"Esta noite 200 milhões de crianças dormirão nas ruas, mas nenhuma delas é cubana." FIDEL CASTRO

terça-feira, 27 de julho de 2010

POR QUE VOTAR EM DILMA?

"Leio diariamente o noticiário político e ainda não encontrei bons argumentos para votar no Serra, uma candidatura que cada vez mais assume seu caráter conservador. Serra representa o grupo político que governou o Brasil antes do Lula, com desempenho, sob qualquer critério, muito inferior ao do governo petista, a comparação chega a ser enfadonha .

Ouvi alguns argumentos razoáveis para votar em Marina, como incluir a sustentabilidade na agenda do desenvolvimento. Marina foi ministra do Lula por sete anos e parece ser uma boa pessoa, uma batalhadora das causas ambientalistas.

Tem, no entanto (na minha opinião) o inconveniente de fazer parte de uma igreja bastante rígida, o que me faz temer sobre a capacidade que teria um eventual governo comandado por ela de avançar em questões fundamentais como os direitos dos homossexuais, a descriminalização do aborto ou as pesquisas envolvendo as células tronco.

Ouço e leio alguns argumentos para não votar em Dilma, argumentos que me parecem inconsistentes, distorcidos, precários ou simplesmente falsos.

Passo a analisar os dez mais freqüentes.


1. “ALTERNÂNCIA NO PODER É BOM”.

Falso. O sentido da democracia não é a alternância no poder e sim a escolha, pela maioria, da melhor proposta de governo, levando-se em conta o conhecimento que o eleitor tem dos candidatos e seus grupo políticos, o que dizem pretender fazer e, principalmente, o que fizeram quando exerceram o poder. Ninguém pode defender seriamente a idéia de que seria boa a alternância entre a recessão e o desenvolvimento, entre o desemprego e a geração de empregos, entre o arrocho salarial e o aumento do poder aquisitivo da população, entre a distribuição e a concentração da riqueza. Se a alternância no poder fosse um valor em si não precisaria haver eleição e muito menos deveria haver a possibilidade de reeleição.


2. “NÃO HÁ MAIS DIFERENÇA ENTRE DIREITA E ESQUERDA”.

Falso. Esquerda e direita são posições relativas, não absolutas. A esquerda é, desde a sua origem, a posição política que tem por objetivo a diminuição das desigualdades sociais, a distribuição da riqueza, a inserção social dos desfavorecidos. As conquistas necessárias para se atingir estes objetivos mudam com o tempo. Hoje, ser de esquerda significa defender o fortalecimento do estado como garantidor do bem-estar social, regulador do mercado, promotor do desenvolvimento e da distribuição de riqueza, tudo isso numa sociedade democrática com plena liberdade de expressão e ampla defesa das minorias.
O complexo (e confuso) sistema político brasileiro exige que os vários partidos se reúnam em coligações que lhes garantam maioria parlamentar, sem a qual o país se torna ingovernável. A candidatura de Dilma tem o apoio de políticos que jamais poderiam ser chamados de “esquerdistas”, como Sarney, Collor ou Renan Calheiros, lideranças regionais que se abrigam principalmente no PMDB, partido de espectro ideológico muito amplo. José Serra tem o apoio majoritário da direita e da extrema-direita reunida no DEM (2), da “direita” do PMDB, além do PTB, PPS e outros pequenos partidos de direita: Roberto Jefferson, Jorge Borhausen, ACM Netto, Orestes Quércia, Heráclito Fortes, Roberto Freire, Demóstenes Torres, Álvaro Dias, Arthur Virgílio, Agripino Maia, Joaquim Roriz, Marconi Pirilo, Ronaldo Caiado, Katia Abreu, André Pucinelli, são todos de direita e todos serristas, isso para não falar no folclórico Índio da Costa, vice de Serra.
Comparado com Agripino Maia ou Jorge Borhausen, José Sarney é Che Guevara.


3. “DILMA NÃO É SIMPÁTICA”.

