"Esta noite 200 milhões de crianças dormirão nas ruas, mas nenhuma delas é cubana." FIDEL CASTRO

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

DITADOR PROIBE IMPRENSA NO CLUBE DA AERONÁUTICA

“Saiu no Blog Amigos do Presidente Lula, que a Dra Cureau tentou calar"


Ditador Serra proibe imprensa em evento com militares



José Serra (PSDB) fez palestra esta tarde no Clube da Aeronáutica, no Rio, para militares da reserva e membros dos clubes militares. Mas o candidato proibiu a entrada da imprensa, censurando o trabalho dos jornalistas.

Apesar de credenciados pelo Clube da Aeronáutica, os jornalistas presentes foram avisados pela assessoria de imprensa de Serra de que o encontro, de natureza pública, “seria fechado”.

A assessoria de imprensa do Clube da Aeronáutica afirmou que o fechamento do evento à imprensa foi a pedido da assessoria do candidato. “Eles estabeleceram as regras do jogo. Eles pediram. Nós queríamos que fosse aberto”, afirmou o assessor do clube, coronel Paulo F. Tavares.
Com o ato, Serra jogou no lixo seu discurso feito no Congresso Nacional dos Jornais, defendendo a liberdade de imprensa, quando afirmou “ser contra qualquer restrição à atividade jornalística”. Naquela ocasião, após o discurso, ele já havia se recusado a responder três perguntas de repórteres.

Agora fica a pergunta: que tipo de conspiração Serra quis apresentar aos militares, que a população brasileira não possa ouvir? (Com informações do portal Ig)

por Zé Augusto”-

http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com



O que o Serra falou reservadamente aos sócios do Clube da Aeronáutica ?

O que ele foi fazer lá ?

Homenagear o Carlos Lacerda, que batia na porta desse mesmo Clube para derrubar o Vargas e o Jango ?

A quem o Serra se dirigiu, em segredo ?

Ao Brigadeiro Delio Jardim de Matos, da República do Galeão que desestabilizou Vargas ?

Ao Brigadeiro Burnier – responsável pela proteção ao filho da Zuzu Angel – , no Centro de Informações da Aeronáutica ?

Por que em segredo ?

O que um candidato a Presidente tem a dizer a sócios de um clube militar que não possa dizer ao eleitor, abertamente ?

Que a Dilma vai instalar a república sindicalista-petebo-comunista ?

Que ela é o Jango de saias ?

O Serra foi lá convocar o Golpe de Estado da Direita ? (*)

Que ele sabe como as FARCs vão dominar o Brasil ?

Que, depois do Ministério do Acarajé e do Ministério do Cano ele tem um plano secreto para produzir a bomba atômica na Bolívia ?

O ministro serrista Nelson Jobim, da Defesa, deveria exigir que seu colega de apartamento e fellow-traveller revele o que o Serra disse lá dentro, a portas fechadas.

A palestra de Serra num clube de militares pode ser uma ameaça à Segurança Nacional.


Paulo Henrique Amorim

SERRÓQUIO DESESPEROU E DESATINOU

O Serróquio desesperado continua insistindo em dizer nos programas partidários, no rádio e na televisão, que já exerceu cargos executivos e portanto tem EXPERIÊNCIA E COMPETÊNCIA.

O FHC, sociólogo e professor, recheado de diplomas e poliglota deixou o Brasil no fundo de um poço sem fim.

LULA, metalúrgico e sindicalista, sem diplomas e só falando o português transformou o Brasil e os brasileiros em uma verdadeira nação.

LULA curou o Brasil do complexo de "vira-latas". E agora o Serróquio vem com essa “estória” de que pode mais, que vai manter o que está dando certo e acelerar (é o PAC?) o que está devagar.

Nós, brasileiros, já entendemos que CULTURA não é SINÔNIMO de INTELIGÊNCIA e muito menos de COMPETÊNCIA.

Se LULA fez melhor que FHC é claro que DILMA vai continuar fazendo, aliás o que o Serróquio nunca fez nem na prefeitura e nem no estado de São Paulo.

E como todo brasileiro antes de tudo é um técnico de futebol, nós já sabemos: “NÃO SE MEXE EM TIME QUE ESTÁ GANHANDO!”.

VIVA O POVO BRASILEIRO!

DILMA NO 1º TURNO!!!



P.S.1 : Eu sou 64% e dou dois...


P.S.2 : E aqui na terrinha o resultado vai ser: EDUARDO, HUMBERTO E ARMANDO

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

HÁ 49 ANOS ATRÁS: A RENÚNCIA DE JÂNIO QUADROS

Vale a pena ler.

Uma verdadeira aula da história política brasileira.


A RENÚNCIA DE JÃNIO


Laerte Braga





Há quarenta e nove anos atrás Jânio Quadros renunciou a presidência da República. Sete meses após sua posse. Minutos depois da leitura da carta renúncia pelo presidente do Senado, Auro Soares de Moura Andrade (PSD/SP), já ex-presidente e ao volante de um DKW da Vemag, Jânio disse a jornalistas que nunca mais poria os pés em Brasília, “cidade maldita”. Afirmou que iria ser pedreiro em Cuba.



“Forças ocultas” foi a expressão usada por Jânio Quadros, um mato-grossense que fez carreira política em São Paulo, para justificar o ato. Em seus sete meses de governo proibiu brigas de galos, desfile de miss com biquíni e instituiu o slack como uniforme do funcionalismo público.



Deixou Douglas Dillon secretário do Tesouro dos EUA falando sozinho para encenar um show de Brasil independente e mandou que cada chefe de repartição conferisse o ponto de cada funcionário público, aumentando em meia hora o expediente.



Atribuir a renúncia de Jânio a umas doses a mais é simplificar demais o fato. As doses a mais faziam parte do dia a dia do presidente e começavam pela manhã, estendiam-se pela tarde e encerravam-se à noite, já em profunda embriaguez. Aí ia assistir a faroestes de trás para a frente.



Outro hábito de Jânio eram os famosos bilhetinhos. Enviava-os aos seus ministros com determinações curtas, tudo com cópia para a imprensa.



Jânio era marqueteiro de si próprio. Um dos grandes demagogos de nossa história. Construiu a fama de político honesto e deixou um patrimônio objeto de disputa judicial por seus herdeiros em torno de cem milhões de dólares. No exterior, lógico.



O ex-presidente acreditava que sua renúncia criaria um clima de comoção popular e voltaria ao poder nos braços do povo com amplos poderes. Poderes de ditador. Mas esqueceu de combinar o golpe com seus ministros militares e seus principais aliados. Pelo contrário, deixou alguns pelo caminho, caso de Carlos Lacerda.



Na antevéspera da renúncia chamou Lacerda a palácio, a conversa permanece mais ou menos sigilosa até hoje e ao final o ministro da Justiça, Pedroso Horta, mandou que as malas de Lacerda fossem postas à porta de saída do Planalto.



Na noite do dia seguinte Lacerda foi a tevê e em seus costumeiros e virulentos discursos usou de todo o arsenal de acusações que guardava desde os tempos de Getúlio Vargas, para ocasiões em que seus interesses eram contrariados.



No dia 24 de agosto Jânio recebeu em palácio o ministro da Indústria e Comércio de Cuba, nada mais e nada menos que Ernesto Chê Guevara para condecorá-lo com a Ordem do Cruzeiro do Sul. O fato indignou a direita brasileira.



O marechal Lott, adversário de Jânio nas eleições de 1960, passou a campanha inteira advertindo aos brasileiros que a eleição do ex-governador de São Paulo levaria o País ao caos, a uma crise institucional, cujas conseqüências seriam dias sombrios e tenebrosos.



Quase que simultaneamente à renúncia de Jânio, Lott divulgou um manifesto de apoio à legalidade, vale dizer, a posse do vice-presidente da República João Goulart.



