos inimigos e protegendo os amigos que este país reduzirá a corrupção, portanto.
O Movimento dos Sem Mídia, assim, é contra TODA a corrupção e não apenas contra a corrupção de alguns. Por isso, quando você, cidadão, ler ou ouvir esses jornalistas que se vendem aos patrões dizendo só aquilo que eles querem, acusando só petistas e aliados e dizendo que não votando neles a corrupção acabará, não acredite. É tramóia.
Corrupção existe no mundo inteiro. Em governos de todos os partidos. Há que dificultá-la, mas nunca se conseguirá acabar com toda ela. Não adianta demonizar a classe política porque sem políticos não há democracia. Voltaremos à ditadura militar, a um tempo em que os políticos eram amordaçados por generais que roubavam sem ter quem contestasse.
Assim sendo, se você quer uma imprensa que combata toda a corrupção, é preciso que essa imprensa não fique na mão de meia dúzia. Nos Estados Unidos, por exemplo, um mesmo empresário não pode ter jornal e televisão na mesma cidade. No Brasil, a Globo tem tudo – jornal, revista, TV, rádio, portal de internet – em todas as cidades.
Isso se chama concentração de propriedade de meios de comunicação. O que se quer, assim, é aprovar leis que existem em todos os países desenvolvidos e que não permitem que uma Globo use concessão pública como é um canal de tevê para fazer jogo político em favor dos partidos e políticos amigos.
Esses impérios de comunicação acusam quem pede leis para a comunicação de querer “censura”. É mentira. Ninguém quer que esses impérios não falem o que pensam. Só o que se quer é que quem pensa diferente da Globo possa ir em suas tevês contradizer a família que as controla, pois a faixa de onda eletromagnética que usam é uma concessão do povo.
Isso não é e nem jamais será censura.

MOVIMENTO DOS SEM MÍDIA – São Paulo, 17 de setembro de 2011
—–
Colunista da Folha também diz que mídia protege corruptores
Leiam artigo de Jânio de Freitas publicado na Folha em 14 de julho
*
Um lado só
Parece lógico que, se um ministro cai, por indícios de corrupção, há um corruptor; mas a lógica é outra
Janio de Freitas, Folha de S. Paulo
Ainda uma vez, indícios de corrupção em obras públicas levam a um acesso de agitação noticiosa e política. Derrubam um ministro bem enraizado. Dão alguma aparência de vida à oposição. Forçam depoimentos e investigações de servidores. E sobre os que corromperam, nada.
A corrupção nas obras públicas brasileiras tem geração espontânea. É assim aos olhos dos congressistas inquiridores, das polícias, do Ministério Público, do Judiciário e do noticiário.
De certa vez, respondi em inquérito da Polícia Federal, com a presença inquiridora também de um procurador da República, a longa e insistente série de perguntas.
A razão foi a fraude em uma grande concorrência de obra pública, anulada porque o resultado foi aqui publicado, sob disfarce, com antecipação. Eram 18 grandes empreiteiras que dividiam a concorrência e os bilhões por intermédio da fraude. Pois não me foi feita nem uma só pergunta sobre qualquer das empreiteiras ou dos seus dirigentes.
Aquela foi a primeira concorrência de obra pública anulada por revelação de fraude. Foi tudo arquivado pela Procuradoria-Geral da República. Mas, bem-sucedida, a receita praticada então pelas instituições e pessoas responsáveis por moralidade administrativa e aplicação das leis ficou para as sucessivas fraudes e atos corruptores do serviço público.
Parece lógico que, se um ministro e assessores graduados caem, por indícios de corrupção, há o lado corruptor. Parece. Mas a lógica a reger tais situações é outra.
Provém, por extensão quando as circunstâncias o exigem, daquela, mais que secular, de aplicação dos ônus a um só lado: nos incidentes comuns, a punição aos humildes; nos casos graúdos, o ônus para os menos influentes ou menos afortunados.
E os empreiteiros, se você ainda não notou, com que o ganham no uso dos seus métodos estão ficando donos do Brasil: telefonia, rodovias, ferrovias, petróleo, TV, hidrelétricas, mineração, siderurgia, não tem fim.
O Brasil também está ficando de um lado só.
—–
COMUNICAÇÃO À PM DE SP DO ATO PÚBLICO
Ao
Comando da Polícia Militar da Capital/SP.
At. Ilmo. Sr. Comandante
Ref: Comunicação de realização de Ato Público dia 17/09/2011, das 14,00 as 18,00 horas, no vão livre do MASP -
Museu de Arte de São Paulo, Avenida Paulista, nº 1.578, Capital/SP
Prezado Senhor Comandante
Venho, respeitosamente, através do presente, comunicar essa D. Corporação que realizaremos, juntamente com outras entidades da sociedade civil brasileira, um Ato Público no próximo dia 17/09/2011, sábado, das 14,00 as 18,00 horas, no vão livre do MASP – Museu de Arte de São Paulo, situado na Avenida Paulista, nº 1.578, nesta capital.
A manifestação, como outras já realizadas por esta ONG na capital, terá caráter pacífico e será um protesto dos cidadãos e entidades da sociedade civil contra os grandes meios de comunicação, que não divulgam ou não dão o devido destaque contra os corruptores em negociatas feitas com a administração pública no Brasil, dando destaque apenas aos que são corrompidos por esse crime que lesa os cofres públicos e o direito dos cidadãos de terem esses recursos aplicados na educação, saúde, segurança e infra-estrutura públicas do nosso país.
O ato público também abordará como a grande midia faz denuncias seletivas visando atingir apenas determinados governos e instituições públicas brasileiras. Queremos que a grande midia fiscalize e denuncie as irregularidades, desvios ou mau uso do dinheiro público de todos os governos , sejam eles de quaisquer partidos, que haja de forma republicana e imparcial na defesa dos interesses do país e da nossa sociedade.
O ato público também apoiará a democratização e a regulamentação legal dos meios de comunicação no Brasil, hoje controlada e monopolizada por apenas 4 grandes grupos empresariais.
O Ato Público vai ser realizado apenas no vão livre do MASP, não havendo caminhada ou passeata pela via pública depois do seu final, respeitando-se o direito de ir e vir dos demais cidadãos.
A manifestação está sendo convocada pelas redes sociais do facebook e por blogs da internet e já temos confirmada a presença de cerca de 1.300 (mil e trezentas ) pessoas, podendo seu numero variar para mais ou para menos, já que a divulgação é ampla quando se trata de internet.
Atenciosamente
Eduardo Guimarães
Presidente