Argumento precário e totalmente subjetivo. Precário porque a simpatia não é, ou não deveria ser, um atributo fundamental para o bom governante. Subjetivo, porque o quesito “simpatia” depende totalmente do gosto do freguês. Na minha opinião, por exemplo, é difícil encontrar alguém na vida pública que seja mais antipático que José Serra, embora ele talvez tenha sido um bom governante de seu estado. Sua arrogância com quem lhe faz críticas, seu destempero e prepotência com jornalistas, especialmente com as mulheres, chega a ser revoltante.


4. “DILMA NÃO TEM EXPERIÊNCIA”.

Argumento inconsistente. Dilma foi secretária de estado, foi ministra de Minas e Energia e da Casa Civil, fez parte do conselho da Petrobras, gerenciou com eficiência os gigantescos investimentos do PAC, dos programas de habitação popular e eletrificação rural. Dilma tem muito mais experiência administrativa, por exemplo, do que tinha o Lula, que só tinha sido parlamentar, nunca tinha administrado um orçamento, e está fazendo um bom governo.


5. “DILMA FOI TERRORISTA”.

Argumento em parte falso, em parte distorcido. Falso, porque não há qualquer prova de que Dilma tenha tomado parte de ações “terroristas”. Distorcido, porque é fato que Dilma fez parte de grupos de resistência à ditadura militar, do que deve se orgulhar, e que este grupo praticou ações armadas, o que pode (ou não) ser condenável. José Serra também fez parte de um grupo de resistência à ditadura, a AP (Ação Popular), que também praticou ações armadas, das quais Serra não tomou parte. Muitos jovens que participaram de grupos de resistência à ditadura hoje participam da vida democrática como candidatos. Alguns, como Fernando Gabeira, participaram ativamente de seqüestros, assaltos a banco e ações armadas. A luta daqueles jovens, mesmo que por meios discutíveis, ajudou a restabelecer a democracia no país e deveria ser motivo de orgulho, não de vergonha.


6. “AS COISAS BOAS DO GOVERNO PETISTA COMEÇARAM NO GOVERNO TUCANO”.

Falso. Todo governo herda políticas e programas do governo anterior, políticas que pode manter, transformar, ampliar, reduzir ou encerrar. O governo FHC herdou do governo Itamar o real, o programa dos genéricos, o FAT, o programa de combate a AIDS. Teve o mérito de manter e aperfeiçoá-los, desenvolvê-los, ampliá-los. O governo Lula herdou do governo FHC, por exemplo, vários programas de assistência social. Teve o mérito de unificá-los e ampliá-los, criando o Bolsa Família. De qualquer maneira, os resultados do governo Lula são tão superiores aos do governo FHC que o debate “quem começou o quê” torna-se irrelevante.


7. “SERRA VAI MORALIZAR A POLÍTICA”.

Argumento inconsistente. Nos oito anos de governo tucano-pefelista - no qual José Serra ocupou papel de destaque, sendo escolhido para suceder FHC - foram inúmeros os casos de corrupção, um deles no próprio Ministério da Saúde, comandado por Serra, o superfaturamento de ambulâncias investigado pela “Operação Sanguessuga”. Se considerarmos o volume de dinheiro público desviado para destinos nebulosos e paraísos fiscais nas privatizações e o auxílio luxuoso aos banqueiros falidos, o governo tucano talvez tenha sido o mais corrupto da história do país. Ao contrário do que aconteceu no governo Lula, a corrupção no governo FHC não foi investigada por nenhuma CPI, todas sepultadas pela maioria parlamentar da coligação PSDB-PFL. O procurador da república ficou conhecido como “engavetador da república”, tal a quantidade de investigações criminais que morreram em suas mãos. O esquema de financiamento eleitoral batizado de “mensalão” foi criado pelo presidente nacional do PSDB, senador Eduardo Azeredo, hoje réu em processo criminal. O governador José Roberto Arruda, do DEM, era o principal candidato ao posto de vice-presidente na chapa de Serra, até ser preso por corrupção no “mensalão do DEM”. Roberto Jefferson, réu confesso do mensalão petista, hoje apóia José Serra. Todos estes fatos, incontestáveis, não indicam que um eventual governo Serra poderia ser mais eficiente no combate à corrupção do que seria um governo Dilma, ao contrário.