O golpe que Jânio não combinou com ninguém, aí sim, a “mardita pinga” deve ter influenciado, começou quando sem maioria no Congresso tentou atrair uma das principais lideranças do PSD (maior bancada), o ex-presidente Tancredo Neves, oferecendo-lhe uma embaixada no exterior. A Bolívia foi a “oferta” de Jânio a Tancredo (o mineiro havia sido derrotado por Magalhães Pinto nas eleições para o governo de Minas e estava sem mandato). A surpresa veio por conta da recusa de Tancredo. Simples, respeitosa e direta. “sou de um dos partidos que fazem oposição ao seu governo, agradeço a lembrança, sinto-me honrado, mas declino do convite”. Mais ou menos assim.



O peso de Tancredo em setores do pessedismo não era maior, por exemplo, que o de José Maria de Alckmin, mas sua presença entre os petebistas, partido de Jango, era respeitada e acatada por setores expressivos daquele partido, o antigo PTB. A idéia de Jânio era neutralizar o ex-ministro da Justiça de Vargas, jogá-lo fora da arena política.



Mais à frente incumbiu o vice-presidente João Goulart, com quem vinha tendo atritos, de missão na China Comunista. O objetivo era o mesmo, afastar Jango do cenário político nacional, colocá-lo num país objeto de visceral ódio da maioria dos militares brasileiros, limpar o terreno para o golpe.



Sabia que a primeira conseqüência de sua renúncia seriam as reações de setores das forças armadas à posse de Jango, incluindo os seus três ministros militares (Odílio Dennys, Grum Moss e Sílvio Heck – Guerra, Aeronáutica e Marinha).



O problema Lacerda, na cabeça de Jânio era simples. A vocação golpista do antigo governador do extinto estado da Guanabara aflorava à sua pele em cada pronunciamento que fazia. Só não contava com a reação de Carlos Lacerda ao seu projeto de virar ditador, já que Lacerda alimentava o sonho de suceder a Jânio. Esse desejo era maior que o desvio golpista. E além do mais Lacerda enfrentava problemas nos negócios, particularmente o jornal TRIBUNA DA IMPRENSA, que pretendia transformar em algo semelhante ao que o GLOBO é hoje.



Porta voz da insensatez e da mentira. O que faz de forma bem sensata, aliás.



Jânio puxou a escada, deixou Lacerda seguro só na brocha.



Cumpriu os protocolos, digamos assim, do dia 25 de agosto, dia do Soldado, não deu na pinta que o gesto tresloucado viria uma ou duas horas depois, entregou a renúncia a Pedroso Horta, ministro da Justiça e esse ao presidente do Senado. A despeito dos apelos de Afonso Arinos, ministro das Relações Exteriores e que correu a assumir o mandato de senador para tentar evitar a renúncia, Auro Soares de Moura Andrade leu a carta e aceitou a renúncia.



Afonso Arinos queria colocar em votação e Auro foi direto depois de ouvir Tancredo. “A renúncia é um gesto de vontade unilateral, não cabe ser discutida”.



Na ausência do vice-presidente, João Goulart, em missão na China (o Brasil não tinha relações diplomáticas com o governo de Pequim e Jânio mandara Jango para iniciar um diálogo com o governo de Mao Tse Tung e Chou En Lai), o presidente da Câmara, Ranieri Mazili (PSD/SP) foi empossado no cargo.



Os três ministros militares, de pronto, se colocaram contra a posse de Jango tachando-o de comunista. Não encontraram apoio nem entre udenistas históricos caso de Adauto Lúcio Cardoso, nem em boa parte da caserna. Mas assumiram o controle do Brasil.



A reação veio do governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola. Do antigo PTB, cunhado de Jango e que começava a despontar como liderança nacional a partir das ações de seu governo, principalmente na área da educação.



Brizola, com ele e uns poucos secretários e assessores transformou o Palácio do Piratini em centro da resistência democrática. Criou uma rede de emissoras de rádio a que chamou de CADEIA DA LEGALIDADE, usada para denunciar o golpe, defender a posse de Jango, a legalidade democrática.



Ao contrário dos ministros militares encontrou eco em todo o Brasil e em diferentes forças políticas. Teve o apoio da Brigada Militar do Rio Grande (PM), o Piratini foi pequeno para abrigar voluntários, muitos chegando de várias partes do Brasil e em meio a incertezas recebeu o apoio do comandante do III Exército, general Machado Lopes.



Lott que conclamara através de um manifesto a defesa da legalidade fora preso pelos golpistas, isso no Rio de Janeiro onde se encontrava. O marechal Nilo Sucupira foi o encarregado de prender o marechal.



Jango, estava em meio a um périplo para voltar da China ao sabor dos fatos que aconteciam no Brasil. Encarregou Tancredo Neves de negociar em seu nome. Um acordo feito com os golpistas em torno da emenda parlamentarista de Raul Pila (Partido Libertador, RS), pôs fim à crise.



Brizola aceitou a solução negociada, mas declarou-se contrário ao que chamou de “expediente golpista”. Tancredo Neves foi o primeiro-ministro indicado por Jango e Ernesto Geisel o porta-voz do vice-presidente, agora presidente, junto aos ministros militares do ex Jânio Quadros.



E se não me falha a memória, Jânio Quadros e suas esquisitices deliberadas, propositais, embarcou para a Europa num navio cargueiro, me parece que o Uruguai Star. Nos momentos seguintes à sua renúncia, na base aérea de Cumbica, em São Paulo, ao saber que o fato estava consumado, teve uma forte crise de choro.



O golpe falhara.



Um ano depois tentaria voltar ao governo de São Paulo. Foi derrotado por Ademar de Barros (a quem havia vencido em 1954). O governador Carvalho Pinto, oriundo do chamado janismo não absorvera a renúncia do seu antigo líder e um terceiro candidato, José Bonifácio, dividiu o eleitorado janista. Àquela época não havia segundo turno, uma eleição para governos estaduais ou presidente da República era decidida por maioria simples.



A renúncia de Jânio escancarou mais ainda as portas para o golpe real.



O outro golpe, o de 1964, começou em 1950, na segunda derrota do brigadeiro Eduardo Gomes (UDN). A primeira para o marechal Dutra e a segunda para Getúlio Vargas. Quase se materializou em 1954 no manifesto dos coronéis contra a presença de Jango no Ministério do Trabalho (Getúlio havia dobrado o valor do salário mínimo e nem as elites e nem militares subordinados a elas aceitaram a medida) e da crise provocada pelo assassinato do major Rubens Florentino Vaz, que na verdade foi um atentado contra Carlos Lacerda, deputado e principal líder da oposição a Getúlio.



Um inquérito que mostrou membros da guarda pessoal de Vargas envolvidos no crime deu ensejo a que militares da Aeronáutica, na chamada REPÚBLICA DO GALEÃO, pregassem abertamente o golpe. O suicídio de Vargas abortou o golpe, comoveu o país e o vice, o potiguar João Café Filho, ligado a Ademar de Barros, assumiu o governo. De cara deixou Ademar e migrou para o udenismo.



A eleição de JK por pouco não foi para o brejo na tentativa golpista abortada pelo marechal Lott, ministro da Guerra (hoje, Secretaria do Exército). Em 11 de novembro de 1955 e no governo de Juscelino, duas revoltas localizadas e levadas à frente por setores da Aeronáutica fracassaram.



Nada do que Lott dissera que aconteceria ao Brasil na hipótese da eleição de Jânio deixou de acontecer. Em 1º de abril de 1964 militares de extrema-direita, subordinados aos Estados Unidos e comandados pelo general norte-americano Vernon Walthers, derrubaram Goulart, assumiram o governo e até 1984 produziram o pior filme de terror de nossa história, real e sofrido.



A última cena ainda não foi protagonizada. A punição dos responsáveis pelo período de barbárie. Se auto anistiaram. É uma espécie de the end necessário para cicatrizar feridas abertas pela barbárie dos DOI/CODI e das OPERAÇÕES CONDOR.