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

POR QUE OS EUA SÃO ODIADOS



Trecho da Carta aberta ao então presidente Bill Clinton publicada em 02 de outubro de 1998 pelo  bispo de Melbourne Beach na Flórida, Robert Bowman, que antes fora piloto de caças militares e realizara 101 missões de combate na guerra no Vietnã.



“O Senhor disse que somos alvos de ataques porque defendemos a democracia, a liberdade e os direitos humanos. Um absurdo!

Somos alvo de terroristas porque, em boa parte no mundo, nosso Governo defende a ditadura, a escravidão e a exploração humana.

Somos alvos de terroristas porque nos odeiam. E nos odeiam porque nosso Governo faz coisas odiosas.

Em quantos países agentes de nosso Governo destituíram líderes escolhidos pelo povo trocando-os por ditaduras militares fantoches, que queriam vender seu povo para sociedades multinacionais norte-americanas?!

Fizemos isso no Irã, no Chile e no Vietnã, na Nicarágua e no resto das repúblicas “das bananas” da América Latina.

País após país, nosso Governo se opôs à democracia, sufocou a liberdade e violou os direitos do ser humano.

Essa é a causa pela qual nos odeiam em todo o mundo. Essa é a razão de sermos alvos dos terroristas.

Em vez de enviar nossos filhos e filhas pelo mundo inteiro para matar árabes e, assim, termos o petróleo que há sob sua terra, deveríamos enviá-los para reconstruir sua infraestrutura, beneficiá-los com água potável e alimentar as crianças em perigo de morrer de fome.

Essa é a verdade, senhor Presidente.

Isso é o que o povo norte-americano deve compreender”.



FONTE: 

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

A LÍBIA, A OTAN E O GRANDE MÉDIO ORIENTE



“Se aqui e no exterior todos perceberem que estamos prontos para a guerra a qualquer momento, com todas as unidades das nossas forças na linha de frente prontas para entrar em combate e ferir o inimigo no ventre, pisoteando-o quando estiver no chão, para ferver seus prisioneiros em azeite e torturar suas mulheres e filhos, então ninguém se atreverá no nosso caminho”.

John Arbuthnot Fisher, Primeiro Lord do Almirantado da Marinha Real Britânica, (cit. in Norman Angell, A Grande Ilusão, Editora UNB, 2002, p: 275)



É preciso ser muito ingênuo ou mal informado para seguir pensando que a “Guerra da Líbia” foi feita em nome dos “direitos humanos” e da “democracia”. E, ainda por cima, acreditar que o governo de Muamar Kadafi foi derrotado pelos “rebeldes” que aparecem nos jornais, em poses publicitárias. Tudo isso, enquanto a aviação inglesa comanda o ataque final das forças da Otan à cidade de Sirta, depois de ter conquistado a cidade de Trípoli. Até o momento, a “primavera árabe” não produziu nenhuma mudança de regime na região, mesmo na Tunísia e no Egito, e não há nenhuma garantia de que os novos governos sejam mais democráticos, liberais ou humanitários que seus antecessores.