8. “O PT APÓIA AS FARC”.

Argumento falso. É fato que, no passado, as FARC ensaiaram uma tentativa de institucionalização e buscaram aproximação com o PT, então na oposição, e também com o governo brasileiro, através de contatos com o líder do governo tucano, Arthur Virgílio. Estes contatos foram rompidos com a radicalização da guerrilha na Colômbia e nunca foram retomados, a não ser nos delírios da imprensa de extrema-direita. A relação entre o governo brasileiro e os governos estabelecidos de vários países deve estar acima de divergências ideológicas, num princípio básico da diplomacia, o da auto-determinação dos povos. Não há notícias, por exemplo, de capitalistas brasileiros que defendam o rompimento das relações com a China, um dos nossos maiores parceiros comerciais, por se tratar de uma ditadura. Ou alguém acha que a China é um país democrático?


9. “O PT CENSURA A IMPRENSA”.

Argumento falso. Em seus oito anos de governo o presidente Lula enfrentou a oposição feroz e constante dos principais veículos da antiga imprensa. Esta oposição foi explicitada pela presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ) que declarou que seus filiados assumiram “a posição oposicionista (sic) deste país”. Não há registro de um único caso de censura à imprensa por parte do governo Lula. O que há, frequentemente, é a queixa dos órgãos de imprensa sobre tentativas da sociedade e do governo, a exemplo do que acontece em todos os países democráticos do mundo, de regulamentar a atividade da mídia.


10. “OS JORNAIS, A TELEVISÃO E AS REVISTAS FALAM MUITO MAL DA DILMA E MUITO BEM DO SERRA”.

Isso é verdade. E mais um bom motivo para votar nela e não nele."




AUTOR: Jorge Alberto Furtado, 51 anos, repórter, apresentador, editor, roteirista e produtor. Já recebeu 13 premiações dentre os quais, o Prêmio Cinema Brasil, em 2003, de melhor diretor e de melhor roteiro original do longa O homem que copiava.

terça-feira, 20 de julho de 2010

A POSTURA DE UM PERDEDOR

Pelo que dizem as lendas, ao saber das declarações do garotão reacionário carioca, Dilma Rousseff deve ter tido vontade de lhe passar uma carraspana daquelas, tal como fizera no Congresso quando um homenzinho chamado A-gri-pi-no ajeitou a bola para ela chutar em seu gol.

Contudo, bem treinada por Lula para lidar com essa gente, Dilma manteve a compostura. É uma Dilminha paz e amor, a que estamos vendo. E sabem por que ela e Lula têm tanta paciência, deixando respostas menos duras do que o adequado para políticos de seu partido com menos a perder? É que quem está indo bem numa campanha eleitoral não tem que comprar briga nem bater boca.

E ainda melhor quando se tem um belo e óbvio discurso para responder a uma acusação energúmena como a de que o partido dela tem relações com o narcotráfico internacional. “O Brasil não merece um debate desse nível”, disse Dilma. Na mosca. Quem se surpreendeu com a tática “indígena” do playboy carioca que detesta mendigos, certamente viu, na fala de Dilma, aquilo que queria dizer e não sabia como.

Alguém pode imaginar uma forma mais idiota de levantar um debate público? Coisa de moleque… Nem a imprensa tucana perdoou. De Dora Kramer (talvez a mais serrista colunista do Estadão) a Fernando de Barros e Silva (o serrista relutante da Folha), ninguém perdoou.

Querem saber? Nessas horas, não sei se prefiro os que tentam manter a dignidade e reconhecer um absurdo do seu candidato, evitando uma desmoralização completa, ou aqueles que, como um Reinaldo Azevedo, ficam a buscar explicações para o inexplicável. Ou seja: explicação para alguém achar que uma acusação velha como essa, de que o PT é um partido de traficantes, iria tirar um único voto de Dilma.