Jânio conseguiu voltar à Prefeitura de São Paulo, em 1965, derrotando Fernando Henrique Cardoso.



No dia da sua posse pendurou um par de chuteiras à porta do seu gabinete anunciando que estava terminando sua carreira.



E ainda assim tentou “inovar” para melhorar o trânsito de veículos automotivos na capital paulista. Queria o patinete a motor.



Sua reputação por pouco não vai abaixo literalmente, quando sua filha quis denunciá-lo por corrupção, abusos, etc. Foi salvo por Ulisses Guimarães que preferiu não deixar a história vir a público e segurou Tutu Quadros, deputada e filha do ex.



Se a ditadura foi uma noite de horror, Jânio foi um drama lamentável com laivos de loucura consciente, se é que posso escrever assim, estudada, pensada.



Sanduíche de mortadela e um copo de pinga, os ingredientes preferidos em suas campanhas políticas, mas de público, de forma ostensiva e visível, para que todos pensassem que com o boné de motorneiro de bonde, de fato dirigia um bonde.



Descarrilou. Pior descarrilou o Brasil.



A versão atual de Jânio é também um ex-prefeito da capital de São Paulo e ex-governador do estado, José Arruda Serra.


A diferença está no fato de Arruda Serra ser abstêmio. O que conta a favor de Jânio. Como costumo sempre lembrar e como dizia o poeta Sílvio Machado, “não conheço nenhuma boa idéia surgida em leiteria”.



Um detalhe. O vice de Jânio era Milton Campos, anos luz à frente de Índio da Costa (nem deve saber quem foi Milton Campos). E antes de renunciar à presidência, Jânio renunciou à candidatura. É que a UDN havia indicado Leandro Maciel, um senador sergipano para vice. Jânio sabia que a despeito de ser um político honrado, não acrescentaria nada à sua chapa, pelo contrário, poderia complicar uma eleição fácil.



No período da ditadura militar tentou ensaiar algumas declarações contra o regime militar, acabou inovando, cumpriu a primeira pena de confinamento desde não sei quando em nossa história. Foi para Corumbá, onde ficou 45 dias por determinação do marechal Castelo Branco. Sossegou em seguida, foi cuidar de outro Sossego, esse com letra maiúscula. Uma das marcas mais famosas de pinga àquele tempo e escreveu uma gramática e uma coleção de história do Brasil, uma delas em parceria com Afonso Arinos.



Arinos recuperou-se e curou-se da doença, registre-se nos autos a bem da verdade.



E como dizia Jânio, “fi-lo porque qui-lo”.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

E AGORA JOSÉ SERRÓQUIO?

Adilson Filho fez esta livre adaptação do texto musicado de Carlos Drummnd de Andrade, ou melhor dizendo:

O amigo navegante Adilson Filho acaba de compor essa obra-prima do cancioneiro drummondiano:




E agora, José?
A festa acabou,
a Dilma ganhou
o Índio sumiu,
a Globo mudou..
e agora, José?
e agora, você?


Você que é sem graça,
que zomba da massa,
você que fez plágio
que amou o pedágio
e agora, José?


Está sem “migué”
está sem discurso,
está sem caminho..
não pode beber,
não pode fumar,
cuspir não se pode,
nem mesmo blogar?


A noite esfriou,
o farol apagou
o voto não veio,
o pobre não veio,
o rico não veio..
não veio a utopia
não veio o João
tão pouco a Maria


E tudo acabou
o Diogo fugiu
o Bornhausen mofou,
e agora, José


E agora, José ?
Sua outra palavra,
seu instante de Lula:
careca de barba!
sua gula e jejum,
sua favela dourada
sua “São-Paulo de ouro”
seu telhado de vidro,
sua incoerência,
seu ódio – e agora ?


Com a chave na mão
quer abrir qualquer porta,
não existe porta;
o navio afundou
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
nem Rio, Bahia, Sergipe, Goiás..
José, e agora ?


Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa da despedida
e a Miriam tirasse…
se você dormisse,
se você cansasse,
como o leitor do Noblat
se você “morresse”
Mas você não morre,
você é vaso “duro”, José !


E sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem megalomania
Sem Folha, O Globo, Estadão, o Dia..
sem Cantanhede
para se encostar,
sem o cheiro da massa
pra você respirar..


E sem cavalo grego
que fuja a galope,
sem o Ali Babá
pra lhe arranjar algum golpe,
você marcha, José !
José, pra onde?
pra sempre?


E agora, José?
Se quando a festa acabou, o povo falou
que sem você, podia muito mais..
Então, nesse caso: Até nunca mais, José!



PS: O Dia foi só pra compor a rima.

CARTA ABERTA A JOSÉ SERRA





Prezado candidato José Serra,

Quem lhe escreve é alguém que já foi seu eleitor para deputado e senador, em tempos idos, mas que, hoje, retirou qualquer apoio que lhe possa ter dado um dia. Serei eleitor de Dilma Rousseff, neste ano, como fui do presidente Lula em 1989, 1994, 1998, 2002 e 2006. E sou um crítico contundente de sua atuação político-administrativa.

Candidato, escrevo à luz das últimas pesquisas de opinião, que mostram uma tendência do eleitorado que, não entendo por que, vem surpreendo a alguns. Particularmente, como muitos outros blogueiros e jornalistas de fora da grande mídia, não me surpreendi com o que está acontecendo.

Mas não quero que pense que esta missiva tem pretensões de tripudiar ou de agredir. Escrevo meramente para lhe fazer um pedido absolutamente desvinculado dos interesses de seus adversários. É um pedido em benefício da democracia brasileira.

O prezado candidato tem todo direito de lutar até o fim pela própria candidatura, mas ousarei lhe fazer uma sugestão que, sendo absolutamente sincero, pode ser até do seu interesse pessoal.

Ainda que alguns dos integrantes de sua campanha possam dizer o contrário, julgo que o uso dos ataques e das denúncias que penso estar nos planos de algumas vertentes desse grupo político constituir-se-ão em desrespeito aos eleitores.

Governador Serra, o Brasil não merece uma campanha baixa, com mais ataques à honra de seus adversários e lances de esperteza como o do uso da imagem de seu maior adversário, o qual o grupo político que o senhor integra tanto atacou nos últimos anos.

Provavelmente, esta carta terá sido em vão. Concordo que o senhor pense que se alguém como este missivista lhe diz para fazer uma coisa, o certo será fazer exatamente o contrário. Se eu não conseguir demovê-lo das estratégias que tentarão em seu nome, portanto, peço apenas para que reflita depois de que foi avisado.

Acredito que da estratégia que já se convencionou chamar de “bala de prata”, estratégia de ataque à honra que os meios de comunicação que o admiram e defendem ajudarão o PSDB a disparar contra Dilma Rousseff na reta final do primeiro turno, será trágica para a democracia e para a sua própria imagem, candidato.

Concluo, portanto, reiterando este apelo ao seu bom senso. Se lhe restar um grama de dúvida, rogo para que consulte pessoas de sua confiança com diferentes opiniões sobre o assunto e que pondere muito bem sobre o que disser cada uma.

Atenciosamente,

Eduardo Guimarães

sábado, 21 de agosto de 2010

OS 3 PADRÕES (de manipulação?) DAS PESQUISAS IBOPE E DATAFOLHA

OBSERVAR OS GRÁFICOS DO POST ANTERIOR (A Boca do Jacré)



Conduta 1: Ampliar a vantagem de Serra
Esse padrão perdurou até o momento em que o Movimento dos Sem-Mídia (MSM) reivindicou ao Ministério Público investigação dos 4 maiores institutos de pesquisa: os dois supra citados mais Vox Populi e Sensus. Após saber que seriam investigados, DataFolha e IBOPE passaram a admitir que Dilma estava empatada com Serra. No gráfico, basta observar o “salto” que faz a curva de Dilma após a representação judicial do MSM.