Até porque quase todos os seus líderes ocuparam posições de destaque nos governos que ajudaram a derrubar, com o apoio de uma multidão heterogênea e desorganizada. No caso da Líbia, não se pode nem mesmo falar de algo parecido a uma “mobilização massiva e democrática” da oposição, porque se trata de fato de uma guerra selvagem e sem quartel, entre regiões e tribos inimigas, que foram mobilizadas e “pacificadas” transitoriamente, pelas forças militares da Otan.

Segundo Lord Ismay, que foi o primeiro secretário-geral da Otan, o objetivo da aliança militar criada pelo Tratado do Atlântico Norte, assinado em 1949, era “manter os russos fora, os americanos dentro e os alemães para baixo”. E este objetivo foi cumprido plenamente, durante todo o período da Guerra Fria. Mas depois de 1991 a Otan passou por um período de “crise de identidade” e redefinição do seu papel dentro sistema internacional.

Num primeiro momento, a organização militar se voltou para o Leste e para a ocupação/incorporação de alguns países da Europa Central que haviam pertencido ao Pacto de Varsóvia. Além disso, decidiu participar diretamente das Guerras do Kosovo e da Sérvia. E, ao mesmo tempo, lançou, em 1994, um projeto de intercâmbio militar e de segurança com os países árabes do norte da África, o chamado “Diálogo Mediterrâneo”.

Dez anos depois, na sua reunião de cúpula de 2004, em Istambul, os dirigentes da Otan decidiram expandir o seu projeto de segurança e criaram a “Iniciativa de Cooperação de Istambul” (ICI), voltada para os países do Oriente Médio. Além disso, neste mesmo período, a Otan, que não havia apoiado as guerras do Afeganistão e do Iraque, decidiu aderir e colocar-se ao lado das tropas anglo-americanas, instalando suas forças também na Ásia Central.

Foram os ingleses que cunharam o termo “Oriente Médio”, para referir-se aos territórios situados no meio do seu caminho, entre a Inglaterra e a Índia, e que pertenciam ou estavam sob a tutela do Império Otomano. Incluindo os territórios que foram retalhados e divididos depois do fim da Primeira Guerra Mundial, sendo transformados em “protetorados” da Inglaterra e da França – que já eram, naquele momento, as duas maiores potências imperiais da Europa e que submeteram e colonizaram a maior parte da África Sub-Sahariana e todos os países árabes do norte do continente, hoje incluídos no “Diálogo Mediterrâneo” da Otan.

Mas foi o ex-presidente norte-americano George W. Bush quem cunhou o termo “Grande Médio Oriente”, apresentado pela primeira vez na reunião do G-8, realizada em Sea Islands, nos EUA, em junho de 2004. A idéia era definir e unificar um novo espaço de intervenção geopolítica, que iria do Marrocos até o Paquistão, e deveria ser objeto da preocupação prioritária das Grandes Potências na sua guerra contra o “terrorismo islâmico” e a favor da “democracia” e dos “direitos humanos”. Desta perspectiva, se pode compreender melhor o significado geo-estratégico da “primavera árabe” e da Guerra da Líbia.

Assim mesmo, o que se deve esperar que ocorra depois da guerra? Na Líbia, haverá um longo período de caos, seguido da formação de um governo de coalizão tribal, instável e autoritário, sob o patrocínio e a tutela militar da Otan. Ao mesmo tempo, estará dado um passo decisivo na construção de uma força de intervenção “ocidental”, capaz de projetar seu poder militar sobre todo o território islâmico do Grande Médio Oriente. E, de passagem, estará criado o primeiro “protetorado colonial” da Otan, na África. Triste sina da África!

AUTOR:  José Luís Fiori, cientista político, é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro.


FONTE: http://correiodobrasil.com.br/a-libia-a-otan-e-o-grande-medio-oriente/292147/
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REFLEXÕES DE ALÉM MAR


1 de setembro de 2011

Anti-imperialismo tropical

Termino a última matéria do dia junto com o primeiro chope, num barzinho de Lisboa. O chope custa menos que no Rio. 
Passeando pela cidade, paramos diante de uns anúncios de imóveis e constatamos que um apartamento em Lisboa custa menos da metade que um similar no Rio. 
O hotel e a alimentação aqui são igualmente mais baratos que na minha cidade. 
Imagino que, não fosse as leis protecionistas da União Européia, o Brasil poderia engolir sua antiga colônia. 
O antigo sonho imperial lusitano terminou com um brasileiro bebendo altivamente num barzinho transado do Bairro Alto.

Penso nisso enquanto medito sobre os imperialismos de hoje e ontem. Acabo de ler mais uma matéria do Pepe Escobar na qual ele faz diversas menções positivas ao Kadafi, o que me fez sentir mais remorso por ter me posicionado tão duramente contra o velho ditador líbio. 