O Reinaldo é um idiota? Claro que é, mas é um idiota autêntico. Talvez melhor um desses do que um falso honesto, que só não age como o idiota porque lhe sabe o tamanho descomunal da idiotice proferida.

Mas a postura do vice se coaduna com a do candidato. Serra não acusou Dilma, pessoalmente, de ter feito um “dossiê” contra ele? Então… Além de desleal, eles a chamam de traficante. O tal A-gri-pi-no fez escola.

Isso, sim, é postura de perdedor. Todo mundo sabe, no Brasil, que candidato que fica nervoso e ataca é aquele que está perdendo. E por que quem está perdendo ataca? Porque atacar funciona . Eleições já foram vencidas assim. Lula que o diga. Esteve na frente, em 1994, e caiu ante os ataques do adversário.

Só que esses ataques precisam de verossimilhança. Era fácil associar aquele homem de cabelos e barbas negros e com cara de zangado a um risco para a sociedade. Lula tinha uma aparência destemperada. Particularmente, divido a vida política dele em antes e depois dos cabelos e da barba embranquecerem. A idade fez um bem enorme à aparência de Lula, tanto quanto à sua experiência.

Serra sabe que está perdendo a eleição e tenta a tática dos que estão em desvantagem numa disputa eleitoral, a de oferecer boas razões para o eleitorado não votar no adversário.

Mas essa tática necessita de um elemento que, se não estiver presente, não funciona. Marta Suplicy, por exemplo, parece mesmo uma dondoca dos Jardins, mesmo sendo alguém que governou o tempo todo para os mais pobres. E ela de fato onerou o contribuinte paulistano, mesmo tendo usado bem o dinheiro.

Se o benefício que medidas impopulares de um governante não existem ou ainda não chegaram, é fácil derrubar-lhe a imagem usando-as. Tem que atacar, nesse caso.

O diabo, para Serra, é que não há muito o que atacar neste governo. Não porque tenha resolvido tudo e a vida, no Brasil, tenha se tornado igual à vida na Suíça. É porque tem muita coisa que ainda não está boa, mas, pela primeira vez na vida da maioria dos brasileiros, está tudo melhor.

Renda, emprego, educação, saúde, segurança, transporte e, mais do que tudo, a imagem que o brasileiro tem de si mesmo.

Tem coisa que melhorou pouco. Segurança e saúde, por exemplo. Só que, nesse caso, dá pra dividir (bem) a responsabilidade pelo problema com os governos municipais e estaduais.

Mas dinheiro no bolso, ah, isso as pessoas notam. Emprego novo, filho na faculdade – muitas vezes, o primeiro universitário da família –, salário maior…

Até concordo que Serra tenha que atacar. Essa foi a “adversidade” que Dilma citou, ao criticar o nível do ataque do bad boy carioca.

Apesar de a mídia tentar esconder a crise crescente na campanha de Serra, essa sua sangria de intenções de votos continua lenta e inexorável, Dilma sabe e nós, aqui, sabemos que Serra está indo de mal a pior, e que escolher aquele moleque para vice foi a maior bobagem que fez, pois o eleitorado sabe muito bem que vices podem virar presidentes.

Enfim, como já disse, a postura de Serra é a de perdedor. Ataca porque tenta o tudo ou nada. Enquanto ataca, sua rejeição cresce, aproximando-se, perigosamente, do ponto de não-retorno.



http://www.blogcidadania.com.br/2010/07/postura-de-perdedor/

domingo, 18 de julho de 2010

LEVANTE A SUA VOZ

Chegou a hora de a onça beber água. Se você, cidadão brasileiro, sente-se esbofeteado por deboches que amplos setores da sociedade entendem que empresas de comunicação como os grupos Estado e Folha, as Organizações Globo e a Editora Abril (Veja) vêm fazendo da lei eleitoral ao engendrarem e veicularem uma campanha política escancarada em favor do candidato a presidente do PSDB, José Serra, chegou a hora de fazer alguma coisa contra essa vergonha.