Conduta 2: admitir empate e ‘segurar’ esse empate
Nesse momento, sabendo que seriam alvo de investigação, IBOPE e DataFolha passam a mostrar resultados um pouco mais condizentes com aquilo que Vox Populi e Sensus já vinham mostrando: Dilma tinha empatado com Serra e, como vinha numa ascendente, em breve o ultrapassaria. Porém, como veremos, há após isso uma “teimosia” em admitir a ultrapassagem de Serra por Dilma.

Essa teimosia tinha motivos: impedir a fuga de doações da campanha de Serra. Ninguém quer doar para um candidato que irá perder. Assim, era preciso manter Serra como um candidato competitivo. Nesse processo se destacaram as operações midiáticas para salvar o tucano paulista.

Nesse ínterim, Eduardo Guimarães, presidente do MSM, nos informava que a PF centraria suas investigações nessas estranhas pesquisas IBOPE e DataFolha. Ao mesmo tempo, o Vox Populi já passava a mostrar Dilma à frente de Serra, numa situação que já não mais seria possível considerar empate técnico.


Conduta 3: igualar-se a Vox e Sensus
O IBOPE de 20-22 de junho foi o primeiro dos dois institutos suspeitos a “cantar” a liderança de Dilma. Em seguida, percebe-se que ambos elevam Serra à casa dos 39, 38%. No gráfico se vê a “barriga” que a curva de Serra faz entre o IBOPE de 20-22 de junho até o IBOPE de 26-29 de julho.

Só que à essa altura, Dilma já começava a abrir distância significativa, de quase 10 pontos. Além disso, a investigação da PF e MP, somada à blogosfera e twitter repercutindo as manipulações, o conseqüente risco de perda de credibilidade, e especialmente a falta de competitividade da candidatura Serra, tudo isso foi suficiente para que DataFolha e IBOPE deixassem de favorecer o tucano. Ao menos por enquanto…

É significativo o fato de que o DataFolha foi o último instituto a “abandonar Serra”. Isso nos diz muito sobre a Folha de São Paulo.

A BOCA DO JACARÉ x A GANGORRA CONTORCIONISTA



(ANÁLISE FEITA ANTES DO DATAFOLHA APONTAR 17 PONTOS DE DIDERENÇA)


O blog “Se Discute“(*), de Lucas Santos, fez um interessante exercício com as pesquisas de intenção de votos desde o início do ano para mostrar os malabarismos que Datafolha e Ibope fizeram para contornar a tendência que Vox Populi e Sensus apontaram com muito mais coerência: a ascensão permanente de Dilma e a queda de Serra.

Chega a ser engraçado comparar os gráficos. Enquanto Vox e Sensus mostram a boca do jacaré se abrindo progressivamente a partir de abril/maio, Datafolha e Ibope promovem uma gangorra para chegarem em agosto praticamente iguais aos outros dois institutos. É bom lembrar que Vox e Sensus tiveram seus números confrontados pelos tucanos e pela mídia. O TSE obrigou o Sensus a abrir sua planilha da pesquisa de abril, que pela primeira vez apontava empate entre Dilma e Serra, a pedido do PSDB, e nada de irregular foi encontrado. O Vox era apontado como suspeito pelo simples fato de fazer pesquisas para o PT. No final das contas, eram os dois institutos que estavam certos.

O “Se Discute”(*) divide a atuação do Datafolha e do Ibope em três fase: a primeira, de fevereiro a abil/maio, na qual procuraram ampliar ao máximo a vantagem de Serra. Os dois institutos chegaram a dar 38 pontos percentuais para Serra, enquanto Sensus e Vox jamais passaram dos 34%.

Entre abril e maio, houve um importante divisor de águas que foi a solicitação do Movimento dos Sem-Mídia no Ministério Público para investigar os quatro maiores institutos de pesquisa. Esse ato coincide com o momento em que Sensus e Vox começam a mostrar a boca do jacaré se abrindo a favor de Dilma, enquanto Datafolha e Ibope se empenham em manter uma situação de empate técnico, que os deixava cada vez mais distantes dos dois outros institutos e da realidade.

A terceira fase, a partir do fim de julho, registra o momento em que Datafolha e Ibope começam a convergir para o que Sensus e Vox já mostravam. Datafolha e Ibope corriam o risco de ficarem expostos ao ridículo, já que Sensus e Vox revelavam diferenças de até 10 pontos para Dilma, o que não tem metodologia que explique.

Agora é esperar a próxima rodada, que já vai revelar o impacto dos programas eleitorais, com a indicação clara de Lula de quem é a sua candidata. Sensus e Vox já estão na casa dos 16 pontos de diferença. Essa vantagem de Dilma deve aumentar. Datafolha e Ibope estão em 11 pontos. Se mantiverem a mesma postura, devem chegar aos 16 pontos dos outros instututos nas suas próximas rodadas de pesquisa. Ficarão marcados como os que vieram sempre atrás.




(*) FONTE: http://www.sediscute.com/2010/08/os-3-padroes-de-manipulacao-das.html

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A VINGANÇA DE LUIZ INÁCIO





Luis Inácio deve estar saboreando cada segundo da mais completa rendição de José Serra, do PSDB e da mídia àquele que mais odeiam, ele mesmo, um pernambucano que, na idade adulta, converteu-se em Lula, de longe o presidente da República mais popular da história do Brasil.

Os supracitados adversários políticos de Luiz Inácio passaram décadas insultando esse homem de todas as formas. Chamaram-no de ladrão (mensalão), de beberrão (Larry Rohter), de apedeuta (Esgoto da Veja), de anta (Diogo Mainardi), de assassino (Folha no desastre da TAM), de estuprador (Folha e o “menino do MEP”)…

Uma geração inteira cresceu lendo e escutando Luiz Inácio ser insultado de todas as formas e acusado de tudo o que se possa imaginar.

Depois de Collor, em 1989, e de FHC, em 1994, em 2002 José Serra “ascendeu” ao posto máximo da direita contemporânea, o de “anti-Lula”. Desde então, não desceu mais do pódio. Esteve por trás de todos os ataques mais virulentos feitos ao presidente da República durante os últimos sete anos e tanto.

As relações do tucano com os agressores mais contundentes do primeiro mandatário da República são tão conhecidas que é possível achar até fotos dele na internet abraçado a alguns.

Durante a maior parte da década de 1990 até início dos anos 2000, Luis Inácio sempre foi comparado com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, intelectual de renome internacional que o derrotou em duas eleições seguidas. A superioridade de FHC sobre ele foi cantada em verso e prosa até o limite do insuportável nos discursos tucano-midiáticos.

Luiz Inácio e seu povo chegam a 2010 com motivos para dar boas gargalhadas. Os que insultaram o mais eminente político petista durante décadas e que o preteriram tantas vezes em favor de FHC, hoje têm que homenagear o antigo desafeto em seus programas eleitorais e que esconder o antigo favorito.

A vingança de Luiz Inácio não poderia ser mais doce.




MINISTRA DILMA ROUSSEF:
Com a força do povo, vai continuar o que ele fez.
EM 2010 É LULA OUTRA VEZ!!!
...E parece que vai ser no 1º TURNO!



http://www.blogcidadania.com.br/

MIRIAM LEITÃO E BOB JEFFERSON ESTÃO ORFÃOS





A colunista de O Globo, Miriam Leitão, produziu uma peça de jornalismo curiosa para tentar condenar Lula por apontar Dilma Rousseff como candidata a sua sucessão. Miriam compara o discurso de Lula ao coronelismo da República Velha e diz qu e age como se estivesse entregando uma capitania hereditária.