Evidentemente, eu me deixei levar pela onda de entusiasmo que varreu a intelectualidade ocidental ao ver os árabes derrubando tiranos e pedindo democracia e liberdade. 
Afinal, esses valores não são bandeiras da direita americana, como às vezes parece. São valores que fundamentam a nossa própria espiritualidade, para usar uma palavra bem forte.

Pepe Escobar e todos os analistas apontam a grande hipocrisia ocidental, que consiste em dar apoio às ultra totalitárias dinastias sauditas. 
De fato. O Ocidente vem destruindo os melhores países do norte da África, em prol de valores absolutamente filisteus. Primeiro foi o Iraque, um dos poucos regimes verdadeiramente laicos da região. Agora a Líbia, o único país árabe que fazia alguma coisa em prol da miserável África subssariana. 
Enquanto os europeus se limitam a dar esmolas que, em última instância, apenas devastam ainda mais os últimos vestígios industriais do continente negro, Kadafi articulava o fortalecimento da União Africana e a criação de uma moeda única.

Bem, isso é o que agora falam os defensores de Kadafi, e me sinto inclinado a acreditar neles, por causa do meu remorso diante da guerra, mas é evidente que a ditadura líbia cometeu o erro político fundamental, que é subestimar o valor da liberdade política. 
Tudo bem, a Arábia Saudita, o Barhein, etc, também cometem os mesmos erros e não são destruídos pela Otan. Mas a ditadura é um erro em toda parte: e uma hora ou outra, esse erro converte-se em alguma forma de tragédia, além de ser uma tragédia em si.

Há algum tempo que venho meditando sobre esse novo imperialismo e suas conexões com os antigas edições do mesmo fenômeno. São muito parecidos, por mais que as tecnologias tenham avançado. Quando vejo Hillary Clinton na tv falar que o governo da Síria tem de mudar, e que os sírios merecem isso e aquilo, tenho a sensação estranha de que aquilo é alguma uma ficção bizarra. A diplomacia americana é incrivelmente tosca e agressiva. 


Com que direito os EUA se arrogam donos do futuro da Síria? Que visão de democracia imbecil é esta segunda a qual os povos não tem direito de decidir por si mesmos o seu futuro?

Por outro lado, é tão interessante observar como esses imperialismos, sem exceções, declinam e desaparecem. Da mesma forma, tento ver um lado positivo em tudo isso. Já li Voltarei e sei quando o otimismo pode ser idiota, mas é que eu penso nos imperialismos gregos e romanos. Eles também espalharam morte, devastação e injustiça. Destruíram culturas, sistemas políticos e formas originais de organização social.

Eram outros tempos, todavia. Ou supõe-se que eram outros tempos. Ao ver as matanças na Líbia, humanidade não parece ter mudado tanto. Enfim, nós brasileiros, assistimos Portugal matar toda uma raça de índios. E hoje, eu, bisneto de índios, bebo um chope em Lisboa com um sensação algo vingativa de que sou mais bonito e mais rico de que todos esses portugueses a meu redor. O tempo passou, o imperialismo lusitano caducou e a história das injustiças encerra-se, como sempre, com alguém bebendo um chope e divagando pacifica e melancolicamente, sobre as violências do passado e as loucuras do presente. 

ORIGINAL EM: 
http://oleododiabo.blogspot.com/2011/09/anti-imperialismo-tropical.html?showComment=1314969704520#c8670894026305512215

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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

LUIS INÁCIO FALOU: SÃO TREZENTOS PICARETAS



Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou

Eles ficaram ofendidos com a afirmação
Que reflete na verdade o sentimento da nação
É lobby, é conchavo, é propina e jeton
Variações do mesmo tema sem sair do tom
Brasília é uma ilha, eu falo porque eu sei
Uma cidade que fabrica sua própria lei
Aonde se vive mais ou menos como na Disneylândia
Se essa palhaçada fosse na Cinelândia
Ia juntar muita gente pra pegar na saída

Pra fazer justiça uma vez na vida
Eu me vali deste discurso panfletário
Mas a minha burrice faz aniversário
Ao permitir que num país como o Brasil
Ainda se obrigue a votar por qualquer trocado
Por um par se sapatos, um saco de farinha
A nossa imensa massa de iletrados
Parabéns, coronéis, vocês venceram outra vez
O congresso continua a serviço de vocês
Papai, quando eu crescer, eu quero ser anão
Pra roubar, renunciar, voltar na próxima eleição
Se eu fosse dizer nomes, a canção era pequena
João Alves, Genebaldo, Humberto Lucena
De exemplo em exemplo aprendemos a lição
Ladrão que ajuda ladrão ainda recebe concessão
De rádio FM e de televisão
Rádio FM e televisão


Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor

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