Ainda está por ser decidido o que será feito e este blogueiro já deu até indicações do que entende que pode ser feito. Se funcionará, é outra história. Não agir, porém, equivale a cada um dos que repudiam essa farsa sobre isenção da imprensa tornar-se seu cúmplice, pois o país corre perigo de ser redirecionado para um passado em que os altos estratos da sociedade decidiam sozinhos o que fazer com as riquezas imensuráveis deste país.

É possível provar uma mentira escandalosa da imprensa que está sendo contada agora mesmo, em uma declaração de princípios da Folha de São Paulo no processo eleitoral deste ano publicada na última edição dominical do veículo. Em matéria que deveria ser publicada na forma de editorial, mas que saiu em forma de nota nas páginas de notícias e não nas de opinião, o jornal nega ter preferência política e assegura que faz uma cobertura isenta dos fatos políticos.

É uma evidente mentira. Seja qual for o período que se escolha para apurar nos últimos oito anos, ficará evidente que a quase totalidade da postura crítica que a Folha alega manter em relação a todos os partidos políticos é direcionada ao PT, a Lula e, posteriormente, a Dilma Rousseff. Enquanto isso, verificar-se-á que o jornal quase não cobre o governo paulista, tendo sido cobrado por isso várias vezes nos últimos anos por cada ombudsman que teve.

Esse jornal que se diz isento publicou falsificação grosseira de uma ficha policial de Dilma Rousseff e deu espaço a alguém para insinuar que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, teria tentado estuprar um adolescente quando ficou preso durante a ditadura. Essas são apenas amostras do nível dos ataques, do bombardeio incessante e quase que exclusivo desses veículos que se alegam “isentos”.

Não há um só ataque dessa natureza contra os adversários do PT. A imprensa escondeu um relacionamento extraconjugal do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso durante cerca de uma década e só publicou alguma coisa sobre o assunto como pretexto para atacar sem provas a honra do atual presidente ao acusá-lo de um crime sexual (!).

Matérias infindáveis são escritas para defender José Serra de dossiês que os veículos aqui mencionados alegam, sem provar, que o Partido dos Trabalhadores, Dilma e Lula teriam feito contra o tucano, e acusando esses supostos autores de dossiês sem uma única evidência contundente contra eles, o que fez acusações similares e anteriores dessa imprensa “isenta” jamais terem gerado conseqüências na Justiça para os acusados.

A mera quantificação e comparação do viés do noticiário político podem revelar um imenso bombardeio contra o atual governo, seu titular e sua candidata à sucessão presidencial de 2010, provando que há uma ação premeditada e conjunta dessas empresas de mídia para elegerem José Serra, o candidato que, por suas ações, esses veículos permitem afirmar que apóiam.

É possível fazer uma reconstituição do nível desse engajamento político-partidário dos veículos supra mencionados. Está tudo registrado nos arquivos de jornais e revistas, por exemplo. O nível de radicalismo, os insultos, as acusações sem provas e a omissão quase absoluta de críticas e denúncias sobretudo contra o governo de São Paulo durante a gestão José Serra são caudalosos. Havendo vontade de enxergar os fatos, restará provada a tendência política daqueles que a negam.

Chegou a hora de os setores da sociedade que se sentem esbofeteados pelo abuso de poder econômico em questões como a imagem que a imprensa pinta dos candidatos nas eleições deste ano exigirem das autoridades competentes que apliquem a lei que rege o comportamento dessa mesma imprensa durante os processos eleitorais, da lei que veda o favorecimento a um dos lados se tal favorecimento se revelar produto não de eventualidade, mas de uma tendência independente dos fatos e forjada em interesses políticos sectários.

A campanha política negativa vertida diuturnamente pelos veículos de comunicação supramencionados contra o governo Lula, contra a sua candidata a presidente e contra o partido deles está embasada em um manancial de provas. Basta escolher qualquer período de tempo nos últimos oito anos e apurar a proporção de notícias e opiniões negativas sobre o governo petista e a oposição tucana.