Seria importante lembrar à colunista que o Brasil é uma democracia e quem vai decidir o futuro presidente é o povo. Ou seja, Lula pode dizer que prefere Dilma, mas o povo pode pensar diferente. Fernando Henrique Cardoso, que governou o país por oito anos, assim como Lula, preferia que José Serra o sucedesse, em 2002, mas o povo escolheu Lula.

A colunista completa seu ataque a Lula afirmando que o discurso de “pai e mãe do povo” infantiliza o povo brasileiro. É uma teoria interessante, mas sugeriria à colunista global que encaminhasse o debate a José Serra, o candidato de sua predileção. Afinal, o tucano tenta descaradamente pegar uma carona em Lula, talvez imaginando que o processo sucessório seja exatamente como o vê Miriam Leitão, a entrega de uma capitania hereditária.

Nessa falsa aproximação a Lula, Serra reforça o paternalismo visto por Miriam. Aliás, um aliado do tucano, o petebista Roberto Jefferson descreveu muito bem isso em matéria da Reuters reproduzida pelo próprio O Globo. Diz o Jefferson sobre a perda de identidade da campanha do Serra: “Não tem oposição mais, todos são filhos do Lula. E o Lula quer fazer do patriarcado dele um matriarcado para que todos passem a ser filhos da Dilma Rousseff.”< /span>

Bob Jefferson e Miriam Leitão pensam da mesma forma, mas o político é menos tendencioso ao apontar que a oposição quer desfrutar do que seria o patriarcado de Lula. O que Jefferson e Leitão evitam enxergar é que a popularidade de Lula, que jamais se disse pai do povo, se deve à maneira como governou o país, com atenção preferencial aos pobres. A população que lhe atribui aprovação recorde, deseja a continuidade de seu governo, e ela está personificada em Dilma, a sua candidata. E não na oposição, que nem se nomeia assim para tentar tirar uma casquimha de Lula.

Mas Miriam Leitão não para por aí. Afinal, diante da dianteira de Dilma é preciso usar todas as armas para ajudar Serra. A colunista traça um paralelo entre Brasil e Estados Unidos, naquela velha cantilena do que é bom para os EUA, é bom para o Brasil, tão ao gosto do seu candidato.

Certamente pensando no excelente momento da economia do país, diz a colunista que a economia “é decisiva, mas nem sempre”. E lembra da derrota de Al Gore, que perdeu as eleições presidenciais mesmo com o apoio de Bill Clinton, quando os EUA viviam um de seus melhores momentos econômicos na história. Esse argumento é mole de derrubar. Em primeiro lugar, como escreve a própria Miriam, Gore queria distância de Clinton por conta do caso Monica Levinsky. Só com isso, a comparação já não seria apropriada porque Dilma foi próxima de Lula durante o seu governo e deseja manter essa proximidade, não apenas na campanha, mas durante o seu governo. A segunda questão é que Gore perdeu a eleição de forma controversa, para dizer o mínimo, com uma manipulação dos votos da Flórida, governada pelo irmão do candidato oposicionista.

Miriam argumenta que se Clinton tivesse feito uma campanha paternalista seria ainda mais rejeitado. “Lá, eles não acham que eleitores passam de mão em mão como uma massa sem vontade própria”, escreveu. O que Miriam Leitão quis dizer com isso? Que os EUA são melhores que o Brasil? Que o povo americano sabe escolher melhor que o brasileiro? A velha mentalidade colonizada sempre se manifesta nessas horas.

Seria importante lembrar à colunista que a massa “esclarecida” de eleitores norte-americanos que não aceita ser controlada, elegeu George Bush, o responsável por duas guerras das quais os EUA não se desvencilharam até hoje, que causaram mais de 20 mil vítimas civis no Afeganistão e mais de 375 mil vítimas civis no Iraque, incluindo 138 mil soldados americanos feridos em combate e pelo menos 45 mil mortes de iraquianos, entre rebeldes, soldados do governo de Saddam Hussein e civis.


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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

EU ACUSO A CIA

Será que restam dúvidas sobre a autoria do atentado a bomba, detonada por controle remoto, em frente a Rádio Caracol de Bogotá na Colômbia?

Claro que não foram os guerrilheiros das FARC nem o ELN.

Está muito claro que diante da disposição do novo presidente Santos em negociar com os grupos guerrilheiros, os estadunidenses tentam criar motivos para justificar suas presenças naquele país e evitar uma conciliação nacional, atitude que contribuiria ainda mais para uma maior união dos países latino-americanos.

Também logo em seguida a uma reaproximação entre a Venezuela e a Colômbia (Chávez e o novo presidente Santos)

O episódio lembra até o mal sucedido atentado no Rio Centro aqui no Brasil, quando a bomba explodiu no colo de um dos militares que queriam imputar a culpa nos “comunistas” e impedir o processo de abertura.

É o imperialismo ianque querendo dividir para dominar.

COISAS DA CIA e outras agências terroristas estadunidenses!

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

UMA HISTÓRIA REAL DO BRASIL

Laerte Braga

Em pleno funcionamento do Congresso Nacional Constituinte (não tivemos Assembléia Nacional Constituinte) e ainda sob a tutela de setores das forças armadas, pior, sendo presidente da República José Sarney (aliado incondicional da ditadura militar), o trêfego Pimenta da Veiga, deputado eleito pelo PMDB de Minas, buscava assinaturas para propor emenda ao anteprojeto de Constituição que determinava a liberação de documentos secretos do governo federal após vinte e cinco anos e em casos extremos, após cinqüenta anos, a exemplo do que acontece nos Estados Unidos.


Um dos deputados procurados por Pimenta da Veiga foi Amaral Neto, oriundo do lacerdismo e figura fundamental para a ditadura em seus primeiros momentos. A resposta do deputado carioca foi fulminante – “você está louco, quer por fogo no Brasil?”


Pimenta da Veiga, bem ao seu estilo tucano (é anterior à fundação do PSDB) respondeu que aquilo não era para valer, era apenas para fazer média com seu eleitorado.


Não prosperou como era fácil de prever. E Amaral Neto não assinou.


A candidatura do general Ernesto Geisel à presidência da República em 1974 foi imposta por seu irmão, Orlando Geisel, todo poderoso ministro do Exército, do famigerado governo de Garrastazu Medice.


Geisel fora chefe do Gabinete Militar de Tancredo Neves, no breve período parlamentarista no governo de João Goulart, historicamente era ligado ao marechal Lott – falo de Ernesto – e tido como militar anti-americano entre seus pares. Escapou do processo de degola nas forças armadas após o golpe de 1964 por conta de dois fatores. O primeiro deles Castelo Branco. Foi o presidente que abriu a temporada de barbárie e era amigo íntimo do Geisel que viria a ser o futuro presidente. Segundo, seu próprio irmão, Orlando.


De qualquer forma foi jogado em escaninhos das forças armadas. Primeiro na PETROBRAS e em seguida no STM (Superior Tribunal Militar), uma espécie de velório para militares incômodos ou então prêmio para amigos dos donos do poder.


O principal mentor político de Geisel, ou oráculo do ex-presidente, era Tancredo Neves, então deputado federal do PMDB. E foi de Geisel que partiram as primeiras articulações dentro das forças armadas para levar Tancredo a ser o primeiro presidente civil no pós ditadura.


Entre o golpe de 1964 e sua candidatura presidencial Ernesto Geisel dedicou-se ao exercício de não falar nada, entrar na muda como dizem em Minas, para evitar ser estraçalhado pela chamada linha dura – extrema direita – do Exército brasileiro.


A própria escolha de Garrastazu Medice se deu após o golpe dentro do golpe em 1968, com a incapacidade do presidente Costa e Silva, num processo eleitoral interno, dentro das forças armadas. Disputou a indicação e venceu o general Afonso de Albuquerque Lima, que acabou ministro do Interior.


