Caro amigo Gilberto
Obrigado por sua manifestação de ontem relativamente a posição do Papa Bento XVI, que, ao se reunir com bispos católicos romanos nordestinos brasileiros, emitiu opinião política, a meu ver, eticamente comprometida e deselegante, intrometendo-se indiretamente na soberania e eleições de outro País, visto que o Papa é chefe de Estado.
Efetivamente ao me manifestar aqui, sobre esse assunto, caro Gilberto, não o faço movido pelo ranço anticatolicismo romano nem antipapista.
Participo de organismos ecumênicos e me relaciono imensamente bem com católicos romanos comprometidos com o povo.
Conheço excelentes cristãos dessa igreja, profundamente engajados na luta por justiça e diguinidade humana. Mas não se pode calar ante a posição política de Joseph Alois Ratzinger.
Ora, se ele expõe posição política igualmente se torna alvo de contradições e polêmica. Ele sabe disso e se antecipa em avisar que “não devemos temer”.
Pois bem, Joseph Ratzinger (o Papa Bento XVI), é reconhecido por ser conservador, anti-socialista, elitista e de visão centro européia, considerando os povos pobres como periféricos e sem pensamento próprio.
O Papa João Paulo II era muito conservador, mas Ratzinger conseguiu agir à direita do Papa anterior, na articulação contra setores progressistas da Igreja Romana, influenciar destrutivamente o movimento ecumênico internacional, articular-se com o imperialismo americano, aproximando-se de Reagan e dos Bush contra os povos chamados dependentes e indiretamente apoiou a invasão do Iraque e de Afeganistão.
Seu antecessor colaborou com os Estados Unidos para estraçalhar o socialismo soviético.
Há fortes indícios de que Bush ajudou a influenciar na eleição de Ratzinger ao cargo de Papa, para ser um braço pró-imperialista no mundo, usando exatamente a religião e o moralismo para abortar as conquistas dos povos oprimidos.
Quando Bento XVI veio ao Brasil pronunciou discurso dizendo que as missões católicas que acompanharam a “descoberta” do Brasil vieram fazer pura evangelização e nunca praticaram atrocidades contra indígenas e escravos africanos.
Ora, isso é um escárnio à história e uma mentira deslavada com o objetivo de mascarar os crimes políticos que a igreja, medieval e ignorante, praticou contra as vidas dos povos fora da Europa.
A vinda desse Papa ao Brasil deu-se numa moldura de frieza com nosso povo, desrespeito à espontaneidade à nossa cultura. Milhares de pessoas abandonaram o catolicismo romano em face do desprezo com que Bento XVI tratou o povo que ansiosamente desejava saudá-lo e aplaudi-lo.
Tanto que Dom Cláudio Hummes interferiu junto a ele e lhe pediu para que fosse mais cordial e caloroso nas saudações ao povo e não tão frio, seco e desinteressado como mostrou-se em público.
Ratzinger, antes de se tornar Papa, presidiu a Congregação Doutrina para a Fé – a antiga Santa Inquisição.
Do alto de seu posto e arrogância perseguiu teólogos e pastoralistas engajados na Teologia da Libertação em toda a América Latina e da Teologia Negra na África.
Pressionou para aposentar e esvaziar bispos e cardeais como Dom Paulo Arns, em São Paulo, Dom Hélder Câmara em Olinda e Recife, Dom Pedro Cassaldáliga em São Félix do Araguaia, de silenciar e deprimir o Teólogo Franciscano Leonardo Boff e tantos outros e outras.
Trabalhei com o Teólogo uruguaio Juan Luis Segundo e sobre a teologia dele construí minha tese de mestrado.
Acompanhei seu calvário e morte sob depressão, sentimento de abandono e de desprezo por parte do Papa João Paulo II e de Ratzinger.
Proibiram-no de rezar missas nos templos, limitando-o a rezar em clausuras de irmãs, desde que mais rezasse do que pregasse.
Toda a postura e política desse Papa Bento VI é altamente conservadora, de direita e machista.
Não há como negar essa verdade.
Ebtretanto ele, Bento XVI, silenciou em face dos crimes de padres pedófilos e nada disse contra as barbáries praticadas pelos Estados Unidos.
Há indícios de que tenha feito acordos com governos e juízes norte americanos, para não arcar com os altos custos nas indenizações de famílias de crianças abusadas por padres e bispos pedófilos ou por relacionamentos clandestinos de padres e prelados celibatários e suas mulheres atrás das igrejas, que grávidas e mães processaram clérigos que prometeram abandonar o sacerdócio para casar com elas e não o fizeram.
Como diz o povo: esse Papa tem o rabo preso.
Agora aqui na campanha eleitoral o candidato da direita, neoliberal e pró-imperialista José Serra promove a maior perseguição contra esquerda, a Dilma e a Lula, utilizando-se das igrejas, de padres, bispos e pastores comprometidos com o golpe de estado e com a injustiça.
A TFP e a Opus Dei, de seu aliado Geraldo Alckmin, de São Paulo, são promotoras das calúnias, injúrias e mentiras diabólicas contra Dilma e Lula, usando panfletos – estes apreendidos pela Polícia Federal em São Paulo – sites, ligações para casas e celulares caluniando pesadamente a candidata Dilma, pastorais lidas em várias igrejas do País, certamente se articularam com Bento VI na reta final dessa campanha eleitoral.
Ele conversou com bispos do Nordeste a partir de informações mentirosas, caluniosas e de pressões feitas por José Serra, por grupos do capital internacional, com a ajuda da Opus Dei, organização pesada de dentro do próprio Vaticano.
É bom olhar os filmes “O Código Da Vinci” e “O Corpo”, para se ter idéia do que essa Opus Dei, apoiada por Bento XVI, é capaz de fazer.
Não nos enganemos, o teor da fala do Papa Bento XVI é o mesmo usado por Serra e pelos grupos conservadores de direita católicos e evangélicos aqui e agora nessa campanha eleitoral contra Dilma e Lula, portanto, contra os pobres e contra o Brasil. Bento XVI faz interferência antiética e desrespeitosa em nossos assuntos nacionais. Isso não é casualidade nem coincidência, mas proposital. Bento XVI pratica desserviço ao nosso povo.
Dilma disse que o Papa tem direito de se manifestar.
Tem sim e nós temos o direito e o dever de desmascará-lo.
Bento XVI é lobo em pele de ovelha. É falso pastor.
Ele vem para roubar e para matar, como diz Jesus na parábola do Bom Pastor (João 10).
Não nos surpreendamos com as denúncias sobre isso que virão à tona após as eleições.
Abraços, meu irmão e amigo Gilberto.
TEXTO ORIGINAL EM:
http://padreorvandil.blogspot.com/2010/10/coincidencia-ou-articulacao-maligna.html
La CIA contra Cuba: Expediente JFK
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Los documentos hechos públicos tras la orden ejecutiva de Donald Trump,
que desclasificó más de 1,100 archivos relacionados con el asesinato de
John F. ...
Há um dia
Meu amigo, um forte abraço e a certeza de uma caminhada integra, rumo a um país cada vez mais soberano e justo.
ResponderExcluirMeus parabéns pela dedicação e firmeza política.
À vitória. Paz e Pão, Alex Prado.
Meu amigo, parece que nossa luta não foi em vão. Espero que a vitória nesta batalha te dê mais disposição e forças para outras (que certamente virão) em prol de um mundo melhor para todos. Um grande abraço do seu amigo Mandacarú.
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