Há estudos similares feitos em outros períodos e sobre outros níveis de disputa política (estadual e municipal). São provas científicas desse tipo de ação de empresas de comunicação que vêm mantendo relações comerciais com os governos paulista e paulistano através de compras de espaço, de serviços e de produtos pagas pelos cofres municipais e estaduais de São Paulo. Essas compras são alvos freqüentes de denúncias que jamais vêm a público porque as empresas de comunicação beneficiárias desses contratos bloqueiam as denúncias.

Existe, portanto, um abuso de poder econômico da campanha de José Serra, materializado pelo apoio suspeito que o tucano recebe de empresas de comunicação com as quais o governo que comandou até há pouco – e que, agora, é comandado por seus aliados – mantém uma vastidão de negócios, que, como é óbvio, são financiados por dinheiro público.

As empresas de mídia que escondem suas relações nebulosas com Serra negam tais negócios, mas deveriam dar espaço a essas denúncias e críticas ao seu partidarismo caso levassem a sério suas afirmações vazias de que dão espaço a todas as correntes político-ideológicas, o que é uma mentira absurda porque as vastas acusações de partidarismo de Serra que a imprensa recebe diariamente são sufocadas por ela.

Diante do exposto, este blogueiro tem esperança de que a sociedade se levante e lute contra a encenação mais farsesca e afrontosa às leis e à cidadania que vi na história recente deste país. Todavia, acreditando que quem faz a hora não espera acontecer, declaro que não tenho a menor intenção de ficar parado esperando que alguém faça por mim o que tenho vontade de fazer eu mesmo.

Deste domingo até o fim do processo eleitoral deste ano, portanto, este blog estará voltado para desmascarar e responsabilizar oficialmente os crimes daquilo que se auto define como imprensa no Brasil. Durante a semana que entra, detalharei medidas e pedirei voluntários para me ajudarem com trabalho. Pode ser de longe mesmo. Basta querer ajudar. Não se furte. Está ao alcance de cada um.

Seja cidadão. Seja responsável. Lute contra a farsa da imprensa. Em nome de seus filhos, netos, de um país decente, ajude-me a provar essa farsa. Levante a sua voz.



JUNTE-SE A NÓS ACESSE O SITE ABAIXO:
http://www.blogcidadania.com.br/2010/07/levante-a-sua-voz/

quinta-feira, 1 de julho de 2010

JOSÉ SERRÓQUIO e o seu NOVO VICE





Li ontem à noite, estarrecido, a nota da agência Reuters, republicada pelo UOL, informando que Serra admitiu ter visto seu candidato a vice, o deputado Índio da Costa, uma única vez, assim mesmo durante a transmissão do jogo Barasil e Coreia, 15 dias atrás.

Até então, o único contato que tinham tido foi por um curriculo que Índio mandou a ele, por ordem de Cesar Maia, que recebeu aquelas resposta de “cartinha padrão” dizendo que fosse em frente, jovem promissor, etc…

Leiam só, porque você não vão ver isso com destaque nos jornais:

“O deputado democrata de primeiro mandato Indio da Costa (RJ) acordou nesta quarta-feira candidato a deputado federal e vai dormir postulante a vice-presidente na chapa de José Serra (PSDB) sem nunca ter conversado por mais de 15 minutos com o candidato.

Aos 39 anos, disse que sua missão nesta campanha será conseguir o apoio do eleitorado jovem do país.

A única vez que trocou palavras com Serra foi na estreia do Brasil na Copa contra a Coreia do Norte, neste mês, quando os dois falaram das necessidades do Estado do Rio.

Quando o deputado Fernando Gabeira (PV) estava em dúvida se concorria ao governo do Estado do Rio, o ex-prefeito Cesar Maia (DEM) cogitou a indicação de Indio da Costa. O deputado então enviou a Serra um texto de duas páginas com propostas para o Rio e uma apresentação pessoal.

Após a definição de Gabeira pela candidatura ao comando do Estado, Indio da Costa recebeu de um emissário um comentário de Serra de que tinha achado o aliado um jovem de ideias modernas.”


Ninguém escolheria assim um candidato a vice. Se Índio está lá, é porque eles sabem que é um nome só para constar.

http://www.tijolaco.com/