Medice era o preferido dos grupos de repressão e as eleições nos quartéis quase que repetiram o sistema de votação anterior à revolução de 1930. Voto aberto e sob vigilância dos setores que detinham os comandos. Era uma época em que a tal hierarquia se fundava na maior vocação para a barbárie. Vale dizer que em determinados momentos sargentos mandavam mais que majores, capitães, por aí afora.


Contava o número de escalpos de presos políticos torturados, presas estupradas, assassinatos, o de sempre em regimes dessa natureza e com essa característica.


Sem julgamento de mérito, Ernesto Geisel equilibrou-se entre concessões à linha dura e atitudes como a mandar Delfim Neto para ser embaixador em Paris, numa espécie de exílio dourado, mas longe do Brasil, conhecida a extraordinária capacidade do ex todo poderoso ministro para articulações de bastidores (fofocas para ser mais direto).


A cada passo numa direção Geisel dava outro noutra direção.


O assassinato de Wladimir Herzog foi um desafio à determinação do general presidente de colocar um fim à tortura. Mas só conseguiu demitir o comandante do antigo II Exército, com a segunda morte, a do operário Manuel Fial Filho. Geisel, dentro de seu Ministério, tinha um adversário, Sílvio Frota, ministro do Exército e ligado à linha dura.


A vitória final de Geisel só veio quando da indicação do general João Baptista de Oliveira Figueiredo para seu sucessor. Com apoio do chefe do Gabinete Militar Hugo de Andrade Abreu o presidente deu um contra golpe às manobras de Sílvio Frota. O ministro pretendia ser ele o indicado para concorrer à sucessão presidencial.


A rigor, Frota, que tinha como certo o apoio da maioria da tropa, foi pego de surpresa e praticamente ficou detido no chamado Forte Apache – Brasília – enquanto Hugo Abreu anulava suas forças principalmente dentro do Exército.


O golpe militar de 1964 promoveu o maior expurgo na história das forças armadas brasileiras. Mais de dois mil e quinhentos oficiais, suboficiais e sargentos foram reformados ou demitidos, muitos deles presos e assassinados, caso do capitão Lamarca e do major Cerveira, por exemplo. Ou do brigadeiro Rui Moreira Lima, de larga tradição legalista dentro da força aérea, vivo até hoje e exemplo de brasilidade em todos os sentidos.


O próprio Eduardo Gomes, fundador e patrono da Aeronáutica brasileira foi colocado numa geladeira ao dar apoio ao capitão Sérgio Macaco punido por ter denunciado o plano terrorista do brigadeiro Burnier. Esse queria explodir o gasômetro no Rio de Janeiro e colocar a culpa do atentado nos comunistas, aumentando o tom da repressão. Anulando os chamados setores moderados do golpe.


Há dúvidas sobre as circunstâncias da morte de Castelo Branco, como resta como última tentativa visível de sobrevivência das forças de extrema direita, o fracassado atentado do Rio Centro, no Rio, durante um show de música popular brasileira. No governo Figueiredo. A bomba explodiu no colo de um sargento que estava a bordo de um automóvel PUMA com um capitão, ambos encarregados do atentado. Os culpados seriam os comunistas.


O sargento morreu e o capitão terminou coronel. Valeu a saída de Golbery do Couto e Silva, ligado a Geisel e que defendeu a punição dos culpados com inquérito público.

O processo democrático, numa boa medida, implica em reconstrução das forças armadas brasileiras. A imensa maioria dos chefes militares continua batendo continência para a bandeira e os interesses dos Estados Unidos e enxergando a presença de comunistas debaixo de cada cama de cada brasileiro.


Não há um compromisso explícito dos militares brasileiros com o País, mas com empresas multinacionais, latifúndio e a política imperialista dos EUA. Vivem ainda na pré-história, no tempo da guerra fria.


Uma das atitudes de Geisel quando presidente foi romper o acordo militar Brasil – EUA. Uma das concessões mais perigosas do governo Lula na sua política de uma no cravo e outra na ferradura foi o de reatar esse acordo.


Outra atitude de Geisel foi fortalecer a IMBEL (INDÚSTRIA BRASILEIRA DE MATERIAL BÉLICO) e a ENGESA (ENGENHEIROS ESPECIALIZADOS S/A). Num dado momento os veículos militares brasileiros, produzidos por essas empresas estatais, OSÓRIO e URUTU se mostraram superiores aos produzidos pela indústria bélica dos EUA, da França, da Grã Bretanha, da Bélgica e ganharam mundo afora sobretudo países árabes como a Líbia e o Iraque.


A EMBRAER, ainda estatal, começou a desenvolver em parceria com setores da construção aeronáutica da Itália, um projeto de caça bombardeio com tecnologia brasileira e italiana.


Quando citei acima a questão dos documentos secretos tinha em mente a história até agora secreta, das pressões e ações (de guerra inclusive) do governo dos EUA, contra a exportação de equipamentos bélicos produzidos por empresas estatais brasileiras para outros países.


O sucateamento da ENGESA e da IMBEL começou no governo Figueiredo e foi acentuado nos seus sucessores civis. A EMBRAER estatal, capaz de colocar a indústria aeronáutica brasileira entre as melhores do mundo, foi privatizada no governo de FHC.


Nada por acaso, tudo deliberado em Washington. Militares e governos subordinados aos interesses norte-americanos.


É recente a decisão do governo do ex-presidente Bush de vetar a venda de aviões de treinamento tucano da EMBRAER para a Venezuela. Por deterem tecnologia norte-americana em determinados componentes e pela participação acionária de grupos dos EUA.


Essas concessões, perigosas e que ferem a nossa soberania, plenas a absolutas no governo de FHC, cederam, por exemplo, no primeiro escândalo daquele governo (por si só um escândalo), o controle da Amazônia, no projeto SIVAM – SISTEMA DE VIGILÂNCIA DA AMAZÔNIA –, operado por uma “empresa” dos EUA e militares brasileiros, ou supostamente brasileiros.


FHC só não cedeu a base de Alcântara, no Maranhão, por força da pressão popular e da reação de setores nacionalistas das forças armadas.


A hipótese da eleição do candidato José Arruda Serra abre a possibilidade tão sonhada pelos norte-americanos no campo militar. Bases no Brasil. Na Amazônia, no Nordeste e no Sul.


Várias tentativas já foram feitas e refugadas.


Como dizia Nixon, “para onde se inclinar o Brasil, vai se inclinar a América Latina”, logo, é fundamental ter o controle do Brasil.


Num momento em que os EUA assumem o controle de praticamente todo o mundo a partir de uma “uma embriaguês pelo poder militar” (definição de Hans Blinx, inspetor da ONU no Iraque à época que precedeu a invasão - 2003 – e constatou a mentira das armas químicas e biológicas) o Brasil ganha contornos vitais para a política capitalista e imperialista norte-americana.


A presença de governos independentes e com projetos de integração latino-americana como o da Venezuela, da Bolívia, da Nicarágua, Cuba, a própria Argentina e o Brasil noutra dimensão – uma no cravo outra na ferradura – ou o “capitalismo a brasileira” como bem definiu Ivan Pinheiro, secretário geral do PCB – Partido Comunista Brasileiro – e candidato à presidente da República, transforma o processo eleitoral brasileiro num jogo decisivo para as políticas norte-americanas.


Lula reativou o acordo militar com os EUA e com isso abriu espaços para os militares que vestem fardas brasileiras e pensam e prestam obediência a Washington e em seus quase oito anos, não foi capaz de resolver o problema de novos caças bombardeios para a FAB – FORÇA AÉREA BRASILEIRA -, tamanhas as pressões dos EUA, tanto quanto, retardou a construção de submarinos nucleares, indispensáveis à nossa soberania. A compra de dois desses submarinos à França foi paliativo, temos tecnologia nacional para construir essas belonaves.


Se uma no cravo e outra na ferradura é uma forma de buscar avanços compensatórios em outros setores, é algo a se discutir. As concessões muitas vezes, ou todas as vezes, são maiores que os ganhos. A própria política de alianças é complicada quando se tem setores do latifúndio próximos do governo.


O agronegócio é uma das formas de dominação econômica e estratégica. Está todo ele em mãos estrangeiras. Cria um nível de dependência absoluto na agricultura.


É claro que retrocesso é José Arruda Serra. Não significa que Dilma Roussef seja avanço lato senso. Significa que uma volta aos tempos de FHC liquida qualquer perspectiva a curto e médio prazo de nos transformamos numa potência livre, soberana e justa em todos os sentidos.


E isso, como disseram Ivan Pinheiro em entrevista a RECORDNEWS e Plínio de Arruda Sampaio no debate da BANDEIRANTES, vai depender basicamente dos movimentos populares. Da formação e organização. São a força motriz da real independência do Brasil.


Se não temos bases militares dos EUA no Brasil, temos boa parte de nossas forças armadas colonizadas e subordinadas aos EUA.


E o maior de todos os desafios em tempos atuais. O da Comunicação. A grande mídia em nosso País é tudo menos brasileira. Controlada por grupos econômicos estrangeiros, submissa a interesses de potências outras. Concentrada em poucas mãos, poucas famílias (mafiosas), tenta moldar o pensamento do brasileiro de tal forma que num dado momento, por exemplo, saci pererê some para dar lugar ao haloween. Nossas escolas, tanto privadas como públicas, já incorporaram essa data ao seu calendário. É só um exemplo.


A história real do Brasil precisa ser conhecida. Precisa ser pública. E um desafio, dentre tantos para o próximo governo, o Poder Legislativo, é acabar com os segredos de Estado.


Exibir a barbárie nua e crua da ditadura militar que hoje permite a torturadores como Torres de Melo se arvorarem em patriotas defensores da honra nacional. Mas pior que ele, pau mandado, na junção de grandes empresas, latifúndio, banqueiros e boa parte das nossas forças armadas, transformados em uma realidade de espetáculo, alienar o cidadão comum, as classes médias (come arroz e feijão e arrota maionese e está sempre pronta a dizer sim senhor), impedir que o movimento popular ganhe força, criminalizando-o (a recente CPI do MST não encontrou nenhuma irregularidade no uso de financiamentos para agricultores e a GLOBO sequer tocou no assunto), enfim, uma espécie de FANTÁSTICO SHOW DA VIDA, onde o principal problema do Brasil é o goleiro do Flamengo, Bruno.


Não se trata só de abrir os baús da ditadura. Mostrar a face real dos governos militares. Mas colocar a nu também os que hoje se escondem sob o manto da democracia e conspiram para que sejamos apenas um sonho emasculado em colônia do capitalismo selvagem dos norte-americanos e tudo o que representam.


Gente padrão Jarbas Vasconcelos, Roberto Freire, Alberto Goldman, etc, etc.


Aviões militares fabricados por Israel estão, dois deles, na região de Santa Cruz do Sul, com presença de técnicos de Israel, fazendo demonstrações de vôos não tripulados e podem vir a se incorporar a FAB.


São vinte toneladas de equipamentos no aeroporto Luís Beck da Silva. São dois “HERMES 450” fabricados pela empresa israelense ELBIT SYSTEMS e perto de quarenta homens acompanham os exercícios da Base Aérea de Santa Maria, entre eles representantes da empresa fabricante e seus credenciados no Brasil, a AEROELETRÔNICA.


Esses aviões são usados no Oriente Médio para monitorar o povo palestino, despejar bombas, monitorar o sul do Líbano e a eventualidade de uso deles pelo Brasil implica em dependência tecnológica – não há transferência de tecnologia para o Brasil -, naquilo que somos capazes de fazer.


Segundo o tenente coronel Paulo Ricardo Laux, gerente do grupo de trabalho os aviões vão se exibir até o dia vinte de agosto.


Por coincidência ou não, a grande colônia palestina no Brasil está naquela região, no Sul do País. Onde Bush queria colocar uma base para controlar o “terrorismo”. E também o Aquífero Guarani, a quinta maior reserva de água subterrânea do mundo.


É hora de encarar o desafio de expor as histórias secretas que são, na verdade, as histórias reais dos que controlam o Brasil e querem-no colônia de interesses estrangeiros. E de enfrentar o desafio da Comunicação. Romper a barreira imposta pela grande mídia corrupta, venal e dominada igualmente por esses mesmos grupos.

AS MENTIRAS DE SERRÓQUIO NO JN DE ONTEM

Numa rápida análise da entrevista de 12 minutos ao Jornal Nacional, podemos detectar pelo menos 12 questões levantadas por Serra que não correspondem à realidade. Especialistas em cada assunto poderão encontrar várias outras. Abaixo, um resumo das “mentiras por minuto” que Serra contou aos telespectadores do telejornal de maior audiência da televisão brasileira.


1. Fiz os genéricos...

Parece uma constante na biografia de José Serra a sua pretensão de autoria sobre programas que ele não criou, apenas regulamentou. A história da legislação dos genéricos no Brasil inicia-se pelo então deputado federal Eduardo Jorge, em 1991, quando apresentou o Projeto de Lei 2.022, que planejava remover marcas comerciais dos medicamentos. Em 1993, foi publicado pelo então presidente Itamar Franco, que tinha como ministro da Saúde Jamil Haddad, o Decreto nº 793, que instituiu a política de medicamentos genéricos. Portanto, quando Serra assumiu o Ministério da Saúde, no governo FHC, o programa de medicamentos genéricos já era uma realidade. Serra e FHC apenas revogaram o decreto anterior na íntegra e fizeram uma lei (9.787/99) e um novo decreto (3.181/1999) com muitas concessões ao lobby da indústria farmacêutica.


2. Fiz a campanha da Aids...

O mesmo embuste dos genéricos, Serra aplica em relação ao programa de combate à Aids. Na verdade, o tucano, por uma estratégia de marketing, assume como se fosse dele um programa que é anterior à sua gestão no Ministério. Na realidade foi um programa criado pelos Adib Jatene e Lair Guerra.
Saiba mais no link: http://www.viomundo.com.br/denuncias/aids-serra-assume-como-dele-programa-de-lair-guerra-e-adib-jatene.html




3. A saúde, nos últimos anos, não andou bem

Serra tenta generalizar para não reconhecer que a situação hoje é melhor que no governo passado. A saúde continua com problemas, é óbvio, sobretudo no atendimento de urgência e emergência de hospitais do país. Mas nos últimos anos, houve melhoras significativas em quase todas as demais áreas da saúde. No governo Lula diminuiu sensivelmente a mortalidade materna e a mortalidade infantil. O Brasil está entre os 16 países em condições de atingir a quarta meta dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio nestas questões. O governo Lula instalou e ampliou programas importantíssimos que não existiam ou estavam subutilizados na gestão de Serra ministro, como o Farmácia Popular, Brasil Sorridente, Saúde da Família -- o financiamento do programa foi triplicado entre 2002 e 2008, passando de R$1,3 bilhão para R$ 4,4 bilhões--, Samu 192 –ao qual SP se nega a aderir até hoje—, PAC da Saúde, UPA 24h, Olhar Brasil, Doação de Órgãos, Bancos de Leite Humano, QualiSUS (fortalecimento do SUS, que os tucanos boicotam), mais investimentos na Política de Saúde Mental, etc. Todo este avanço ocorreu mesmo com o fato da oposição, incluindo o DEM e o PSDB, ter votado pelo fim da CPMF, que destinava recursos para a saúde. Também é preciso frisar que nem todas as ações dependem da União. Governos estaduais e municípios têm ampla participação na gestão da saúde. Serra também não conseguiu resolver os problemas na saúde pública de São Paulo quando foi prefeito, nem quando foi governador.


4. Muita prevenção que se fazia acabou ficando para trás

Mentira pura de Serra. O governo federal manteve e ampliou todas as campanhas de vacinação existentes e ainda incluiu novas vacinas no calendário oficial. Desde 2004, o Ministério da Saúde adota três calendários obrigatórios de vacinação: o da criança, o do adolescente e o do adulto e idoso. O programa de prevenção às endemias funciona bem, ao contrário do que acontecia no governo Fernando Henrique. Quando Serra ainda era ministro da Saúde, o Brasil sofreu com uma terrível epidemia de dengue, ao ponto do tucano ter sido apelidado de “ministro da dengue”.


5. O Roberto Jefferson conhece muito bem o meu programa de governo

Nem Roberto Jefferson nem nenhum outro aliado do tucano conhece o “programa de governo” de Serra porque ele simplesmente não existe. Quando foi entregar o seu “programa” no TRE, a campanha tucana protocolou a transcrição de dois discursos de Serra, e disse que aquilo era o programa de governo da candidatura. Além disso, Roberto Jefferson aliou-se a Serra não por que comunga com o tucano ideias programáticas. Pelo contrário: Jefferson criticou duramente Serra quando o tucano deu declarações contra o “mercado”. O apoio do PTB a Serra tem um único objetivo: facilitar a eleição de deputados da legenda nas coligações regionais.


6. Eu não faço loteamentos de cargos

Serra vem repetindo esta lorota em várias ocasiões. Mas o fato é que quase todas as instituições, estatais e órgãos públicos do governo de São Paulo são chefiados por correligionários ou pessoas indicadas pelos líderes de partidos que governam o estado. As sub-prefeituras da cidade de S. Paulo, tanto na gestão Serra quanto na gestão Kassab, foram e são comandadas por apadrinhados políticos. Aliados de Serra, como o presidente do PPS, Roberto Freire, mesmo não tendo nenhum vínculo com SP, foram nomeados para conselhos de estatais paulistas. O neo-aliado Orestes Quércia (PMDB) já fez diversas indicações para cargos de confiança em SP na atual gestão demo-tucana. Prefeitos de partidos que lhe fazem oposição dizem que Serra governa com mapa político nas mãos e com ele no governo os adversários passam a pão e água. Verbas, convênios e obras só para seus aliados. Ao insistir nesta afirmação de que “não faz loteamento”, o tucano menospreza a inteligência do eleitor e provoca riso –e talvez alguma preocupação-- entre seus aliados, que sabem que alianças são feitas apenas se as forças políticas participantes puderem compartilhar a administração pública do mandatário que ajudaram a eleger.


7. Eu não sou centralizador

Quem desmente o candidato são seus próprios correligionários. As seções de bastidores de política dos principais jornais do país trazem toda semana a reclamação de algum aliado de Serra que protesta contra o modo centralizador como o candidato conduz a campanha. Chegaram a dizer que enquanto a campanha de Dilma é conduzida por um G7, a de Serra é conduzida por um G1, grupo formado por ele mesmo.


8. O Índio da Costa estava entre os nomes que a gente cogitava

Não há nenhum analista político no país que tenha coragem de confirmar esta afirmação de Serra. Simplesmente porque ela é uma mentira deslavada. O nome de Índio da Costa só surgiu aos 45 minutos do segundo tempo, depois que uma dezena de outros nomes já tinham sido descartados e uma crise grave estava instalada na campanha. O próprio Serra disse que não conhecia direito o vice escolhido pelo DEM.


9. Meu vice é jovem, ficha limpa, preparado

Em primeiro lugar, aos 40 anos a pessoa já não é tão jovem assim. Tanto que o deputado do DEM nunca se interessou por projetos ligados à juventude. Mas quanto a isso, sem problemas. O problema é dizer que Índio da Costa é “ficha limpa”. A verdade é que a “ficha” do apadrinhado de Cesar Maia tem algumas manchas bem encardidas. Ele foi um dos alvos da CPI na Câmara dos Vereadores do Rio que investigou superfaturamento e má-qualidade nos alimentos comprados para a merenda escolar, quando ainda era vereador. Além disso, o deputado demista foi sim um dos que relataram o Projeto Ficha Limpa no início, mas o relatório fundamental foi do deputado do PT-SP José Eduardo Cardozo. Quando os tucanos tentam colocar na conta de Índio da Costa a aprovação do projeto Ficha Limpa apelam para o mesmo engodo que Serra aplica quando se diz o criador da Lei dos Genéricos. E, por fim, sobre o adjetivo “preparado”, basta lembrar as trapalhadas e constrangimentos que Índio da Costa causou à campanha tucana logo no início para saber que é um elogio descabido.


10. Nunca o Brasil teve estradas tão ruins

Mais uma vez Serra generaliza para tentar esconder as melhorias ocorridas nos últimos anos. Esta frase de Serra poderia caber durante o governo Fernando Henrique que investiu quase nada em estradas. O governo Lula não só aumentou os investimentos, como promoveu a concessão de algumas rodovias federais que agora recebem melhorias sem que para isso os usuários tenham que pagar elevadas tarifas de pedágio. O canal de notícias T1 (http://www.agenciat1.com.br ) especializado em transportes, desmente o discurso tucano e fornece enorme quantidade de dados e informações que mostram que as rodovias federais melhoraram e não pioraram nos últimos anos.


11. A Fernão Dias está fechada

Serra deveria avisar isso aos milhares de motoristas que trafegavam pela Fernão Dias no exato instante em que o tucano dizia tal mentira. Serra fez a firmação como se a rodovia estivesse totalmente indisponível para o tráfego. O fato é que apenas um pequeno trecho, na região de Mairiporã, da rodovia que liga São Paulo a Minas Gerais está em obras.


12. A Regis Bittencourt continua sendo a rodovia da morte

A Rodovia Régis Bittencourt, que liga São Paulo a Curitiba, foi incluída, em 2008, no plano federal de concessões. Desde então, foram feitas diversas melhorias na via. Os 402 quilômetros da rodovia receberam melhorias no asfalto, nova sinalização, muretas de proteção e serviço de atendimento ao motorista. É fato que os R$ 302 milhões investidos até agora não foram suficientes para acabar com a má fama da Régis, mas foi o governo Lula o primeiro a tomar a iniciativa de melhorar a estrada. No governo FHC, nada foi feito e, apesar da maior parte da rodovia estar em território paulista, os sucessivos governos tucanos em SP nunca propuseram parcerias com o governo federal e/ou municípios para ajudar na conservação da BR.


Serra ainda pretendia contar uma 13a. lorota: a de que vai governar para os pobres e não para os ricos, mas não deu tempo.


http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=134938&id_secao=1

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

TRIÂNGULO AMOROSO NO INFERNO DE DANTE



ARACRUZ


Leila Brito

http://www.chacomletras.com.br


No Chá.com Letras, blog autoral dedicado à Literatura, Filosofia e Música, a escritora e poeta Leila Brito disponibiliza ao leitor-internauta o conto Aracruz (postado em seis capítulos), com narrativa centrada no mais famoso poema épico-teológico de todos os tempos – Divina Comédia de Dante Alighieri – tendo o elemento poético “inferno” como apoio da composição cenográfica descritiva do caos humano.

Na Divina Comédia, a força narrativa reside na firmeza de caráter do personagem Dante ao lidar com questões fundamentais da condição humana, encontrando nos símbolos um valioso instrumento de expressão. É o que Leila Brito tenta fazer em Aracruz, pois buscando apoio criativo na riqueza de alegorias que conformam o grandioso poema.

Dona de um estilo marcado pelo erotismo de delirantes imagens poéticas e obra literária focada no Amor-Eros, nas nuances de seus efeitos existenciais, a escritora denuncia em Aracruz o trágico aprisionamento pessoal em relações conjugais sustentadas no poder de dominação material e/ou psico-emocional doentia, impeditivo do exercício de Eros em seu sentido amoroso pleno.



LEILA BRITO

Belo Horizonte, 12 AGO 2010.